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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Saiba o que é a liberdade de expressão.


O uso de palavrões
numa rede social online,
numa redação
ou em qualquer outra situação
nada tem a ver com a liberdade de expressão.
"Liberdade de expressão" 
é o direito
de expressar opiniões, 
não de usar 
as palavras
ou imagens que quiser.




Há poucos dias eu vi no Yahoo uma postagem de um usuário propondo uma campanha contra o uso de palavrões na internet. Chamou minha atenção uma pergunta feita por outro usuário: "E como fica a liberdade de expressão"? Isto comprova que muitas pessoas pensam, equivocadamente, que "liberdade de expressão" é algo que lhes dá o direito de usarem as expressões ou palavras que quiserem. Um dos principais problemas detectados no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) este ano e nos anteriores foi a dificuldade que os estudantes tem de usar a expressão "liberdade de expressão" com seu significado correto. Infelizmente este é um problema que se verifica com frequência entre muitos brasileiros que utilizam a internet em defesa de suas convicções. Em muitos blogs, websites e em postagens nas redes sociais online, as pessoas postam o que querem, como quiserem e, muitas vezes, ultrapassam certos limites embora elas talvez nem tenham tal intenção ou não percebam isto. Quando alguém as alerta sobre os cuidados que se deve ter com que o que divulga, seja pela internet por qualquer outro meio, elas dizem que tem direito à "liberdade de expressão", muitas vezes sem que isto tenha algo a ver com o contexto em questão. 
A liberdade de expressão é a liberdade manifestar opiniões, ideias e pensamentos. Porém, tudo na vida tem que ter limites, e a liberdade de expressão não deve ser vista como uma exceção quanto a isto.   Toda pessoa, por mais livre que seja ou se sinta, tem a obrigação de fazer todo o possível para evitar constrangimentos a outras pessoas. Em suma: você é livre para fazer ou dizer o que quiser, porém dentro de limites que não são impostos por leis ou regras, mas por você mesmo usando para isto o que se chama de "bom senso" ou "sensatez". Infelizmente, como nem todas as pessoas respeitam os limites do bom senso, as leis e regras se tornam necessárias.
A liberdade de expressão se relaciona principalmente a questões políticas, mas não apenas a elas. O conceito de liberdade de expressão surgiu na Grécia na Antiguidade. Os antigos gregos foram os pioneiros no lançamento dos primeiros princípios de democracia. Não é sem razão que a palavra "democracia" vem do idioma grego - "demos", que significa "povo", e "cratos", que significa "governo", de modo que "democracia" significa "governo do povo". Já naquela época, em Atenas, uma das principais cidades-estados gregas, os cidadãos se dedicavam muito à política. 
Aristóteles era um dos filósofos atenienses que mais incentivavam isto. Ele dizia que os cidadãos atenienses deveriam deixar a maioria dos seus afazeres por conta de seus escravos para que pudessem dedicar mais tempo à política. Devemos considerar, neste caso, que "escravo", em Atenas naquela época, não era uma pessoa submetida a trabalho forçado, a chibatada, etc. Os escravos eram muito bem tratados pelos seus amos, e muitos deles recebiam oportunidades de também se tornarem cidadãos com os mesmos direitos de todo cidadão ateniense.
Devemos também considerar que o conceito de "Estado", na Grécia antiga, não é o mesmo conceito que temos hoje. "Estado", na língua portuguesa, desde o século XIII, significa um conjunto de instituições (governo, forças armadas, funcionalismo público, etc.) que controlam e administram uma nação. É também essa mesma estrutura com capacidade de controlar e administrar um povo de um determinado território (estado, província, município, etc.). Enfim: é um território com estruturas e organização política próprias. Na Grécia antiga, não se diferenciavam o Estado e a sociedade; a própria sociedade era considerada como o Estado, já que todos os cidadãos eram engajados politicamente. 
Em Atenas, aplicava-se a democracia direta. Os cidadãos se reuniam em praças públicas para deliberar sobre todos os assuntos. Todos tinham direito a voz. Porém, é preciso lembrar que "cidadãos", em Atenas, eram apenas os homens livres. Não era permitida a participação política a mulheres, escravos e estrangeiros. Por outro lado, a escravidão em Atenas não era o que nós hoje chamamos de "escravidão", como eu já disse anteriormente. Como os "escravos" eram incumbidos de realizar todas as tarefas manuais de seus amos, estes tinham maior tempo para se dedicar a atividades políticas. Portanto, embora isto pareça um paradoxo, a escravidão existia de tal forma que contribuía para a democracia. Os cidadãos gregos tinham suas consciências políticas fortalecidas por isto. Isto fazia com que eles vissem no próprio Estado sua razão de existir. Consequentemente, sentiam necessidade de se integrar à vida política. Desta forma, eles usavam sua liberdade de expressão para se exprimir politicamente.

