segunda-feira, 6 de novembro de 2017

O Que Você Precisa Saber Sobre Pesquisas de Opinião Pública

Podem as opiniões
de algumas pessoas
representar
as de um grande grupo?



As próximas eleições em que os eleitores brasileiros escolherão seus candidatos a presidente e vice-presidente da República, governadores e vice-governadores de seus estados, deputados estaduais e federais e senadores, ocorrerão em outubro do próximo ano. Portanto, já falta menos de um ano. Até lá, poderão ocorrer muitas ocasiões em que alguns de vocês terão que fazer redações sobre as tais "pesquisas de opinião pública.  Um pensamento muito comum entre pessoas que duvidam dos resultados dessas pesquisas: "Eu nunca fui entrevistado por um pesquisador, e não conheço alguém que tenha sido." E têm razão. Afinal, é difícil acreditar, por exemplo, que a maioria dos eleitores brasileiros prefere este ou aquele candidato à eleição se muitos desses eleitores não foram entrevistados - isto é, não tiveram a oportunidade de revelar suas opiniões.
Esta é a razão pela qual os estudantes, assim como todos nós, precisam saber como essas pesquisas são realizadas pelo Ibope, Datafolha, etc. Em primeiro lugar, é preciso saber que "opinião pública" é o nome que se dá à participação popular com críticas às diretrizes de uma sociedade. Em outras palavras: a opinião pública é o senso comum no qual estão inseridas as ideias compartilhadas pela maioria das pessoas da sociedade, de um povo, etc. Quando se diz que a opinião pública demonstra a insatisfação do povo quanto ao governo, isto quer dizer que a sociedade civil expressa sua posição contra o governo. 
"Sociedade civil" é o conjunto de instituições (as famílias, por exemplo, mas não somente estas) que constituem as bases e os alicerces da sociedade. "Senso comum" é uma suposta compreensão de um grupo de pessoas sobre um determinado assunto revelando pontos em que as opiniões são iguais ou pelo menos se assemelham. Portanto, a sociedade civil não inclui grupos de pessoas ditas "marginalizadas". Considera apenas as pessoas que, de alguma forma, participam da sociedade. 
Às vezes, a pesquisa de opinião ou pesquisa de opinião pública é chamada "sondagem". Seu resultado é proveniente de um levantamento estatístico de uma amostra de opinião pública. Geralmente as pesquisas são realizadas através de algumas perguntas feitas a um determinado grupo de pessoas extrapolando as respostas como se estas representassem as opiniões de um grupo maior considerando o que os pesquisadores chamam de "intervalo de confiança". Ocorre que esse intervalo é um tipo de estatística baseada num parâmetro populacional desconhecido. Para explicar o que é esse parâmetro populacional, suponhamos, por exemplo, um pesquisa sobre futebol. O número total de entrevistados que se revelaram interessados em futebol representa o parâmetro. Se considerarmos que, entre os entrevistados que gostam de futebol, a maioria tem entre 30 e 35 anos de idade, este será um outro parâmetro: o parâmetro por faixa etária.
Como está dito no parágrafo anterior, esses parâmetros são de fato desconhecidos. Conhecê-los é muito difícil ou impossível, pois não há como obter dados da população inteira, nem mesmo em apenas uma cidade. Essa dificuldade é ainda maior quando se trata de uma pesquisa nacional, pois aí estaremos nos referindo às opiniões de mais de 200 milhões de pessoas. No exemplo acima eu citei a faixa etária, mas no caso de opiniões sobre eleições, temos que lembrar que todos os brasileiros com idades acima de 16 anos já são eleitores.
Na tentativa de resolver esse problema, também há a opção das "pesquisas por amostra". Neste caso, usam-se as expressões "número de elementos", "média" e "variância". O "número de elementos" é o total de pessoas incluídas na pesquisa. A média é o número de pessoas entrevistadas pelo qual se revela um ponto em comum entre algumas opiniões. Ela funciona como um ponto de equilíbrio das frequências num histograma, que é uma representação gráfica como a da ilustração abaixo.


