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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Linguagem Culta e Linguagem Coloquial

A linguagem culta 
e a linguagem coloquial
pertencem a um mesmo sistema,
mas cada uma 
tem características específicas.


Se você for a uma festa, você precisa ter o cuidado de escolher a roupa mais adequada para vestir. A roupa tem que estar adequada ao tipo de festa, ao local em que a festa ocorrerá, etc. O mesmo acontece com a fala: é preciso usar a linguagem mais adequada para o momento, para a finalidade e em relação à pessoa ou às pessoas com quem você falará. O mesmo cuidado que temos que ter quanto à roupa e quanto à fala também é necessário numa redação: é preciso usar a linguagem mais adequada à finalidade da redação e aos leitores aos quais ela é dirigida. 
No entanto, o autor de uma redação deve ter em mente que usar a linguagem coloquial não é ter o direito de usar as palavras erradas ou as palavras que quiser. Em qualquer caso, é necessário ter o cuidado de escrever corretamente. Uma palavra ou uma expressão dita ou escrita de maneira indevida pode fazer com que o significado se torne muito diferente do sentido pretendido.
A linguagem coloquial é também conhecida como "popular" ou "informal". É a linguagem que usamos cotidianamente, sem a exigência rígida das regras gramaticais. Entretanto, numa redação, por mais informal que esta seja, é preciso termos o cuidado quanto ao uso exagerado de gírias e outras palavras não registradas na linguagem formal, pois isto pode causar uma modificação não desejada no contexto que não será percebida pelo próprio autor do texto.  Na redação, embora não seja formal, é necessário manter o respeito às regras gramaticais tanto quanto for possível, pois isto ajudará a evitar erros que façam com que o leitor a interprete equivocadamente. 

A linguagem formal envolve princípios matemáticos. Não se preocupe com isto, não estou dizendo que você terá que apresentar cálculos numa redação. O que quero dizer é que a linguagem formal é baseada em estudos de modelos matemáticos que facilitam o reconhecimento de linguagens esclarecendo nitidamente suas classificações, suas estruturas, suas características peculiares e principalmente os relacionamentos entre as pessoas - inclusive entre as que falam idiomas diferentes. Em ciência da computação, por exemplo, o estudo da linguagem formal é fundamentalmente importante para fundamentar aplicações como os processos de linguagem, o reconhecimento de padrões e a modelagem de sistemas. 
É importante que, ao fazer uma redação numa prova, os estudantes tenham pelo menos uma noção disto, pois isto significa que a linguagem formal inclui mecanismos formais e específicos tais como os exigidos para explicar as teorias da computação. Por sua vez, isto confirma a informação de que a linguagem formal tem características próprias que não podem ser comparadas às da linguagem informal. 
Mesmo numa redação simples com as do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), que é realizado anualmente no Brasil, essas representações precisam ser adequadamente reconhecidas pelos leitores; portanto, precisam ser adequadamente usadas por quem redige. Esses mecanismos funcionam como meios que permitem aos analisadores estabelecer, por exemplo, se uma determinada frase está construída corretamente, com clareza, e adequada para sua finalidade dentro do contexto. Por isto é necessária a rigidez quanto às exigências das regras gramaticais.

Ilustração: Arquivo Google. 

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Não use a palavra "deletar".

O verbo "deletar"
deve ser evitado.


No teclado do computador, a tecla "delete" (foto) tem a função de apagar o que você quiser excluir num texto digitado. Serve também para excluir arquivos e pastas. Devido à participação cada vez maior da informática em nossas vidas, a palavra "delete" ("apagar" em francês), passou a ser muito usada com o significado de "apagar", "eliminar" ou "excluir" em português no Brasil. Entretanto, numa linguagem formal como a que exigida em redações nas provas como as dos vestibulares, concursos públicos e Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), ela deve ser evitada, assim como o verbo "deletar".
Proveniente da palavra "delere", do latim, a palavra se transformou em "delete" em francês e foi assim assimilada pelo inglês no século XV. Na língua portuguesa, "delete" perdeu sua característica de verbo e se tornou um adjetivo indelével (*). Em alguns dicionários da língua portuguesa, o verbo "deletar" já é encontrado como "verbo transitivo direto" desde 1975, mas é um neologismo (**). Por isto, é aconselhável evitá-lo. 
Geralmente - mas nem sempre - os neologismos têm finalidade pejorativa. Portanto é melhor evitá-los para não possibilitar interpretações equivocadas.
As redações exigem linguagem formal. Numa linguagem formal, quanto mais estrangeirismos puderem ser evitados, melhor será. "Estrangeirismo" é o emprego de uma palavra de outro idioma sem necessidade. Este é o caso de "deletar", proveniente do francês e do inglês, que pode - e deve - ser substituída por suas correspondentes na língua portuguesa: "apagar", "suprimir", "eliminar", "remover", "desfazer", "cortar", "desfazer", "retirar", etc. Numa prova, um dos objetivos da redação é fazer seu autor revelar seu nível do domínio da Língua Portuguesa. Esta é a razão pela qual neologismos e estrangeirismos devem ser evitados, e o verbo "deletar" é um neologismo e um estrangeirsmo.    

(*) "Indelével" é algo que não se apaga, não se elimina ou, pelo menos, tende a permanecer durante um longo tempo.
(**) "Neologismo" é a criação de uma nova palavra ou uma nova expressão, ou a modificação do significado de uma palavra ou expressão já existente. Geralmente - mas nem sempre - os neologismos têm finalidade pejorativa. Portanto é melhor evitá-los para não possibilitar interpretações equivocadas. 

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

A Semântica na Redação

É importante
relacionar os símbolos
com seus significados
corretamente.

No livro "O Código Da Vinci", de Dan Brown, o personagem principal, Robert Langdon, foi identificado como um simbologista. Um simbologista é um especialista em estudos sobre os símbolos e seus significados. Ou seja: um conhecedor de semântica.
Na verdade, a semântica é algo que praticamos todos os dias sem que nós mesmos percebamos. É a forma como relacionamos os símbolos que utilizamos com os significados que queremos lhes dar enquanto damos informações ou nos comunicamos com alguém. Há vários tipos, mas a que usamos quando falamos ou escrevemos é a semântica linguística. 
Em todos os idiomas, a semântica usada na fala e na escrita - semântica linguística - inside sobre a relação entre as palavras, as frases e todos os demais símbolos (acentos, pontos, vírgulas, etc.) e sua denotação. A denotação é o uso de palavras em seu sentido correto. Portanto, isto exclui as metáforas, que são palavras ou expressões usadas com significados diferentes dos originais. No Redafácil, há artigos com explicações mais detalhadas sobre as metáforas. 
Isto quer dizer que a semântica linguística estuda os significados usados numa linguagem. Neste caso é importante lembrar que linguagem não é o mesmo que idioma. A linguagem é a forma que escolhemos para nos expressarmos em qualquer idioma através da fala, da escrita ou por meio de sinais. 
A semântica linguística se contrapõe à sintaxe. A semântica se refere ao que as palavras, as frases, etc., significam e a sintaxe se refere às estruturas e aos padrões formais do modo como as palavras, as frases, etc., e seus significados devem ser empregados. Para entender isto, recomendo que você leia a postagem anterior a esta.
Numa redação, a semântica linguística pode ser formal, de enunciação (argumentativa) ou as duas coisas ao mesmo tempo. É formal no que se refere à interpretação de linguagem natural e formal para captar vínculos entre as palavras, as frases e todos os símbolos e entre os símbolos e seus respectivos significados. No entanto, não deve ser confundida com a lógica, que é uma área da sintaxe. 
A semântica de enunciação se refere à linguagem para enunciar nossos pensamentos, nossas opiniões, etc. Para justificar nossas opiniões, precisamos expor argumentos. Por isto, este tipo é também conhecido como semântica argumentativa
Há várias divisões e subdivisões da semântica e, especialnente, da semântica linguística. Porém, para a finalidade deste artigo, creio que estas informações são suficientes. Em caso de dúvidas, por favor, enviem suas perguntas. Elas serão respondidas tão logo quanto for possível.

sábado, 20 de junho de 2015

Como Usar as Palavras "Cultura" e "Culto" Corretamente numa Redação

Todas estas ilustrações
são relacionadas aos diversos conceitos de "cultura"
e aos significados de "pessoa culta", "povo culto", etc.
A palavra "cultura"
tem muitos significados.
Isto gera dúvidas quanto ao significado de "ser culto".