No Brasil:

No Brasil, a garantia de liberdade de expressão foi instituída pela primeira vez ainda na Constituição Imperial, em 1824, e mantida até a Constituição Federal de 1937, mas desapareceu durante o governo ditatorial de Getúlio Vargas. O regime que ficou conhecido como "Estado Novo" foi representado por uma ditadura ferrenha contra qualquer publicação ou reprodução de publicação de determinadas informações, principalmente de cunho político. Depois iniciou-se um processo de redemocratização, e a nova Constituição promulgada em 1946 restabeleceu o direito a manifestações de pensamento, exceto em espetáculos e diversões públicas. 
Em seu segundo mandato, alegando a necessidade de regulamentar os crimes de imprensa, Getúlio Vargas reeditou a Lei da Imprensa com exagerada repressão à liberdade de expressão da imprensa. Na  Constituição de 1967, durante o regime militar, o princípio de liberdade de pensamento não foi abolido, mas foi proibido o direito de todos os brasileiros receberem e debaterem certas informações. Quanto à liberdade de expressão, a atual Constituição, promulgada em 1988, diz o seguinte:
  • Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em estado democrático de direito e tem como fundamentos:
    • V - o pluralismo político.
  • Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, liberdade, igualdade, segurança e a propriedade, nos termos seguintes:
    • IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
    • VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
    • IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.
  • Art. 220º A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
    • § 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
    É considerado também "liberdade de expressão" o que geralmente chamamos de "direito de resposta". Se uma pessoa for ou pelo menos se sentir ofendida por algo dito ou publicado por alguém, é dada a ela o direito de resposta. Porém esta resposta deve ser dada da maneira menos agressiva possível. Caso queira, a pessoa ou entidade que recebeu a resposta tem o direito de responder a esta - ou seja, o "direito de contrarresposta". Na internet, por exemplo, a resposta e a contrarresposta podem ser dadas no espaço para comentários em blogs, websites, redes sociais, etc.
    A razão disto é simples: numa rede social ou num blog, a própria pessoa é responsável pelo que ela postar ou compartilhar. Em razão disto, por princípios éticos, ela tem a obrigação de aceitar opiniões contrárias como "direitos de resposta" de qualquer leitor, que também tem a obrigação de expor sua resposta como comentário na própria postagem ou pode fazê-lo através de mensagem particular. Por razões éticas óbvias, caso o autor da postagem tenha recebido a resposta ou comentário como mensagem particular, é óbvio que deve manifestar sua contrarresposta também particularmente, sem expor qualquer coisa a respeito num espaço onde outras pessoas possam ver a contrarresposta.

    Fontes: 
  • "Liberdade e Responsabilidade dos Meios de Comunicação", de Guilherme Düring Cunha - Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, SP (Brasil).
  • "Direito à Informação, Direito à Comunicação", de Aluízio Ferreira - Celso Bastos Editor, 1997 - São Paulo, SP (Brasil).
  • Almanaque Abril-Brasil, edição ano 2002 - Editora Abril - São Paulo, SP (Brasil)

terça-feira, 8 de agosto de 2023

A Liberdade de Expressão

A liberdade de expressão

se refere ao que expressamos,

não à maneira

como expressamos.


Com muita frequência, usuários das redes sociais da Internet reclamam porque seus comentários ou suas postagens foram excluídos, recebendo informações de que não estavam condizentes com as regras da rede. Eles dizem que que isto é uma afronta à liberdade de expressão. No entanto, muitas dessas proibições são causadas pela forma como as pessoas se expressam, não pelo que elas expressam. 

"Expressão" é qualquer manifestação de pensamentos através da fala ou da escrita. As formas como as pessoas empregam as palavras ou as próprias palavras que elas usam é que nem sempre são adequadas. A liberdade de expressão se refere ao direito de manifestação de uma uma ideia ou de uma opinião sobre qualquer tipo de assunto, sem interferências ou retaliações de quem quer que seja. No entanto, é preciso que haja limites: as divergências de opiniões não precisam e nem devem ser ofensivas. Quando há ofensas, há o risco de haver calúnias, difamação, etc. Ou seja: a liberdade de expressão nos dá o direito de expressarmos nossas opiniões, mas temos que ter o cuidado de não incluir xingamentos, ofensas, acusações sem provas, palavras de baixo calão, etc. Resumindo: é preciso saber as diferenças entre "expressão" e "maneiras de se expressar". 

Ilustração: Elias Alves

 

terça-feira, 26 de março de 2013

O que é um "perfil" numa rede social online?

Se você diz
que no seu perfil 
você pode postar o que quiser
e como quiser, 
isto significa 
que você não sabe
o que é uma rede social
nem o que é um "perfil"
numa rede social online. 