O histograma tem caráter preliminar e é considerado muito importante como indicador na distribuição de dados. Esses dados são previamente tabulados e divididos em categorias. Uma dessas categorias pode ser, por exemplo, a faixa etária, tal como na ilustração. Ele ajuda a fortalecer a teoria da probabilidade que leva à variância. Esta, como o nome indica, é uma variável aleatória. É quantitativa, mas dependente de valores aleatórios.
Suponha o resultado do lançamento de um dado que pode dar qualquer número de 1 a 6. Pode-se conhecer possíveis resultados, mas o resultado de fato dependerá de fatores de "sorte" ou "coincidências". Lembrei-me do exemplo de "um número qualquer de 1 a 6" porque, para imaginar como isto funciona, o dado ao qual me refiro não significa informação obtida. Refiro-me mesmo ao dado como o da ilustração que está no centro da postagem.

domingo, 5 de novembro de 2017

O que é "lavagem de dinheiro"?

Estudantes perguntam
o que é 
e como abordar o tema
numa redação.


É gratificante saber que estudantes de ensino médio estejam interessados em temas como este querendo saber de que modo podem incluí-lo nos contextos de suas redações. Isto significa que estão atentos aos problemas que ocorrem no Brasil e às principais notícias que surgem nos noticiários. Mesmo que o Exame Nacional de Ensino Médio já tenha sido realizado hoje, temas como este ainda podem ser exigidos em outras situações - vestibulares e concursos públicos, por exemplo.
A lavagem de dinheiro é um processo ilegal pelo qual é feita uma transação aparentemente legal (compra de um imóvel, por exemplo) para esconder a origem ilegal do dinheiro usado na mesma. Em termos formais, é uma prática econômico-financeira para esconder a origem ilícita de ativos financeiros (dinheiro) ou bens patrimoniais (casas, apartamentos, carros, etc.), forjando uma origem aparentemente lícita ou pelo menos dificultando a capacidade de se comprovar o ato ilegal. A expressão é usada para indicar que o dinheiro obtido é "sujo" (ganho de forma desonesta), mas a forma aparente da transação o torna "limpo"(ganho de forma aparentemente honesta).
Dizem que a expressão "money laundering" ("lavagem de dinheiro" em inglês) apareceu pela primeira vez nos anos 1970 no jornal "The Guardian", da Inglaterra, e se popularizou no mundo desde aquela década. Nos Estados Unidos, popularizou-se a partir da mesma época, quando ocorreu o escândalo que entrou para a História com o nome "Caso Watregate", cuja história foi contada através do filme "Todos os Homens do Presidente". No entanto, a versão mais aceita diz que a expressão surgiu nos Estados Unidos na década de 1930, como referência a atos ilegais cometidos pelo mafioso Al Capone, que era dono de uma rede de lavanderias em Chicago, no estado de Ilinóis. 
A lavagem de dinheiro sempre foi antiética, mas passou a ser combatida de forma mais incisiva principalmente a partir dos anos 1980 por causa dos altos lucros obtidos por traficantes de drogas e de suas consequências dentro da sociedade. Na década de 1990 a expressão passou a ser associada ao crime organizado com maior frequência. "Crime organizado" ou "organização criminosa" é o nome que se dá a grupos transnacionais, nacionais e locais através dos quais os integrantes obtêm altas somas em dinheiro por meio de crimes. Uma das atividades mais comuns: esses criminosos oferecem "proteção" a comerciantes de uma determinada região por meio de extorsão (obtenção de vantagens através de ameaça ou prática violenta para obrigar alguém a favorecer os criminosos).
Creio que os dados acima são suficientes para os interessados terem boas ideias para argumentar numa redação sobre a lavagem de dinheiro. Como vocês devem ter notado, isto envolve também outros temas correlatos: corrupção, extorsão, crime organizado, escândalos, etc. Portanto, é interessante vocês também pesquisarem sobre eles. 

sábado, 4 de novembro de 2017

Conceitos que Devem Ser Conhecidos para Redação sobre Ética Empresarial

Estudantes demonstram
preocupação com
falta de ética empresarial.