"Linguagem culta" é o nome que se dá ao uso de uma linguagem, principalmente na escrita (ou seja, numa redação), sem o uso de gírias e de expressões excessivamente populares. É também chamada "linguagem formal". Neste caso, a palavra "culta", forma feminina do adjetivo "culto", deriva da palavra "cultura" com um sentido qualificativo da linguagem utilizada. No entanto, a palavra "cultura" tem tantos significados diferentes, e todos considerados corretos, que é impossível determinar um conceito único para ela. Portanto, o mesmo corre com suas derivadas, estando entre estas "culto" ou "culta" (em referência a uma linguagem culta, uma pessoa culta, um povo culto, etc.). Isto leva muitas pessoas a usarem as palavras "culto(a)" e "cultura" frequentemente com significados certos, mas em contextos errados.
"Contexto"é o conjunto de palavras, expressões e frases devidamente adequadas à ideia, à informação ou à mensagem que se quer expressar num texto. Vem daí a palavra "contextual", que significa "estar de acordo com o texto". Num sentido genérico, a palavra "contexto" também é usada para significar qualquer coisa que esteja relacionada a um tema, um assunto, uma situação, etc., mas no sentido original refere-se ao que estiver devidamente relacionado ao texto e ao que se quer expressar através da redação. Portanto, ao usarmos a palavra "cultura" e suas derivadas, é necessário observarmos cuidadosamente se a forma como pretendemos usá-las está de acordo com o que o propósito da redação exige.
Para isto, é importante conhecer pelo menos alguns dos diferentes significados de "cultura". Originalmente, significa "cultivo", vindo daí a palavra "agricultura", que é a atividade relacionada ao cultivo de produtos agrícolas. Quando dizemos que uma pessoa é muito culta, estamos nos referindo a uma pessoa que "cultiva"(ou seja, preserva e faz crescer em si mesma) conhecimentos. Neste caso, o verbo "cultivar" tem um sentido figurado comparado ao cultivo agrícola.
No entanto, o conceito de "cultura" apresentado no parágrafo acima é aquele formulado pelo antropólogo inglês Edward Burnett Tylor (1832-1917), referente ao acúmulo de aprendizagens. Com o passar do tempo, a mesma palavra também recebeu como significados, inclusive com base nesse conceito, todo o conjunto de crenças, artes, moral, leis e todos os hábitos e costumes de toda uma sociedade e de cada pessoa como membro dela. Portanto, o que é "um povo culto"? Um povo que cultiva todos os tipos de conhecimento? Um povo que valoriza e procura conhecer todas as ciências? Um povo que preserva seus próprios costumes? Um povo que adquire hábitos, leis, religiões e costumes diversos de outros povos? 

Dependendo do contexto em que são utilizados, qualquer um desses conceitos pode estar correto ou incorreto. Afinal, há conceitos de "cultura" também relacionados a crenças e práticas religiosas, manifestações artísticas (cinema, música, etc.), desenvolvimento de uma nação, educação, bons costumes, regras de etiqueta, comportamentos de elite, etc. Isto causou o frequente uso de uma outra palavra que não parece ter relação com "cultura": a "dicotomia", que originalmente significa simplesmente uma relação ou correlação entre duas ou mais coisas, mas também ganhou o significado de "correlação entre vários tipos de cultura". Portanto, "ser culto" (uma pessoa culta, um povo culto, uma nação culta, etc.) pode significar "ser adepto de uma correlação entre culturas diferentes", o que, por sua vez, significa também a adoção de uma nova cultura com várias tendências unidas como se fossem uma.
Portanto, como se vê, é impossível estabelecer um conceito único para a palavra "cultura". Isto torna bem compreensível a existência da dificuldade em se utilizar corretamente o conceito de "ser culto", de "povo culto", etc. Tal dificuldade é mais compreensível ainda quando se verifica numa redação feita por estudantes no Brasil, onde o índice qualificativo de aprendizagem é ainda muito aquém do ideal. Entretanto, por favor, não interpretem este artigo como um desestímulo para que os estudantes - e as pessoas em geral - utilizem as palavras "cultura" e suas derivadas em suas redações. Ao contrário, usem tanto quanto quiserem e puderem, todas as palavras que vocês conhecem, inclusive porque, se errarem, é errando que se aprende. Mas procurem sempre fazer as coisas do jeito certo. Para isto, leiam muito, estudem muito, busquem cada vez mais informações sobre tudo que puderem. Pessoas que fazem isto com o máximo de frequência têm maiores possibilidades de obter sucesso na vida.

terça-feira, 31 de maio de 2016

A Coesão e a Coerência numa Redação

Há estudantes
que confundem
"coesão" com "coerência".
Isto dificulta
o desenvolvimento na redação. 


Mesmo em situações em que uma relação não precisa ser muito formal, um certo grau de formalidade sempre se faz necessário. "Linguagem moderna" não é linguagem com gírias ou com palavras comuns entre os jovens em seu dia-a-dia. O que verdadeiramente se chama linguagem moderna é a necessidade do uso de palavras corretas que surgem no decorrer do tempo, sendo muitas delas relacionadas aos avanços tecnológicos. Com isto, os estudantes e as pessoas em geral precisam se familiarizar com as diferenças dos significados de palavras como "informação", "informatização" e "informática"; dos verbos "informar" e "informatizar", etc. Isto quer dizer que a coesão e a coerência são duas coisas importantíssimas em qualquer tipo de redação. 
Talvez o leitor já queira, a este ponto, saber quais são as diferenças entre as duas coisas, mas é melhor saber antes por que essas diferenças são importantes. Isto está muito relacionado às constantes vezes em que estudantes, na tentativa de demonstrar conhecimentos de palavras corretas, mas incomuns no dia-a-dia, empregam-nas em suas redações com sentidos nem sempre corretos ou sem combinação com outras palavras. Essa combinação é extremamente necessária para que o autor da redação comprove seu domínio sobre a estrutura linguística, tendo o cuidado de não usar uma linguagem formal nem informal demais.
Redação é uma arte. Cada ser humano tem talentos específicos para determinados tipos de arte como a música, a pintura, o cinema, etc. Toda arte é uma forma de cada pessoa expressar suas emoções, contar histórias reais ou fictícias e revelar sua cultura através de valores estéticos. Os outros tipos de arte dependem muito dos talentos de cada um, mas o domínio sobre as artes da oratória e da escrita é necessário a todas as pessoas porque são elas que nos dão as condições mínimas necessárias para realizarmos em nosso dia-a-dia algo extremamente necessário para a nossa sobrevivência: a comunicação. 
Eis aí a importância da arte da redação. Toda arte destaca a estética. No caso de uma redação, porém, a estética não se refere à beleza pura e simplesmente, mas à beleza do equilíbrio entre as palavras para facilitar ao leitor a compreensão do texto. 
Para entender como isto é importante, compare uma redação - qualquer redação - ao Universo. Suponha que cada palavra seja um astro, cada frase seja uma constelação e cada parágrafo seja uma galáxia. No Universo, cada astro se comporta e se movimenta em conformidade com todos os outros para que todo o Cosmos se mantenha no melhor nível de equilíbrio possível. Numa redação é preciso ocorrer a mesma coisa: cada palavra tem que estar em consonância com todas as outras da mesma frase, cada frase tem que estar em conformidade com todas as outras no mesmo parágrafo e cada parágrafo tem que estar em conformidade com todo o texto. Isto é o que se chama coerência. 
A coesão é relacionada ao uso gramaticalmente correto das palavras e das frases. Mesmo que elas sejam escritas corretamente, faltará a coerência se nãwo estiverem corretamente combinadas. Segue abaixo um exemplo de palavras subsequentes com coesão mas sem coerência. 
- Não pude ir trabalhar hoje. Meu primo chegou ontem. 
A mensagem acima tem coesão porque está escrita corretamente, mas não tem coerência porque faltam palavras que expliquem o que a vinda do meu primo tem a ver com minha falta ao trabalho. Em suma, "coesão" é a forma gramaticalmente correta da escrita e "coerência" é a combinação adequada entre as palavras, entre as frases e entre os parágrafos em todo o texto. 