A expressão "liberdade de expressão" não significa que você possa se exprimir como quiser, usando palavrões ou termos chulos, etc. Significa apenas que você tem o direito de expressar suas opiniões e ideias. Quando uma pessoa diz que em seu perfil numa rede social online ela se exprime como quiser, ela demonstra que não sabe o que significam "liberdade de expressão", "rede social" e "perfil" numa rede social online. 
Quando um empregador diz a uma pessoa que lhe solicita emprego que infelizmente seu perfil não combina com o que a empresa precisa, a palavra "perfil" é uma referência à forma como a pessoa se apresenta quanto ao jeito de falar, as roupas que costuma usar, ao jeito como se senta, gostos, opiniões, comportamento, etc. Ou seja, "perfil" é o conjunto das características de uma pessoa. 
"Rede social" é qualquer estrutura social composta por pessoas com objetivos comuns. São exemplos de redes sociais uma turma de alunos de um curso, um sindicato, uma associação de moradores de um bairro, um conjunto de membros de uma igreja, os moradores de um condomínio, etc. As redes sociais online ou virtuais (Facebook, Linked In, Orkut, etc.) são redes sociais que diferem das outras apenas pelo fato de que os participantes não precisam estar fisicamente próximos para se relacionarem. 
O espaço que uma pessoa utiliza numa rede social online é chamado erroneamente de "perfil". Na verdade, o espaço utilizado pelo usuário da rede não é do usuário, é da rede. Esse espaço é cedido ao usuário pela empresa que fornece a rede (Facebook, por exemplo). O usuário pode administrar esse espaço como quiser (com certos limites e regras, evidentemente). O "perfil" do usuário é a forma como as outras pessoas que participam da rede interpretarão como ele é, através de suas postagens em sua própria página e de seu comportamento na rede. Por isto, o membro de uma rede social online não pode, nem mesmo no espaço em que expõe seu perfil, postar o que quiser e como quiser. Como ele tem a liberdade de administrar como quiser o espaço que utiliza, precisa lembrar que está participando de uma rede social juntamente com pessoas de raças, credos, profissões e condições sociais diferentes, de faixas etárias diferentes, experiências de vida diferentes, e que todas essas pessoas tem que ser igualmente respeitadas. Por isto, ele tem o direito de revelar seus gostos, suas opiniões, etc., mas antes de fazer uma postagem tem que pensar bem, e muito, sobre o quê e como postará, pois ele será o único responsável por tudo que a postagem poderá causar depois. 

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Erros na pontuação e na ortografia podem causar até tragédias.


Mesmo na informalidade,
o cuidado em escrever corretamente
é muito importante.


Um amigo meu lembrou certa vez o que ele observou em duas edições diferentes da Bíblia. Numa delas, segundo ele, havia aquela passagem em que Jesus dizia a um dos ladrões crucificados: "Eu lhe digo hoje: eu estarei no céu contigo." Na outra estava escrito: "Eu lhe digo: hoje eu estarei no céu contigo." É claro que houve um erro de pontuação em um dos dois casos, mas a dúvida do meu amigo era: em qual deles? Essa dúvida tem sua razão porque cada uma das duas frases tem sentido diferente do da outra por causa da posição dos dois pontos (:). A primeira informa que Jesus disse que estaria com o ladrão no céu, mas não garantiu quando. A segunda informa que Jesus garantiu que seria no mesmo dia em que ele falou com o ladrão.
Lembrei-me disto para explicar o quanto o cuidado com o uso incorreto dos tipos de pontos - dois pontos (:), interrogação (?), exclamação (!), reticências (...), etc. - pode causar uma interpretação equivocada por parte de quem lê o que escrevemos. O mesmo acontece com relação a todas as regras gramaticais. Com frequência, quando isto ocorre nas redes socais, alguém comenta alegando o direito à liberdade de expressão como se fosse uma garantia  de direito de escrever com erros ou sem considerar regras gramaticais, especialmente as de pontuação. Isto comprova a necessidade dessas pessoas procurarem pesquisar mais e aprender o real significado de "liberdade de expressão". Pode parecer exagero para muitos, mas a não observância da necessidade do uso correto de pontuações e ortografias pode causar até problemas graves.
Na foto, o que está exposto não é exatamente o que se chama "redação", mas uma advertência: "ÔNIBUS E CAMINHÕES EXCETO CARGA E DESCARGA", acompanhada pelo sinal de proibição de estacionamento. Como não foi usada a pontuação, está difícil entender se é permitido estacionamento em casos de carga e descarga ou se é permitido do estacionamento de ônibus e caminhões mas proibido para carga e descarga. Sem a pontuação, as duas interpretações são possíveis. Isto comprova o problema que causa um texto maior sem a pontuação ou com pontuação incorreta.
Em muitas situações, o mesmo pode ocorrer quanto ao que se posta numa rede social. Tudo porque, no caso das pontuações, muitas pessoas não tem o devido cuidado de observar os significados dos nomes dos pontos e os locais corretos para se colocar a vírgula. Por exemplo, um ponto de exclamação (!) só pode ser usado ao final de uma exclamação. Um ponto de interrogação (?) só pode ser usado quando encerra uma pergunta, pois "interrogação" significa "pergunta". As reticências (...), que nas redes sociais são muito usadas para finalizar uma frase, só podem ser usadas para indicar que a frase não está finalizada. Se os pontos não forem utilizados para suas finalidades já predeterminadas, isto dá ao leitor todo o direito de ter interpretações equivocadas, pois foi a própria pessoa que escreveu que o induziu a isto.
A liberdade de expressão nada tem a ver com a forma de escrever correta ou incorretamente. Ela apenas nos garante o direito de expressar pensamentos e opiniões pessoais.  Esse mesmo direito nos obriga a nos expressarmos rigorosamente correta na fala e principalmente na escrita, mesmo em tom informal. Isto porque, principalmente na escrita, algumas incorreções induzem muitos leitores a terem interpretações até contrárias ao que o autor ou a autora do texto realmente quis dizer. Numa rede social online, por exemplo, a postagem não precisa ser formal, mas tem que ser tão correta quanto possível, especialmente quanto à pontuação, exatamente para não deixar dúvidas ou pelo menos evitar o máximo possível de interpretações equivocadas.

terça-feira, 26 de março de 2013

O que é um "perfil" numa rede social online?

Se você diz
que no seu perfil 
você pode postar o que quiser
e como quiser, 
isto significa 
que você não sabe
o que é uma rede social
nem o que é um "perfil"
numa rede social online. 