Não é fácil tratar de assuntos polêmicos numa redação. Não é fácil, mas é necessário. Não é correto omitir-se a discutir sobre política e problemas sociais em geral. Isto é um ato de omissão que ajuda no crescimento da corrupção. O fato de muita gente preferir não debater esses temas é uma das principais causas dos problemas cruciais do Brasil. As notícias sobre atos de corrupção praticados por políticos e empresários ocupam mais de 50 por cento dos espaços nos noticiários diários das televisões, das rádios, nos jornais impressos e na Internet. Nas redes sociais os debates sobre isto são constantes. 
"Ética" é uma das palavras mais usadas até nas redações dos estudantes. Por causa do envolvimento de grandes empresas nesses problemas, a ética à qual eles se referem é principalmente a empresarial. Para argumentar bem numa redação sobre ética empresarial, é preciso conhecer alguns conceitos. Comecemos pelo de "ética":  é uma palavra de origem grega que significa "costume superior". Designa o costume próprio de quem é portador de caráter. Teoricamente inclui ações e valores morais que acreditamos que não deveriam deixar de existir. Entretanto, em muitos casos relacionados às atividades políticas e empresariais, a teoria é uma coisa e a prática é outra. Como diz Rose Mary Almeida Lopes, doutora em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (USP), os cursos e livros sobre gestão empresarial sempre recomendam a adoção de uma conduta transparente pautada em acordos e códigos de ética, mas sem órgãos ou instâncias aos quais se reportem desvios de conduta. Segundo ela, cotidianamente o que se vê são muitos desvios e malfeitos raramente sendo encaminhados e corrigidos. 
Há discrepâncias entre os discursos e o que realmente acontece. "Parece que, quanto maiores são os benefícios e valores envolvidos, maior pressão existe sobre determinados agentes e indivíduos para que se conformem, deformem ou saiam dos jogos em condições de denunciar", diz a psicóloga. Ela revela que geralmente não há uma discussão aberta ou preparação dos empreendedores sobre como o mundo dos negócios pode se revelar obscuro e perigoso. Como resultado, a maioria dos novos empreendedores se torna vítima fácil de tramas bem armadas por "espertos" que sabem como não deixar pistas ou usam fortes recursos de dissuasão. 
Rodrigo Pinho Bertoccelli, colunista do Uol Notícias, diz que a vida nos impõe escolhas e por isto a ética é um objeto de estudo muito importante para aperfeiçoarmos a convivência humana. "Se considerarmos o início do pensamento ético na Grécia antiga, tendo Aristóteles como seu maior expoente, é certo que os dilemas que as sociedades enfrentam aumentam cada vez mais a complexidade das decisões" - ele diz. Para Rodrigo, é isto que nos obriga a nos aproximarmos ainda mais da ética, sobretudo na atual realidade brasileira, em que a palavra "corrupção" se tornou tão cansavelmente repetida nos noticiários. 
A palavra "corrupção" tem como significado uma expressão muito conhecida: "inversão de valores" - que na verdade utilizamos para nos referirmos à inversão de valores éticos. Observando tanto o que dizem Rose Mary e Rodrigo, e observando atentamente as principais notícias que surgem nos jornais, telejornais e na internet, concluímos que falta o que Rodrigo chama de "um compromisso coletivo e articulado" envolvendo governos (municipais, estaduais e federal), empresas, universidades e a sociedade civil organizada. 
Nenhum desses grupos é um grupo isolado. Cada um deles é parte de um todo. Esse "todo" é constituído por todos nós. Cada um de nós - você também, leitor(a) - deve se preocupar com a maioria das formas de fazer negócios que são utilizadas no país. Caso contrário, nunca se encontrará uma solução para os problemas que já existem e muitos outros ainda mais graves surgirão no decorrer do tempo. Precisamos fomentar uma cultura empresarial baseada na ética para aprimorar o âmbito jurídico e fortalecer todas as instituições legais, poque estas, quando perdem a autoridade, põem em risco todas as nossas conquistas - inclusive as pessoais. 

"Micro e pequenas empresas" ou "micros e pequenas empresas"?

Esta é 
uma dúvida
muito frequente,
mas fácil para ser evitada.

Já li muitos textos onde estavam escritos erros como "micros e pequenas empresas" e "micro e pequenos empresários". As formas corretas são "micro e pequenas empresas" e "micro e pequenos empresários". A razão é bem simples: o plural de "microempresa" é "microempresas", não é "micros-empresas". O plural de "microempresário" é "microempresários", não é "micros-empresários". Portanto, não há razão para grafar "micros" nestes casos.
Por falar em "microempresas" e "microempresários", para se fazer uma boa redação sobre o tema é importante saber em quê são baseados os nomes dados aos portes de empresas. O prefixo "micro" - como em "micro-organismo" ou "micromolécula" - é referente a qualquer coisa que seja tão pequena que nos torna impossível enxergá-la sem o uso de um microscópio. No que se refere às dimensões de empresas, esse prefixo assume um sentido figurado para identificar uma empresa com reduzido número de empregados. 