sábado, 4 de fevereiro de 2017

A Redação em Endomarketing

Numa empresa,
tudo tem que ter modificações constantes,
principalmente as formas de comunicação.
A linguagem 
precisa ser moderna
sem deixar de ser formal.


Todas as empresas, sejam quais forem seus ramos de atividade e seus portes (das micro às mega empresas), têm que se adaptar às novas tendências exigidas pelas mudanças que ocorrem no mundo. Ou seja: seus gestores e funcionários têm que estar sempre preparados para adotarem mudanças de comportamento, de hábitos rotineiros e principalmente nas formas de se comunicarem. A globalização avança num processo aparentemente infinito e que, à medida em que o tempo passa, ganha mais velocidade. Isto traz mudanças tecnológicas principalmente nos processos de informação e comunicação. Quem não se adaptar a essas mudanças aumenta seus riscos de ficar fora do mercado de trabalho. 
A principal função da comunicação empresarial é facilitar ações relacionadas ao que é transmitido, isto é, por meio de trocas de informações internas e externas. Por isto, principalmente quando a comunicação é feita por escrito, a modernização da linguagem se faz necessária, mas a preservação da linguagem objetiva, clara, mas ao mesmo tempo mantendo-se certa formalidade, também. Informalidade não é a mesma coisa que modernização. A variação da linguagem tem que estar de acordo com o contexto, a situação e as posições - inclusive hierárquicas - de quem envia e de quem recebe a mensagem. Esse processo de comunicação interna nas organizações se chama endomarketing, palavra que significa marketing interno.
Os leigos costumam confundir "marketing" com "propaganda". Em termos comerciais, pode-se dizer resumidamente que a propaganda é a informação sobre a existência de um produto ou serviço à disposição de consumidores. O marketing é bem mais que isto: é um processo que determina quais são os produtos ou serviços com mais chances de despertar interesse dos consumidores e quais são as estratégias mais adequadas para a promoção do produto ou serviço, as vendas e a preservação do negócio. Aí, entra em cena o "marketing pessoal".

O marketing pessoal é algo tão importante que não é exagero dizer que sua profissão e sua sobrevivência dependem dele. "Marketing pessoal" é tudo que você veste, como você se senta a uma mesa ou em qualquer outro lugar, o que você faz ou diz em qualquer situação. Enfim, é como você se comporta de uma maneira geral, inclusive - e até principalmente - nas redes sociais da Internet. Atualmente, para conseguir emprego ou se manter nele, ou mesmo para conseguir sobreviver trabalhando por conta própria, a comprovação da capacidade profissional é muito importante mas não é suficiente. Tanto os empregadores como os clientes estão se tornando cada vez mais exigentes quanto à conduta moral e social das pessoas, considerando isto mais importante do que a habilidade e a experiência profissionais.
A forma como você se comunica com as pessoas diz muito sobre seu marketing pessoal. No ambiente de trabalho isto pode tanto lhe ajudar a conseguir uma promoção na empresa quanto pode contribuir para sua demissão. Uma palavra ou uma expressão usada fora do contexto pode causar interpretações equivocadas certamente causará a segunda hipótese. Portanto, numa redação empresarial, seja para comunicação interna ou externa, é importantíssimo saber empregar as palavras e expressões corretas e mais adequadas. Para isto, o autor da redação precisa considerar a importância do objetivo da modernização do estilo redacional e da linguagem a ser usada, da função estratégica da redação, da cultura da empresa, do aspecto motivacional, da circulação de documentos empresariais, dos perigos representados por documentos mal escritos, dos cuidados extremos para evitar conflitos internos, etc.
O sucesso de toda estratégia de planejamento depende principalmente da comunicação empresarial. Isto é o suficiente para justificar a necessidade de tanto cuidado na redação. Seus objetivos principais são melhorar a imagem da empresa (mesmo quando esta já detém uma boa imagem) e garantir os resultados necessários para o sucesso do planejamento. No entanto, isto não quer dizer que a redação tem que conter apenas informações favoráveis a respeito da empresa. Num mundo em que a concorrência está cada vez mais forte e em que os avanços tecnológicos, há que se considerar também as mudanças no público-alvo. Em suma, o funcionário precisa saber que de sua forma de se comunicar interna e externamente depende a sobrevivência da empresa, o que equivale a dizer que dela dependem a preservação de seu emprego e sua própria sobrevivência. Eis a razão pela qual a linguagem na redação empresarial precisa ser constantemente modernizada sem deixar de ser formal e, ao mesmo tempo, sucinta, clara e objetiva. 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Evite os vícios de linguagem.

Os vícios de linguagem
devem ser evitados nas redações
por vários motivos.