A expressão "liberdade de expressão" não significa que você possa se exprimir como quiser, usando palavrões ou termos chulos, etc. Significa apenas que você tem o direito de expressar suas opiniões e ideias. Quando uma pessoa diz que em seu perfil numa rede social online ela se exprime como quiser, ela demonstra que não sabe o que significam "liberdade de expressão", "rede social" e "perfil" numa rede social online. 
Quando um empregador diz a uma pessoa que lhe solicita emprego que infelizmente seu perfil não combina com o que a empresa precisa, a palavra "perfil" é uma referência à forma como a pessoa se apresenta quanto ao jeito de falar, as roupas que costuma usar, ao jeito como se senta, gostos, opiniões, comportamento, etc. Ou seja, "perfil" é o conjunto das características de uma pessoa. 
"Rede social" é qualquer estrutura social composta por pessoas com objetivos comuns. São exemplos de redes sociais uma turma de alunos de um curso, um sindicato, uma associação de moradores de um bairro, um conjunto de membros de uma igreja, os moradores de um condomínio, etc. As redes sociais online ou virtuais (Facebook, Linked In, Orkut, etc.) são redes sociais que diferem das outras apenas pelo fato de que os participantes não precisam estar fisicamente próximos para se relacionarem. 
O espaço que uma pessoa utiliza numa rede social online é chamado erroneamente de "perfil". Na verdade, o espaço utilizado pelo usuário da rede não é do usuário, é da rede. Esse espaço é cedido ao usuário pela empresa que fornece a rede (Facebook, por exemplo). O usuário pode administrar esse espaço como quiser (com certos limites e regras, evidentemente). O "perfil" do usuário é a forma como as outras pessoas que participam da rede interpretarão como ele é, através de suas postagens em sua própria página e de seu comportamento na rede. Por isto, o membro de uma rede social online não pode, nem mesmo no espaço em que expõe seu perfil, postar o que quiser e como quiser. Como ele tem a liberdade de administrar como quiser o espaço que utiliza, precisa lembrar que está participando de uma rede social juntamente com pessoas de raças, credos, profissões e condições sociais diferentes, de faixas etárias diferentes, experiências de vida diferentes, e que todas essas pessoas tem que ser igualmente respeitadas. Por isto, ele tem o direito de revelar seus gostos, suas opiniões, etc., mas antes de fazer uma postagem tem que pensar bem, e muito, sobre o quê e como postará, pois ele será o único responsável por tudo que a postagem poderá causar depois. 

sexta-feira, 29 de julho de 2016

A Importância da Redação na Vida

As redações dos estudantes
evidenciam sinais básicos
de seu preparo para a vida. 
Através da redação,
os estudantes revelam aptidões
para a vida na sociedade.


Os professores que dizem que não se deve dar tanta importância às redações nas provas estão prestando um desserviço aos seus alunos e à educação. Através das redações, as pessoas - não somente os estudantes - demonstram sua cultura geral e suas capacidades de raciocínio concludente. Essas capacidades são comprovadas nos textos em que os autores mostram suas argumentações com coerência e apresentam suas deduções da mesma maneira. 
No Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) e nos vestibulares, essa coerência deve ser rigorosamente cobrada e exigida nas redações. Por mais que os temas propostos pareçam abstratos, não condizentes com a realidade vivida pelos estudantes, é preciso que eles saibam que tudo que acontece no Universo tem alguma forma de relação com todas as pessoas, e eles não são exceções. Por isto as redações sempre têm e precisam ter influências enormes nas notas gerais. Nas redações, eles têm a necessidade e a oportunidade de mostrar que sabem como essas relações acontem ou, se assim pensam, por que acham que elas não existem. 
Esses também são motivos que fortalecem a necessidade de que haja a mais rigorosa obediência às regras gramaticais nas redações. Elas precisam ser bem entendidas por quem as lerá, e as regras da gramática existem exatamente para facilitar esse entendimento. As redações não são apenas uma obrigatoriedade "chata" imposta aos estudantes; elas são oportunidades que eles têm para oferecer sugestões à sociedade em geral. Mesmo que essas sugestões jamais sejam adotadas, resta o fato de que, ao fazer a redação, eles não deixaram de tentar dar suas contribuições. 
No Enem e nos vestibulares, os temas propostos são geralmente genéricos. Isto é ótimo para os estudantes, pois lhes permite amplas oportunidades para várias opções de abordagem. Os corretores avaliarão os textos, não as opiniões de seus autores, mas estes recebem e usam a oportunidade de se expressar - isto é: a tão solicitada e necessária liberdade de expressão. Neste ponto, é importante lembrar que "liberdade de expressão" é liberdade para expor ideias, opiniões, sugestões, não para escrever como quiser. Portanto, palavras abreviadas como as usadas na Internet, jargões, termos chulos, têm que ser evitados. Também devem ser evitados ditados populares, frases bíblicas e outros recursos que pareçam intenções de apenas ocupar espaços nas folhas de redações. 
Se há "professores" que dizem que, numa prova, não se deve dar tanta importância à redação, felizmente há professores que afirmam o contrário. Estes consideram as redações como as formas mais eficientes de avaliar as condições dos estudantes no Enem e nos vestibulares, e dos candidatos nos processos seletivo (concursos públicos). Realmente, as habilidades necessárias à produção de uma boa redação, demonstrando capacidade de argumentações coerentes e uso correto da norma culta do idioma, são os primeiros passos para o sucesso na vida profissional e para consolidar o sucesso na vida social. Os textos não precisam ser totalmente corretos, mas têm que ser corretos o suficiente para comprovar que seus autores são capazes de se expressar eficazmente em qualquer situação. Isto é muito importante para a vida.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Estude Direitos Civis e Direitos Políticos

Quem sabe mais
sobre direitos civis e políticos
tem mais chances
de obter as melhores notas.

"Estudante" é uma pessoa que estuda ou precisa estudar. "Estudar" é se preparar para a vida. Isto significa que não basta estudar apenas as disciplinas escolares. O que se aprende nas escolas são apenas bases para o que é preciso aprender na vida. É por isto que diz um ditado que "a verdadeira escola é a vida". É também por isto que os temas propostos para redações no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) e nos vestibulares são sempre relacionados a problemas sociais ou assuntos políticos. 
Esta é uma forma de verificar o que os estudantes sabem, por exemplo, sobre seus próprios direitos. Afinal, os temas propostos sempre são, de alguma forma, relacionados a direitos civis ou políticos ou a ambos os tipos de direitos. 
Os direitos civis e políticos estão dentro de uma área chamada "direitos humanos". São direitos à vida, à liberdade, à propriedade privada, à liberdade de expressão, de crença, etc. No Brasil os direitos políticos são determinados pela Constituição Federal (veja-a aqui). Na própria Constituição, você verá que muitos direitos políticos são também civis.
É importante saber que "liberdade de expressão" é o seu direito de expressar suas ideias e opiniões sobre o que quiser. Isto não lhe dá o direito de expor palavrões ou ofensas numa redação. Não se deve confundir "expressar o que quiser" com "expressar-se como quiser". Como o direito de cada pessoa não pode interferir nos direitos de outra, cabe a cada uma delas respeitar seus próprios limites. 
Entre os direitos civis, há o econômico, os direitos ao trabalho, à educação, à saúde, à previdência social, à moradia, à distribuição de renda, etc. Alguns são individuais, outros são coletivos (extensivos à família, aos moradores de um bairro, aos habitantes de uma cidade, ao povo do estado ou do país, a estrangeiros, etc.). Entretanto, é importante que os estudantes estudem sobre todos os tipos de direitos tanto quanto possível. Aprender nunca é demais. Não apenas para obter boas notas em redação, mas para facilitar as formas corretas de enfrentar problemas futuros.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Erros Gramaticais Comuns em E-mails e nas Redes Sociais que Podem Causar Problemas Graves

Uma palavra usada indevidamente
pode fazer você perder até o emprego
ou a oportunidade de ser empregado.

- Foto: Arquivo Google -
Uma vírgula na posição errada,
uma palavra em lugar de outra,
podem lhe causar 
mais problemas
do que você imagina.

Redigir bem significa escrever bem, e isto é muito fácil. Basta que estejamos atentos a todos os detalhes quando escrevemos. Mesmo quando escrevemos informalmente, como o fazemos nas redes sociais online, é preciso termos muito cuidado com o uso das palavras mais básicas do nosso cotidiano. A pessoa que escreve só deve substituir uma palavra por outra quando tiver certeza absoluta de que as duas palavras tem o mesmo significado. Nas redes sociais, muita gente está usando a palavra "mais" em lugar de "mas". Quando alguém na grafia digitando, por exemplo, "pluso" em vez de "pulso", torna-se fácil percebermos o erro. Porém, quando alguém digita "mais" em vez de "mas" ou "sinto" em vez de "cinto", não errou simplesmente a grafia: trocou uma palavra por outra de significado diferente, e isto muitas vezes causa confusões que podem até mesmo levar tanto quem escreve quanto quem lê a situações indesejáveis.
O problema se agrava ainda mais quando se percebe, através do Enem, de concursos públicos e de vestibulares, as formas como as pessoas escrevem na internet estão sendo usadas também nas provas. Numa prova, a redação não pode ser informal, as palavras não podem ser reduzidas (não se pode substituir "você" por "vc", "porque" por "pq"), e nem se pode escrever assim em qualquer outro espaço, em formulários ou outros documentos. Mesmo a informalidade tem que ter limites.
Portanto, é muito importante que o usuário da internet escreva sempre as palavras de forma correta, para evitar que as "abreviações" e os erros gráficos se tornem um hábito.

Muita gente pensa que o fato de poder se comunicar de maneira informal permite a comunicação de forma incorreta. Este é um grande equívoco através do qual muitas pessoas que usam redes sociais estão sempre causando confusões, pois frequentemente publicam textos dizendo, muitas vezes, o contrário do que realmente queriam dizer. A preocupação em querer escrever cada vez menos, com textos menores, palavras reduzidas, etc., frequentemente causa desatenções de quem escreve, sem que a própria pessoa perceba isto. Isto resulta em erros muitas vezes constrangedores. Para que isso não ocorra, os textos de e-mail e as postagens e comentários em postagens, mensagens privadas, etc.,  nas redes sociais devem ser simples mas ao mesmo tempo corretos, exigindo cuidados com sua releitura e acertos no tom da mensagem.
Dependendo de cada caso e de cada situação, uma palavra usada indevidamente pode não causar problema algum, mas pode também causar situações constrangedoras e até demissões para quem escreve. Também pode fazer aquela oportunidade de emprego ir por água abaixo. 
No trabalho, onde a comunicação pode custar dinheiro ou mesmo causar uma demissão, um e-mail deve ser redigido com toda a atenção para não dar margem a mal-entendidos. O mesmo deve ocorrer com relação a postagens em redes sociais. Deve-se priorizar três pontos: simplicidade, clareza e objetividade. 