Os vícios de linguagem são palavras, expressões e frases pronunciadas ou escritas de forma inadequada, podendo causar deturpações nas mensagens que a pessoa que fala ou escreve pretende transmitir. Nas redações, esses vícios causam três problemas principais: além de dificultarem o entendimento a quem as lê, a pessoa que as escreve usa palavras desnecessárias como as dos exemplos da ilustração, o que causa a impressão de que ele quer encher o espaço da redação com essas palavras excedentes, e ainda há o fato de que elas comprovam dificuldade quanto à comunicabilidade do autor. 
Observando os exemplos na ilustração, podemos verificar claramente como os casos como estes podem ser corrigidos e como a maneira correta de se expressar é até mais fácil do que essas formas infelizmente tão utilizadas até nos telejornais. 
  • Ao invés de "estou entendendo", basta dizer "entendo". 
  • "Estarei transferindo" é uma forma errada de se expressar porque a expressão contém dois verbos em tempos distintos: o verbo "estar" usado como verbo auxiliar sem necessidade e, além disto, no futuro enquanto "transferir", como verbo principal, está no gerúndio. Isto é um erro crasso em qualquer idioma.
  • A mesma situação ocorre em "estarão lhe ajudando". Basta dizer "lhe ajudarão".
  • Em "Você poderia ficar aguardando", são usados três verbos para expressar o que pode ser dito através de dois: "Você pode aguardar."
Erros absurdos como estes frequentemente são cometidos em telejornais. Com frequência ouvimos repórteres e apresentadores dizerem algo como "O governador irá inaugurar" quando basta dizer "O governador inaugurará"; "A presidente Dilma Rousseff estará fazendo um pronunciamento sobre...", bastando dizer "A presidente Dilma Rousseff pronunciará sobre...". Se você é jornalista ou estudante, ou seja qual for a profissão que você exerça, e costuma usar esses vícios de linguagem, fala um teste com você mesmo. Grave você mesmo falando desta forma e depois ouça a gravação. Você perceberá como é estar no lugar da pessoa que terá que ouvir essas coisas. 
Existem vários tipos de vícios de linguagem. Abaixo, estão citados os dois mais comuns em redações.
  • Ambiguidade.
    Também conhecida como "anfibiologia", torna incerto o significado da frase.
    Exemplo: "O patrão ofendeu o empregado e estragou seu dia."
    Isto pode causar ao leitor uma dúvida: o dia de quem? O do próprio patrão ou o do empregado? A mais provável é a segunda hipótese, mas a forma como a frase está escrita dá ao leitor o direito da dúvida. 
  • Barbarismo.
    Na grafia (como "hontem" em vez de "ontem"), na pronúncia (como "poblema" em vez de "problema"), na acentuação (como em "rúbrica" em vez de "rubrica"), nos significados das palavras (como quando se diz "tráfico" quando se quer referir a "tráfego"), na morfologia (exemplo: "cristões" em vez de "cristãos") e em erros que geram outra palavra em vez de serem apenas erros gráficos (exemplo: quando em vez de "antediluviano", que significa "antes do dilúvio", escreve-se "antidiluviano", que significa "contra o dilúvio").
Há muitos outros, mas são principalmente fonéticos. Como o objetivo aqui é referir-me principalmente aos que causam problemas em redações, os exemplos aqui citados são, por ora, suficientes. O mais importante para quem pretende melhorar seus níveis de redação nas provas é saber que deve-se usar uma linguagem que não seja formal demais nem excessivamente informal. Isto obriga a evitar, tanto quanto possível, vícios como os aqui citados, frases bíblicas, ditados populares, "chavões" de personagens e apresentadores de programas de televisão e outros recursos que só devem ser usados quando forem estritamente necessários. 

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Noções de linguística são muito importantes no ensino de segundo grau

Se o professor
não ensina noções de linguística
em sala de aula,
o aluno deve exigir que ele faça isto. 


Para o desempenho de uma boa redação, é muito importante que a pessoa que redige tenha o melhor nível de conhecimento de linguística que lhe for possível. O problema é que, no Brasil, muitas pessoas falam sobre linguística mas ao mesmo tempo demonstram que desconhecem o significado da palavra "linguística". Isto comprova a existência de dois problemas: muitos professores não ensinam noções de linguística durante as aulas e muitos alunos também não exigem esse ensinamento ou simplesmente não estudam suficientemente na escola e em casa. É claro que, depois, as consequências disto virão durante a vida. 
Apesar da importância científica que lhe é dada com justa razão, o bom domínio de linguística pode e deve ser alcançado por todos. Isto já é possível durante o segundo grau, bastando apenas que o professor ensine e que os alunos estudem. A linguística é, em síntese, o estudo da fala e da linguagem. Mas "linguagem", neste caso, é uma referencia às formas de se expressar tanto através da fala como pela escrita. É preciso, inclusive, entender que "linguagem" é a nossa capacidade de aquirir e utilizar complexos sistemas de comunicação oral e escrita, e que "língua" é uma palavra que, embora seja frequentemente usada com o mesmo sentido de "linguagem", é o resultado natural da aprendizagem da linguagem.
De maneira mais profunda, a linguística inclui estudos de fonemas (sons das palavras pronunciadas), fonologia (estudos básicos dos sons), morfologia (estudo das estruturas das palavras), sintaxe (uso de palavras adequadas para a melhor combinação entre elas), semântica (sentido correto ou figurado das palavras e das frases), lexicologia (estudo do conjunto das palavras de um idioma - neste caso, da língua portuguesa), lexicografia (estudo do conjunto das palavras escritas), terminologia (estudo dos termos)(*), estilística (escolha do estilo mais adequado para a finalidade da redação ou da informação oral), pragmatismo (escolha adequada das palavras para uso figurativo, formal ou informal) e filologia (estudo de palavras de idiomas antigos, principalmente visando analisar as origens das palavras de idiomas atuais). Evidentemente, o aluno de segundo grau não precisará se aprofundar em todos esses detalhes, bastando-lhe que tudo isto seja resumido basicamente em três sub-disciplinas: fonologia, morfologia e sintaxe. 
O melhor domínio possível de noções de linguística auxilia muito no desenvolvimento de uma redação de bom nível porque a língua portuguesa tem uma variedade de palavras com mesmo significado e de significados para uma mesma palavra que facilita muito a escolha de palavras mais adequadas. Ao mesmo tempo, isto nos ajuda a evitar a repetição excessiva de uma mesma palavra e uma mesma expressão num texto. Por isto, se esses detalhes não forem devidamente ensinados na escola, os alunos devem exigir esses ensinamentos dos professores. As variações coloquiais da língua precisam ser mencionadas e analisadas durante a aula, com a ajuda do professor, que tem a obrigação de explicar claramente suas finalidades. Entretanto, é claro que a obrigação não cabe apenas ao professor: cabe também ao aluno estudar muito em casa.
Isto é necessário porque a maior parte da vida de uma pessoa é inevitavelmente burocrática. Constantemente, temos que obedecer leis e exigir que outras pessoas as cumpram para que saibamos quais são os nossos direitos e os nossos deveres. Precisamos constantemente ler e redigir contratos, preencher formulários, e lidar com muitos outros documentos ao longo de nossas vidas, e estamos sempre sujeitos a entrevistas para empregos e outros objetivos. Por isto, é imprescindível a aprendizagem do uso correto de linguagem falada e escrita, tanto para determinadas finalidades quanto em determinadas ocasiões. Eis por que a base para isto te que vir de dentro da sala de aula. Quanto mais cedo isto acontecer, melhor. 

(*) "Termo" e "palavra" não são a mesma coisa. Leia "A Semântica Linguística" para entender melhor as diferenças entre as duas coisas. 

Noções de linguística são muito importantes no ensino de segundo grau

Se o professor
não ensina noções de linguística
em sala de aula,
o aluno deve exigir que ele faça isto. 