  • Use palavras comuns, sem expressões rebuscadas que possam complicar a mensagem, mas também evite palavras vulgares demais.

  • Use a simplicidade, mas sem descuido. Evite repetição de termos sem necessidade, abreviações obscuras ou construções de frases truncadas.

  • Para um texto conciso e claro, basta relê-lo e evitar termos desnecessários. Evite muitas palavras no que se pode dizer com poucas.

  • Ter em mente o receptor de sua mensagem e tentar adequar o tom, com o cuidado de reler no final o texto.

  • Cuidado com palavras mal colocadas e destinatários errados. Uma simples mensagem destinada à pessoa por engano pode causar grandes problemas.

  • Textos inteiros em letras maiúsculas (CAPS LOCK ativado), na maioria dos casos, dão a entender que você está gritando. Se quiser destacar algo, sublinhe ou coloque entre aspas. Se o programa utilizado na comunicação permitir, use o itálico ou o negrito , mas sempre de forma moderada para não poluir o texto.
  • Erros de grafia: em conversas informais é normal que a norma culta da língua seja posta de lado. O que não quer dizer que se possa escrever de qualquer jeito. Atenção para os erros que podem mudar o significado do que se quis dizer:
    A palavra "mas" significa "oposição", "situação contrária". Exemplo:
    - Eu pretendia ir ao cinema ontem, mas não pude.

    A palavra "mais" significa uma adição. Exemplo:
    - Ontem eu fui ao cinema mais uma vez.  vez de "dê" e assim por diante. 

    Nas redes sociais, ou em qualquer outro espaço, o uso de "mais" em vez de "mas" ou vice-versa muda todo o sentido do que realmente se quer dizer. O mesmo acontece quando se escreve "de" (preposição) em vez de "dê" (flexão do verbo dar), "sinto" (flexão do verbo sentir) e vez de "cinto" (peça de vestuário), etc.
  • Pontuação: por mais informal que seja, o leitor pode não conseguir acompanhar o fluxo de pensamento do redator. Daí a necessidade de pausas. Por isto é muito necessária a atenção à pontuação e à divisão de parágrafos. É preciso cuidado especial com a colocação da vírgula: colocada em local errado, ela muda o sentido do que se quer dizer. Exemplo:
    1 - Em resposta, a você eu digo exatamente o que eu penso.
    2 - Em resposta a você, eu digo exatamente o que eu penso.

    No exemplo 1, fica a impressão de que a pessoa está afirmando que só diz o que pensa quando fala com você. No exemplo 2, está claro que a pessoa está informando que costuma dizer sempre o que pensa, e que esta informação é uma resposta a uma pergunta ou uma dúvida que você revelou.
  • Respostas: ao enviar respostas em fóruns, listas de discussão ou debates em redes sociais como o Facebook, por exemplo, procure ser claro sobre o que está falando ou a que está se referindo. Copie e cole um trecho da questão, dê nome ao que você pretende responder e evite deixar sua réplica solta sem referências às mensagens prévias nas quais você se baseou.
  • "Público x privado": o cuidado com o que se publica é essencial para evitar mal-entendidos e situações constrangedoras. O exemplo mostrado aqui é muito comum no Facebook e em outras redes sociais: o uso do "x" como se significasse "e". Usado desta forma, o "x" significa "contra". No futebol, por exemplo, "Flamengo x Vasco" não significa "Flamengo e Vasco"; significa "Flamengo contra Vasco". Como o meio virtual permite respostas muito rápidas e publicações instantâneas, pense antes de tornar públicos seus pensamentos. Por isso pense, escreva, leia o que escreveu e só depois publique na internet. Lembre-se que suas opiniões ficarão registradas e podem ser facilmente associadas ao seu nome numa busca rápida. Evite também publicar informações que possam lhe causar problemas, como críticas ao seu chefe ou seu endereço.
  • Não use palavrões nas postagens, nem nos comentários. "Liberdade de expressão" não significa escrever como quiser; significa dar a opinião ou expressar o pensamento que quiser, mas a forma de escrever tem que ser dentro do devido respeito a todas as pessoas que poderão ler suas postagens e seus comentário. Mesmo algumas pessoas que lhe dirão que não vêem nada demais nisso podem não estar sendo sinceras e depois falarão mal de você particularmente a alguém. Portanto, assim como você não deve usar palavrões, também não deve compartilhar postagens com palavrões nem aceitar comentários com palavrões nas suas postagens. 

Esses "pequenos detalhes" são importantíssimos para se verificar a necessidade do cuidado com o que se publica. Isto é essencial para evitar mal-entendidos e situações constrangedoras. Como as redes sociais permitem publicações instantâneas e respostas igualmente instantâneas, pensar no que se pretende escrever e na forma como se deve escrever é muito mais importante do que simplesmente  escrever de forma mais resumida e rápida possível. É preciso primeiro pensar no que se pretende escrever e ler o que escreveu colocando-se no lugar do leitor antes de publicar. 

segunda-feira, 25 de março de 2013

Alunos usam espaço para redação no Enem para criticar o próprio Enem



O quadro acima (fonte: universia.com.br) 

revela as seis principais razões

que fazem os participantes do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem)

obterem nota zero nas redações.
Porém, outras atitudes dos próprios alunos

trazem maios problemas para eles mesmos. 






No Enem do ano passado, muitos alunos usaram os espaços da redação para criticar o sistema de correção de redações do próprio Enem. Apesar do direito à liberdade de expressão ter que ser respeitado, utilizar o espaço para redação como forma de usar essa liberdade é um erro que o aluno comete contra si mesmo, por uma razão muito simples: ele comete o equívoco citado como "razão 2" no quadro acima, "fugindo" ao tema ou aos temas sugeridos na prova. 
Há também redações feitas em tom de deboche. Este é um outro erro que o aluno comete contra si mesmo. As razões são as mesmas citadas acima: ele foge ao tema sugerido e deixa transparecer seu desconhecimento sobre o mesmo. Alunos que praticam tais atos devem ter em mente que isto poderá ter profundos reflexos negativos em sua futura vida profissional, embora ele talvez não consiga visualizar essa realidade. 
Sabemos que o nível de aprendizagem do Brasil é um dos mais baixos do mundo. O PISA (Programa Internacional de Pesquisa de Aprendizagem) revela isto todos os anos. Porém, acho que muito mais do que expor a fragilidade do sistema de correção, redações desse tipo evidenciam duas possibilidades, e ambas são muito ruins para o próprio aluno.
1 - É bem provável que ele esteja utilizando esse recurso para disfarçar a realidade: ele não sabe produzir uma boa redação ou está desinformado sobre o tema sugerido. 
2 - O aluno pode até saber produzir uma boa redação, mas ao fazer esse tipo de "deboche", joga fora a excelente oportunidade de demonstrar o que sabe. 
Embora eu tenha exposto aqui apenas suposições, há uma realidade inegável e muito evidente: qualquer que seja a situação, quando o aluno tem esse tipo de comportamento, ele é o único que perde boas oportunidades. O motivo é bastante claro: se já existe dificuldade de contratação de corretores de qualidade, atitudes como esta dificultam a correção. Resultado final: o efeito negativo se volta contra o próprio aluno. 

Alunos usam espaço para redação no Enem para criticar o próprio Enem



O quadro acima (fonte: universia.com.br) 

revela as seis principais razões

que fazem os participantes do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem)

obterem nota zero nas redações.
Porém, outras atitudes dos próprios alunos

trazem maios problemas para eles mesmos. 






No Enem do ano passado, muitos alunos usaram os espaços da redação para criticar o sistema de correção de redações do próprio Enem. Apesar do direito à liberdade de expressão ter que ser respeitado, utilizar o espaço para redação como forma de usar essa liberdade é um erro que o aluno comete contra si mesmo, por uma razão muito simples: ele comete o equívoco citado como "razão 2" no quadro acima, "fugindo" ao tema ou aos temas sugeridos na prova. 
Há também redações feitas em tom de deboche. Este é um outro erro que o aluno comete contra si mesmo. As razões são as mesmas citadas acima: ele foge ao tema sugerido e deixa transparecer seu desconhecimento sobre o mesmo. Alunos que praticam tais atos devem ter em mente que isto poderá ter profundos reflexos negativos em sua futura vida profissional, embora ele talvez não consiga visualizar essa realidade. 
Sabemos que o nível de aprendizagem do Brasil é um dos mais baixos do mundo. O PISA (Programa Internacional de Pesquisa de Aprendizagem) revela isto todos os anos. Porém, acho que muito mais do que expor a fragilidade do sistema de correção, redações desse tipo evidenciam duas possibilidades, e ambas são muito ruins para o próprio aluno.
1 - É bem provável que ele esteja utilizando esse recurso para disfarçar a realidade: ele não sabe produzir uma boa redação ou está desinformado sobre o tema sugerido. 
2 - O aluno pode até saber produzir uma boa redação, mas ao fazer esse tipo de "deboche", joga fora a excelente oportunidade de demonstrar o que sabe. 
Embora eu tenha exposto aqui apenas suposições, há uma realidade inegável e muito evidente: qualquer que seja a situação, quando o aluno tem esse tipo de comportamento, ele é o único que perde boas oportunidades. O motivo é bastante claro: se já existe dificuldade de contratação de corretores de qualidade, atitudes como esta dificultam a correção. Resultado final: o efeito negativo se volta contra o próprio aluno. 

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

A Principal Competência em Redação no Enem e no Vestibular

Abordar problemas sociais numa redação
não é tão simples quanto parece.
Para tratar de problemas sociais numa redação,
o estudante precisa
ter boas noções
de direitos humanos. 