Para o desempenho de uma boa redação, é muito importante que a pessoa que redige tenha o melhor nível de conhecimento de linguística que lhe for possível. O problema é que, no Brasil, muitas pessoas falam sobre linguística mas ao mesmo tempo demonstram que desconhecem o significado da palavra "linguística". Isto comprova a existência de dois problemas: muitos professores não ensinam noções de linguística durante as aulas e muitos alunos também não exigem esse ensinamento ou simplesmente não estudam suficientemente na escola e em casa. É claro que, depois, as consequências disto virão durante a vida. 
Apesar da importância científica que lhe é dada com justa razão, o bom domínio de linguística pode e deve ser alcançado por todos. Isto já é possível durante o segundo grau, bastando apenas que o professor ensine e que os alunos estudem. A linguística é, em síntese, o estudo da fala e da linguagem. Mas "linguagem", neste caso, é uma referencia às formas de se expressar tanto através da fala como pela escrita. É preciso, inclusive, entender que "linguagem" é a nossa capacidade de aquirir e utilizar complexos sistemas de comunicação oral e escrita, e que "língua" é uma palavra que, embora seja frequentemente usada com o mesmo sentido de "linguagem", é o resultado natural da aprendizagem da linguagem.
De maneira mais profunda, a linguística inclui estudos de fonemas (sons das palavras pronunciadas), fonologia (estudos básicos dos sons), morfologia (estudo das estruturas das palavras), sintaxe (uso de palavras adequadas para a melhor combinação entre elas), semântica (sentido correto ou figurado das palavras e das frases), lexicologia (estudo do conjunto das palavras de um idioma - neste caso, da língua portuguesa), lexicografia (estudo do conjunto das palavras escritas), terminologia (estudo dos termos)(*), estilística (escolha do estilo mais adequado para a finalidade da redação ou da informação oral), pragmatismo (escolha adequada das palavras para uso figurativo, formal ou informal) e filologia (estudo de palavras de idiomas antigos, principalmente visando analisar as origens das palavras de idiomas atuais). Evidentemente, o aluno de segundo grau não precisará se aprofundar em todos esses detalhes, bastando-lhe que tudo isto seja resumido basicamente em três sub-disciplinas: fonologia, morfologia e sintaxe. 
O melhor domínio possível de noções de linguística auxilia muito no desenvolvimento de uma redação de bom nível porque a língua portuguesa tem uma variedade de palavras com mesmo significado e de significados para uma mesma palavra que facilita muito a escolha de palavras mais adequadas. Ao mesmo tempo, isto nos ajuda a evitar a repetição excessiva de uma mesma palavra e uma mesma expressão num texto. Por isto, se esses detalhes não forem devidamente ensinados na escola, os alunos devem exigir esses ensinamentos dos professores. As variações coloquiais da língua precisam ser mencionadas e analisadas durante a aula, com a ajuda do professor, que tem a obrigação de explicar claramente suas finalidades. Entretanto, é claro que a obrigação não cabe apenas ao professor: cabe também ao aluno estudar muito em casa.
Isto é necessário porque a maior parte da vida de uma pessoa é inevitavelmente burocrática. Constantemente, temos que obedecer leis e exigir que outras pessoas as cumpram para que saibamos quais são os nossos direitos e os nossos deveres. Precisamos constantemente ler e redigir contratos, preencher formulários, e lidar com muitos outros documentos ao longo de nossas vidas, e estamos sempre sujeitos a entrevistas para empregos e outros objetivos. Por isto, é imprescindível a aprendizagem do uso correto de linguagem falada e escrita, tanto para determinadas finalidades quanto em determinadas ocasiões. Eis por que a base para isto te que vir de dentro da sala de aula. Quanto mais cedo isto acontecer, melhor. 

(*) "Termo" e "palavra" não são a mesma coisa. Leia "A Semântica Linguística" para entender melhor as diferenças entre as duas coisas. 

terça-feira, 29 de setembro de 2015

O que são "recursos linguísticos"?

Há vários recursos linguísticos, 
mas é necessário
saber escolher
os mais adequados. 


Para isto, é muito importante que quem faz uma redação saiba o que é um recurso linguístico. Esses recursos são elementos diferentes tipos e gêneros textuais, mas é necessário ter o cuidado de observar a escolha mais adequada para o tipo de redação, o tema que será abordado e as ideias que o autor pretende propor. Escrever bem exige muito exercício, desenvolvimento de técnica e muita dedicação. Comete um grave engano quem pensa que, num concurso público, por exemplo, o nível de redação é menos importante do que a demonstração do conhecimento do cargo ao qual concorre. Neste caso, a redação, como acontece no vestibular e no Exame Nacional de Ensino Médio, tem o objetivo de revelar o grau de comunicabilidade do candidato. O melhor nível possível de comunicabilidade é fundamental para o desempenho de qualquer função no exercício de um emprego o mesmo de trabalho por conta própria. 
Para comprovar seu grau de comunicabilidade, tanto o participante do Enem como o de um vestibular ou concurso público precisam revelar domínio de recursos linguísticos. Redigir um texto de forma correta e ao mesmo tempo clara e objetiva é indispensável para o sucesso nas provas e na vida. Em primeiro lugar é preciso lembrar que "texto objetivo" não é o mesmo que "texto curto. Uma redação objetiva é uma redação que apresenta ideias de forma clara, concisa, bem definida. 
Uma coisa é certa: a dificuldade para escrever vem principalmente da falta de hábito da leitura. Quem lê pouco sempre escreverá mal. Bons escritores são sempre bons leitores porque, para escreverem bem, sempre leem muito. Se você acha que lê muito mas tem dificuldades em redação, é porque você não lê tanto quanto diz ou pensa que lê. Ler não é uma questão de apenas "gostar de ler", é um hábito muito necessário para todas as pessoas. Quem lê pouco, lê mal e escreve ainda pior. Não se aprendem recursos linguísticos através de um curso ou de uma disciplina exclusiva. Na disciplina "Língua Portuguesa", aprendem-se regras gramaticais, ortografia, etc., mas os recursos linguísticos são adquiridos e desenvolvidos através da convivência e da comunicação  com outras pessoas, de muita leitura e e também da preservação do hábito de escrever sempre que for possível. Por outro lado, em sala de aula, o professor tem a obrigação de pelo menos orientar os alunos sobre como escolher os recursos linguísticos mais adequados para determinadas ocasiões. Se o professor não faz isto, o aluno deve exigir que ele o faça.
Entre os muitos recursos existentes, há, por exemplo, a inclusividade. É uma técnica utilizada para distinguir pronomes pela qual a primeira pessoa do plural, "nós", apresenta duas formas: a inclusiva (eu e você; eu e vocês) e a exclusiva, na qual a pessoa que fala se insere mas exclui alguém. Para explicar isto de uma maneira mais fácil, digamos que a inclusiva seja "nós" e a exclusiva seja "nós outros". 
Há também o registro linguístico. É um tipo de linguagem seletiva para adaptar uma expressão a um determinado grupo de pessoas ou a uma determinada situação. Neste caso é preciso ter o cuidado de fazer as escolhas léxicas e sintáticas corretas dentro do tom de do grau de linguagem mais adequados, pessoal e principalmente formalmente. Na redação, a distinção entre a linguagem formal e a informal é fundamental para se obter uma boa avaliação numa prova - e na vida. Para entender melhor a necessidade de um bom nível de conhecimento desses recursos, leia aqui.

terça-feira, 13 de março de 2018

A Comunicação e a Comunicação Jurídica

Por que
autoridades jurídicas
insistem 
no uso de termos
que leigos não entendem?


A comunicação é uma atividade altamente social, mesmo que seja somente entre duas pessoas. Por isto, minha opinião sobre a expressão "comunicação social" é de que ela uma redundância. É o resultado de uma troca de informações sobre um mesmo assunto entre duas ou mais pessoas. Isto inclui fatores biológicos (capacidade de falar, de ouvir, de escrever, de ler, etc.), sociais (jornalismo, publicidade, propaganda, relações públicas, etc.) e tecnológicos (rádio, televisão, telefonia e tudo que se refira a sistemas de telecomunicação). Essa troca de informações se faz por meio de símbolos como suporte para a eficácia da comunicação, e os principais símbolos são exatamente as palavras, os termos e as expressões. É por esta razão que, em muitos casos, a linguagem muito informal ou muito formal tem que ser evitada, principalmente nas redações.
No Brasil, ainda se preserva uma forma um tanto arcaica no que se chama "comunicação jurídica". Usam-se excessivamente termos, palavras e expressões que a maioria das pessoas que não são do meio jurídico não entende nem tem a obrigação de entender. As pessoas que usam esse tipo de linguagem - chamada "linguagem jurídica" - é que devem adequar sua linguagem às pessoas a quem as mensagens são dirigidas, pois existem palavras e expressões corriqueiras e corretas que as substituem com eficácia. "Petitório", por exemplo, é uma palavra muito usada pelos juristas quando estes se dirigem ao público em geral. Significa uma forma inicial em que se formula um pedido. Nada impede que tal palavra seja substituída por "solicitação", que é uma palavra com o mesmo sentido e popularmente bem conhecida.
Outra palavra muito usada pelos juristas e que pode ser substituída por outra mais conhecida por leigos: "codex" ou "códex". Por que não usam as palavras "código" ou "registro", que significam a mesma coisa e são muito mais conhecidas? Por que usam a palavra "exordial" se podem empregar "inicial", que é a mesma coisa? 
Eles usam frequentemente, também, a palavra "virago". Eu tenho certeza de que muitos leitores deste artigo, ao verem essa palavra na ilustração, tentaram imaginar o que é um virago. Certamente muita gente não sabe que não se trata de um, mas de uma virago. Sim, "virago" é um substantivo feminino. É uma mulher exemplar, uma heroína, mulher honrada. Por que não dizem "mulher exemplar", "mulher virtuosa" ou não usam qualquer outra expressão como estas, com o mesmo sentido, capaz de ser entendida facilmente por todas as pessoas? O ouvinte ou leitor precisa entender o que ouve ou lê para, em seguida, corresponder também de forma clara.
Isto não ocorre somente nos meios jurídicos. O que ocorre entre eles é reflexo do que acontece de uma forma geral. A maioria das pessoas tem sempre a impressão de que o leitor ou o ouvinte entendeu ou entenderá claramente o que elas dizem ou disseram através da fala ou da escrita. Nem sempre as outras pessoas entendem as coisas nos mesmos termos em que nós entendemos. A linguagem tem que ser sucinta e clara para todos os envolvidos no processo de comunicação. Isto é fundamental para que o resultado seja minimamente satisfatório para todos.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Faça Redações Modernas Mantendo o Bom Nível de Formalidade.

Faça sua redação com recursos modernos,
mas mantenha os padrões de formalidade necessários.
É possível
e necessário
modernizar o texto
mantendo a linguagem formal.

No jornalismo, costuma-se dizer que "redação" é a forma pela qual o redator constrói a notícia num texto baseado nos fatos apurados pelo repórter. Em muitos casos o redator é o próprio repórter. A redação jornalística tem como base principal a informação mais relevante. O mesmo ocorre quando se faz uma redação no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), num vestibular, num concurso público ou em qualquer outra ocasião. Isto significa que o primeiro parágrafo deve conter informações com o objetivo de preparar o leitor para o que ele lerá, ou seja, para melhor entender o tema que está sendo tratado. Isto se chama "lide" - "aportuguesamento" da palavra "lead", palavra inglesa que significa "o que vem pela frente", e da qual se originou a palavra "líder", no nosso idioma.
Nas áreas de publicidade e propaganda  - que são duas coisas diferentes - o foco da redação tem que ser a elaboração criativa de mensagens sobre produtos, serviços, marcas e pessoas (no caso de propaganda política ou de atividades profissionais, por exemplo). Como o nome já indica, "publicidade" é uma atividade que tem por função tornar algo de conhecimento público (um produto, uma marca, uma empresa, uma pessoa, etc.). "Propaganda" é o ato de propagar algo. "Propagar" tem vários significados: "espalhar", "divulgar", "publicar", etc., mas com o intuito de promover o que está sendo publicado ou divulgado. Em termos mais simples: a publicidade de um produto informa ao público que o produto existe no mercado e a propaganda do mesmo busca convencer o consumidor sobre as vantagens que o produto tem para ele. Numa redação de publicidade e propaganda, unem-se as duas coisas.
Como se pode observar, as regras para a redação não mudam muito. O tipo de texto é que tem que ser bem elaborado para cada finalidade. Mesmo com as exigências do mundo atual, em que há a necessidade do imediatismo das mensagens via e-mail, WhatsApp, Messenger, etc., nos casos mais específicos - relações de trabalho, etc. - os padrões de redação precisam permanecer sendo aqueles de sempre. Os tipo de textos podem e devem ser modificados, usando-se termos mais modernos, mas sem perder o bom nível de formalidade. 
Enviar uma mensagem com finalidade de trocas de informações relacionadas a atividades de trabalho e profissionais em geral, para solicitar informações a uma empresa, um órgão público, etc., não é o mesmo que enviar uma mensagem qualquer para amigos ou familiares. Há a necessidade da preservação do bom senso. Ao fazer uma redação, o autor deve lembrar que um de seus objetivos é enviar informações através de um texto. Portanto, ocorre aí uma função referencial: a função informativa. Ela é a essência da comunicação. Por outro lado, as informações não são as únicas razões da redação. Elas são apenas as bases para a razão principal: a finalidade do envio da mensagem. Isto torna o cuidado com a linguagem usada extremamente necessário. 

quarta-feira, 2 de maio de 2012

A Semântica Linguística

Para produzir uma boa redação,
você não precisa conhecer semântica profundamente,
mas precisa ter noções de semântica linguística.

Para escrever uma redação de bom nível, é preciso em primeiro lugar definir o objetivo da redação, a categoria do leitor ou de leitores à qual ela será dirigida e, obviamente, o tema ou assunto principal. É por isto que a língua portuguesa, como muitas outras, tem várias palavras com mesmo significado e, em vários casos, diversos significados para uma mesma palavra (veja "Linguagem Figurada" ou "Sentido Figurado", neste blogue). O objetivo disto é permitir a diversificação do uso de palavras num mesmo texto, evitando a repetição excessivo da mesma palavra. 
Isto não quer dizer, no entanto, que se pode escolher qualquer palavra para substituir outra de significado idêntico. É necessário escolher as palavras mais adequadas para a finalidade da redação e a categoria de leitores a que ela será destinada. Deve-se ter o cuidado de não usar palavras excessivamente formais nem excessivamente informais. Por isto é preciso que se tenha algumas noções de semântica linguística. 
"Semântica" provém de "sëmantikós", uma derivação de outra apalavra grega, "sema", que significa "sinal". Portanto, a semântica linguística é o estudo dos sinais das linguagens, expressos por escrito ou por meio da fala. Atualmente utiliza-se semântica linguística em linguagens de programação de computadores, lógica formal e semiótica. 
Na programação de computadores, a semântica ajuda a elaborar métodos padronizados para o envio de instruções a um computador. Esses métodos, por sua vez, ajudam a especificar da melhor forma possível os dados sobre os quais o computador deverá atuar. 
A lógica é um ramo da filosofia pelo qual é estudado o raciocínio válido. Portanto a lógica formal é um método de avaliação do sentido do raciocínio através de argumentações. Em linguística, é a análise argumentativa dos significados das palavras, termos e expressões. 
A semiótica é a combinação de estudos dos signos e da semiose. Os signos são símbolos que representam os significados propriamente ditos das palavras ou expressões, ou aqueles que queremos dar a elas, mas que são diferentes dos significados originais (ver "Linguagem Figurada" e "Sentido Figurado"). Em resumo: a semiótica, em linguística, é o processo pelo qual os símbolos são concebidos.
através da linguagem.
Não confunda "semântica" com "sintaxe". A semântica se refere aos significados das palavras, dos termos e das expressões. A sintaxe é o estudo das estruturas das palavras e dos significados que queremos que elas tenham através da forma como as incluímos no contexto da redação. 