Três competências básicas são exigidas aos alunos para a avaliação das redações feitas no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). Cada uma delas vale de zero a 200 pontos. A nota final é o total dessa pontuação. Duas delas são saber escrever corretamente e apresentar argumentações de forma adequada. A terceira requer uma intervenção, não apenas uma solução para problemas sociais. O problema é que, para isto, o aluno precisa ter boas noções sobre direitos humanos. O problema maior é que, dado o baixíssimo nível qualitativo do sistema educacional brasileiro, coloca-se em dúvida se tal sistema está em condições de dar aos alunos as bases necessárias para a discussão sobre um assunto tão complexo.
Dizem que "direitos humanos" são direitos civis e políticos. Vejo nisto uma redundância, já que os direitos políticos são também civis e, como "política" envolve tudo que se relacione a atividades e interesses dos cidadãos, todos os direitos civis também podem ser considerados também direitos políticos. Entretanto, o conceito geral de "direitos humanos" que se utiliza atualmente é muito mais complexo: envolve direitos à vida, à propriedade privada, à liberdade de expressão, de crença, de igualdade formal, de igualdade social. Envolve também direitos econômicos, sociais, culturais, educacionais, à previdência social, à moradia, etc. Há professores que dizem que dizem que uma redação no Enem pode ser feita em dois ou três parágrafos e em poucas linhas. Minha pergunta é: como eles acham que é possível abordar algo tão complexo num texto com dois ou três parágrafos?
Os temas sociais apresentados aos alunos no Enem e no vestibular são muito complexos para eles porque, embora digam que o aluno deve sugerir soluções para os problemas, na verdade são exigidas intervenções. Em outras palavras: em vez de sugerir como solucionar os problemas, o aluno terá que sugerir como enfrentá-los. Enfrentar um problema é bem diferente de apenas sugerir soluções. Vem daí a principal dificuldade para as argumentações. A proposta de uma intervenção social precisa completar mais de uma ação. O ideal é que sejam, no mínimo, três ações bem detalhadas, relacionadas entre si e bem definidas.
Tudo isto envolve muito mais do que apenas estudar e treinar redação. É necessária a orientação ostensiva de professores - não apenas dos de Língua Portuguesa, mas principalmente dos que lecionam matérias relacionadas às ciências sociais e humanas. Neste contexto, algumas expressões usadas de forma equivocada na redação podem ser interpretadas como desrespeito a direitos humanos. Aconselho aos alunos de ensino médio que, antes do próximo Enem, exijam que seus professores lhes orientem e ensinem sobre os principais fundamentos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. 

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Direitos, Garantias Fundamentais e Deveres

Numa redação,
é preciso saber diferenciar
o que é direito
e o que você pensa
que é seu direito.


O que você pensa que é seu direito ou gostaria que o fosse é diferente do que as leis dizem que é seu direito. Numa redação numa prova, se você se referir aos seus direitos sem demonstrar pelo menos um pouco de conhecimento as diferenças em relação a isto, poderá perder pontos. Direito não é, como muita gente pensa, a condição de poder fazer o que quiser ou ter o que quiser. Direito é a capacidade de uma pessoa ser beneficiada de alguma forma, realizando qualquer ato ou obtendo qualquer desejo desde que isto seja de acordo com as leis vigentes no país e em conformidade com as relações com outras pessoas e a sociedade em geral. Portanto, para qualquer pessoa exercer seus direitos, é preciso estar de acordo com os costumes, o senso comum e as regras sobre moral e ética. Em outras palavras: é necessária a obediência às regras que estabelecem limites entre o que se quer e o que se pode. É por isto que se costuma dizer que os direitos de uma pessoa terminam onde começam os das outras.
O direito de postar o que quiser numa rede social online, por exemplo, é chamado "direito subjetivo". Geralmente o direito subjetivo é relativo a um ato trilateral: o ato em que quem o praticou se considera com o direito de praticá-lo sem dar satisfações à pessoa a quem pretende atingir e a outras que se sentem atingidas direta ou indiretamente. No caso de postagens em redes sociais, isto costuma ser confundido com "liberdade de expressão" (leia sobre isto aqui e aqui). Não deve ser confundido com "direito público subjetivo", que é o direito a coisas como educação, tratamento de doenças, moradia, etc.
Em relação a tudo que existe, existe sempre o contrário. Se há um "direito subjetivo", é porque existe o "direito objetivo". Este é relacionado a regras para o comportamento das pessoas dentro de um grupo social, autorizando a cada pessoa o direito à sua própria decisão para fazer ou não fazer algo. Portanto, o direito objetivo tem origem muito mais cultural do que apenas jurídico. Resulta da necessidade de satisfazer certas necessidades sociais através de regras de conduta mais objetivas. Isto se chama "objetivação do direito".
Se existe o contrário em relação a cada coisa que existe, para cada direito existe um dever, uma obrigação a ser cumprida por quem exerce qualquer direito. Essa relação entre direitos e deveres se chama "relação obrigacional". Ela faz com que a pessoa que exerce seu direito se torne uma espécie de credor, mas também se torna um devedor porque passa a ter uma dívida que deve ser paga em troca do direito que recebeu ou pretende receber. É quando, por exemplo, o cidadão paga impostos para ter direito a benefícios como cidadão. Do outro lado, está o credor (que pode ser uma pessoa, empresa, órgão público, etc.), que também se torna devedor por ter que conceder o direito adquirido pelo cidadão. Dependendo de cada situação, tanto o credor como o devedor podem ser pessoas físicas ou pessoas jurídicas.
Para verificar os conceitos de garantias fundamentais, se você for um(a) observador(a) perspicaz, perceberá quais são algumas dessas garantias através dos conceitos explicados acima, sobre direitos e deveres. Uma "dica": é óbvio que, quando são estabelecidos direitos, também são estabelecidos deveres e, entre os direitos e os deveres, as garantias - especialmente as fundamentais (pesquise aqui).