Fontes: 
  • Dicionário Aurélio Buarque de Holanda
  • Novo Manual de Língua Portuguesa, de Celso Pedro Luft

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Evite Clichês, Palavras e Expressões Óbvias na Redação no Enem.

Palavras como
"imperdível",

gírias, 
provérbios,
trechos da Bíblia,
prejudicam a qualidade da redação.



Na verdade a redação no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), como em qualquer outro tipo de prova, tem vários objetivos: verificar o domínio do autor quanto à ortografia e à gramática e, principalmente, sua capacidade de de provar que está bem informado sobre o tema proposto e sua condição de comprovar isto através de suas palavras de maneira formal. Portanto, se você gírias e palavras e expressões como "imperdível", ditados populares, trechos da Bíblia, etc., você está apenas repetindo o que muitas pessoas já disseram muitas vezes. Isto comprovará sua incapacidade de usar suas próprias palavras.
"Clichê" é isto. É também chamado "lugar-comum" ou "chavão". Os clichês são palavras e expressões que já foram tão usadas que estão desgastadas e como significado que deixa dúvidas tanto pela repetição de ideias como pel estereotipamento delas. "Estereotipamento" é o ato ou efeito de transformar algo em estereótipo, e "estereótipo" é uma ideia ou conceito sem fundamento adequado, limitado e nada original, repetindo apenas padrões preestabelecidos e nem sempre corretos. Alguns dos clichês mais usados ultimamente são "imperdível", "Fala sério!", "Quem vê cara não vê coração", "melhor ouvir isto do que ser surdo", "paradigma", "o companheiro Fulano", "como já foi colocado por Fulano", "Deus proverá", "está nas mãos de Deus", "frases feitas", "caixinha de surpresas", "caixa de Pandora", "encerrar com chave de ouro", etc. Tais palavras e expressões empobrecem o texto comprovam falta de imaginação. 
Pesquise redações que obtiveram as melhores notas no Enem em anos anteriores. Você perceberá que a maioria delas não contém palavras e expressões facilmente previsíveis, citam fatos históricos e científicos para relacionar as ideias e seus autores aproveitaram ao máximo as informações que eles tinham. Evite também outras coisas que já acontecem muito também quando usam linguagem formal: citações de pensadores famosos como Platão, Sócrates, William Shakespeare, etc. Isto deve ser evitado por dois motivos: além de serem frases e pensamentos já muito usados durante tantos anos, nem tudo que dizem que essas pessoas disseram realmente foi dito por elas. 

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

"Internetês" Prejudica Capacidade de Redigir Corretamente

Meu conselho:
nunca use 

o "internetês".

Talvez você ache que isto é um exagero, mas a verdade é que o "internetês" está prejudicando seriamente a vida de muita gente que o usa. Os hábito adquiridos na comunicação através das redes sociais e de bate-papos como o WhatsApp e o Messenger. No Facebook, a rede social online mais usada no mundo, é o que mais se vê como forma de comunicação.
Não estou propondo uma proibição quanto ao uso do "Internetês" na Internet. Eu nem tenho tal direito. Isto seria uma postura ditatorial de minha parte. Tenho que respeitar o direito das pessoas usarem na Internet o tipo de linguagem que quiserem, desde que seja sem palavrões e ofensas: se você quer ser respeitado, você também tem que respeitar todas as outras pessoas e se comportar de forma a merecer o respeito que quer delas. O que estou propondo é um conselho.
No "internetês", ao invés de digitar as palavras corretamente, as pessoas resumem cada palavra em duas, três, no máximo cinco letras. Há situações ainda piores: palavras com poucas letras são digitadas com mais letras do que elas possuem quando digitadas corretamente, e portanto, ortograficamente erradas. É o caso de "não", que muitos usuários das redes sociais digitam como "naum". Pode parecer exagero dizer isto, mas a realidade é que, por causa do uso muito frequente desse tipo de "linguagem", muita gente está esquecendo como as palavras devem ser escritas corretamente. Resultado: quando têm que se comunicar através da escrita formalmente ou com equilíbrio adequado entre a formalidade e a informalidade, isto prejudica a comunicabilidade.
Dizem que no "internetês" são usadas muitas "abreviaturas". Na verdade, o que se usa na "linguagem"  mais popular da Internet são abreviações. A abreviatura é um recurso convencional para representar em poucas letras nomes de estados, entidades ou organizações formal e informalmente já reconhecidos por meio desses símbolos. Exemplos:
  • ES - estado do Espírito Santo
  • MG - estado de Minas Gerais
  • INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social
  • PM - Polícia Militar

As abreviações são sempre informais. São as reduções de quaisquer palavras em poucas letras, não reconhecidas como corretas porque não são convencionais e muitas são simplesmente inventadas pela própria pessoa no momento em que as digita. Por serem tão informais, não podem ser usadas em redações escolares, nas provas como o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) ou em vestibulares, nem em comunicações empresariais e profissionais. Isto ocorre porque seu uso inviabiliza a comunicação.
A escrita correta continua sendo muito importante para o sucesso profissional e para a preservação do bem estar social. Escrever corretamente não é um ato de pedantismo. Ao contrário, é uma das melhores formas de ajudar a preservar boas relações entre as pessoas, entre organizações, entre organizações e pessoas, etc. A escrita correta sempre facilita entendimentos enquanto o "internetês" sempre gera dúvidas quando quem envia a mensagem usa tais abreviações. 
A regra é simples: se a pessoa que escreve se acha com o direito de escrever como quiser, a pessoa que lê o que ela escreveu tem o direito de interpretar o que está escrito como quiser, mesmo que a interpretação não seja aquela que o autor do texto desejava. As palavras e as expressões escritas e usadas corretamente nunca deixam dúvidas para quem as lê, e isto estabelece a comunicação necessária. É claro que você pode continuar se expressando na Internet como quiser, mas insisto neste conselho: quanto mais você se habituar a digitar as palavras corretamente, melhor será para você mesmo. Sempre.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

A Redação Empresarial Hoje

1 - Redação empresarial.
2 - Redação empresarial necessária atualmente.
As necessidades de mudanças nas empresas
trazem necessidades de mudanças
nas redações empresariais.


Sabemos que no mundo dos negócios as mudanças tem que ser contantes. Com o avanço do tempo, a concorrência no mercado se torna cada vez mais acirrada. Isto provoca a necessidade de novas adaptações da empresa, mas para isto são necessárias constantes novas mudanças de atuação de cada funcionário. Ou eles se adaptam às novas necessidades ou suas função perderão sua importância em relação ao que a empresa necessita para se manter no mercado. Por isto, há necessidade de mudanças constantes nas redações empresariais.
É principalmente na forma de se comunicar que os profissionais precisam inovar, e é claro que a forma de se comunicar por escrito não escapa a essa regra. É necessário que cada funcionário comprove sua capacitação para o exercício de suas funções e principalmente sua capacidade de usar com certa constância novas formas de se comunicar através de redações cada vez mais objetivas destacando as informações importantes e, ao mesmo tempo, eliminando as que não são necessárias. 
Memorandosdescrições técnicas e relatórios, por exemplo, são tipos de redações que seguem certos padrões para cumprir determinados objetivos, mas as formas sobre como reduzir palavras ou utilizar as mais adequadas para cada ocasião podem e devem ser mudadas. Haverá, com certeza, momentos em que isto será necessário, pois essas redações, assim como as cartas comerciais, além de fazer parte das atividades desenvolvidas dentro da empresa, auxiliam a melhorar a escrita. Elas representam a capacidade de melhorar constantemente a correspondência interna e externa e, portanto, de melhorar na mesma proporção as relações profissionais. Geralmente quem lê a mensagem recebida também está trabalhando e, por isto, provavelmente não tem muito tempo disponível para decifrar textos que não estejam devidamente claros e objetivos. Eis aí a razão pela qual cada redação deve ser feita de forma a atingir seus objetivos de maneira mais rápida: quem redige precisa estar atento às possíveis funções de quem a lerá e ao provável limite de tempo que essa pessoa terá para ler e, se necessário, responder à mensagem recebida. Pensando nesses detalhes, o profissional ajuda a criar uma imagem positiva da empresa e de si mesmo perante a empresa e a clientela.
A padronização dos tipos de documentos deve ser mantida. O que deve ser mudado é a forma da pessoa escrever tal como já foi esclarecido acima: eliminando informações e palavras desnecessárias e destacando as mais importantes. Ou seja: basta seguir os padrões já estabelecidos (por exemplo, as regras estabelecidas para uma carta comercial) e estar atento à necessidade da clareza e da precisão na redação. Essa precisão não dependerá de padrões, dependerá do grau de comunicabilidade do redator. É necessário o uso de linguagem formal e não excessivamente culta. Deve-se também ter o cuidado de não usar expressões hoje em desuso, pois elas podem inferiorizar a qualidade da mensagem.
Mesmo seguindo padrões estabelecidos sobre como se deve redigir um memorando, uma carta comercial, um curriculum vitae, etc., cada pessoa ainda manterá estilos próprios de escrita. Isto é inevitável. Entretanto, as formas como a pessoa usa as palavras e expressões, como as insere no contexto, etc., são coisas que podem e devem ser mudadas de acordo com o avanço do tempo, as novas necessidades e os novos objetivos a serem obtidos. 

terça-feira, 3 de maio de 2016

Redação Acadêmica - parte I: O Rigor do Conteúdo Técnico

A redação acadêmica
é uma redação descritiva
com necessário rigor técnico.




Como outros tipo de redação, a acadêmica exige uma linguagem formal e absolutamente precisa. A diferença principal é que é necessário também o rigor técnico. Não poderia deixar de ser assim, já que seu objetivo principal é comprovar conhecimentos técnicos ou científicos. Para isto o autor necessita adotar procedimentos importantes e se manter atento aos que precisam ser evitados. 
"Acadêmico" é tudo que se relaciona a conhecimentos adquiridos em instituições de ensino, especialmente as de nível superior. Isto significa que a redação acadêmica precisa conter processos relacionados à produção e transmissão de conhecimentos incluindo resultados de pesquisas e extensões reconhecidos formalmente como específicos e comprobatórios desse conhecimento. 
Também como em qualquer outro tipo de redação, acadêmica deve começar por uma apresentação seguida de uma demonstração e finalizada com uma conclusão. Essa demonstração é uma descrição para divulgar, defender ou contestar ideias e conceitos com base em conhecimentos próprios. 
Isto faz com que o texto acadêmico tenha que revelar não somente o conhecimento, mas principalmente o processo de conhecimento. O resultado da pesquisa, a ideia e a dedução do autor têm que ser tornados públicos, senão seus valores serão perdidos em pouco tempo. 

Na próxima postagem: alguns tipos de redação acadêmica. 





quarta-feira, 13 de março de 2013

Pleonasmos podem ser usados, mas com cuidado para não exagerar.

Sabemos que toda lan house disponibiliza internet,
mas a redundância na placa atrai a atenção dos interessados
.
Numa redação,
assim como na vida 
(veja o exemplo na foto), redundâncias 
são excelentes recursos para enfatizar uma ideia 
ou uma informação. 
No entanto, 
é preciso cuidado ao usá-las. 

Os pleonasmos não são sempre erros gramaticais. Há situações em que eles são propositais exatamente para dar ênfase ao que se quer dizer. Pleonasmos são casos em que as redundâncias são propositalmente cometidas com este objetivo e são muito comuns nas expressões que usamos ou ouvimos no dia a dia: "vi com meus próprios olhos", "ele se suicidou", "saí fora", etc. No entanto, numa redação, principalmente dependendo do principal objetivo desta (sendo, por exemplo, uma redação com finalidade formal), é importantíssimo evitá-los.
O pleonasmo é uma redundância que, como se percebe nos exemplos acima, pode ser proposital ou não. Portanto, é uma figura de linguagem. Figuras de linguagem são estratégias usadas por quem escreve para facilitar ao leitor o destaque da ideia principal do texto. Os pleonasmos são figuras de linguagens muito presentes em canções, poesias, na linguagem popular, mas também podem ser importantes - dentro dos devidos limites - como recursos redacionais. Porém, o autor de uma redação precisa ter o cuidado de evitar os chamados "pleonasmos viciosos", que são tão comuns em muitos textos mas simplesmente sem utilidade, tais como "agora neste momento", "atualmente hoje em dia", "nunca jamais", "voltar atrás", etc. 

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

A Redação no Enem em 2017

O que será exigido
na prova de redação 
no Enem este ano?


O Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) deste ano será realizado nos dias 5 e 12 de novembro. Como acontece em todos os anos, a aproximação das datas das provas faz aumentar a preocupação de seus participantes quanto ao que será exigido em relação às redações. O mais importante é estar atento quanto aos temas que são possíveis: os principais assuntos relacionados à política, a problemas sociais, etc., e que estão em evidência na mídia. Portanto, neste caso, meu conselho é o de sempre: assistam aos telenoticiários, leiam jornais impressos e online, revistas atualizadas, etc., tanto quanto puderem. Assistam  pela televisão e ouçam pelo rádio também reportagens, entrevistas e debates sobre todos os assuntos.
Quanto à forma como você deve redigir seu texto na prova, o mais importante é você saber que ele tem que ser dissertativoargumentativo e tão corretamente escrito quanto o autor da redação puder conseguir. Quando dizem que "o mais importante é que se entenda o que o aluno quis dizer", é ainda mais importante lembrar que é exatamente por isto que uma redação muito bem feita é necessária. "Redação muito bem feita" é redação com palavras ortograficamente corretas, bem adequadas ao contexto, paragrafação muito bem elaborada, etc.
O principal objetivo das redações no Enem é fazer com que os estudantes demonstrem sua capacidade de domínio sobre a escrita formal. Isto requer domínio sobre linguagem culta e linguagem coloquial. Eles terão que demonstrar também que compreendem a proposta de redação - isto é, o tema sugerido ou exigido - e por isto eu digo que é preciso que frequentemente leiam jornais, revistas, assistam a reportagens televisivas, etc. Isto é necessário para que eles sejam capazes de organizar, selecionar e interpretar corretamente as informações e os fatos e criar fundamentos para seus argumentos. Para ler mais "dicas" sobre isto, clique aqui