Uma grande empresa é uma organização empresarial que recebe tratamento diferenciado dos governos em alguns países por ter grande capacidade de produção. Uma mega empresa é uma empresa que demonstra mais capacidade de produção do que uma grande empresa. As outras dimensões empresariais são denominadas com base no número de funcionários de cada organização, e isto varia em cada país. No Brasil, por exemplo, é assim: 
  • Média empresa ou empresa de porte médio - empresa com mais de cem e menos de 500 pessoas empregadas. O proprietário é o médio empresário. Plurais: "médias empresas", "empresas de porte médio" ou "empresas de portes médios" e "médios empresários".
  • Pequena empresa ou empresa de pequeno porte - Empresa com mais de dez e menos de cem empregados. O proprietário é o pequeno empresário. Plurais: "pequenas empresas", "empresas de pequeno porte" ou "empresas de pequenos portes" e "pequenos empresários".
  • Microempresa - empresa com dez ou menos empregados. Plural: "microempresas". Proprietário: "microempresário" (plural: "microempresários").
Obs.: A foto original não contém a palavra "microempresa" e faz parte do acervo de imagens do Google. Aqui ela teve uma alteração feita pelo autor do blog.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Nunca deixe de fazer redações com caneta ou lápis.

O hábito de escrever
"à moda antiga"

faz bem à saúde.


Mesmo que as razões profissionais e as exigências da vida atual nos obriguem a digitar textos, temos que manter o velho é sempre saudável hábito de escrever sobre papel, usando lápis ou caneta. Isto é importantíssimo para a preservação da saúde mental. Aliás, eu até já publiquei um artigo sobre isto aqui. Estudos mais recentes revelaram também que o hábito de escrever desta forma ajuda você a desenvolver sua capacidade de memorização. Se ela ainda é boa, tornar-se-à ainda melhor enquanto enquanto você mantiver o hábito. Se puder mantê-lo diariamente (pelo menos meia  hora por dia), melhor ainda. 
Segundo os especialistas, a "era digital" nos obriga a digitar mensagens e outros conteúdos nos exercícios de nossas funções profissionais e em outras situações durante o trabalho ou mesmo em casa, mas a preservação do hábito de "escrever à mão" é fundamental. O hábito de "escrever" apenas usando o celular ou o computador prejudica a assimilação de conteúdo, o que confirma o que foi dito pelo especialista brasileiro Paulo Henrique Lyma (leia o artigo ao qual me referi no parágrafo anterior). Entretanto, os benefícios da escrita com o uso da caneta ou do lápis não se limitam a isto.
Estudos mais recentes confirmam o que já foi dito antes e acrescentam que quando se trata de aprendizagem (é muito importante que os estudantes estejam atentos a isto), o hábito de escrever resumindo os conteúdos apresentados pelos professores durante as aulas e também enquanto estudam em casa é importante para facilitar a memorização dos conteúdos estudados e principalmente para preservar as boas condições do cérebro. As descobertas mais recentes revelaram que o hábito de escrever (e não "digitar") ativa a área cerebral que transforma ideias em significados. Numa redação numa prova como o Enem, por exemplo, isto é importantíssimo para resolver o problema da dificuldade na argumentação. Isto também facilita para que a pessoa que lerá a redação (no caso da prova, a pessoa que a corrigirá) decodifique a mensagem mentalmente com mais facilidade.
Eu sempre recomendo que, em casa, você faça uma redação sobre o tema que você quiser pelo menos uma vez por dia. Lembre-se: o tema que você quiser não é simplesmente um tema do qual você gosta. Tem que ser preferencialmente aquele que você percebe que atualmente está entre os mais polêmicos, os mais debatidos através da imprensa e pela sociedade em geral. Quando você faz uma redação, presume-se que ela seja dirigida a quem a lerá; portanto, tem que ser sobre algo de interesse geral, não pessoal. Além disto, a escolha do tema desta forma revelará se você é uma pessoa bem informada sobre o que está ocorrendo no mundo atual, o que é importantíssimo para que você se prepare para viver num mundo cada vez mais globalizado.
Faça sua redação em casa preferentemente usando o lápis e a borracha. É preferível evitar o uso da caneta porque, ao concluí-la, você mesmo deverá lê-la para verificar possíveis erros, palavras mal empregadas, etc., e fazer as devidas correções para o que chamamos de "texto final", que é a redação totalmente pronta. Peça para alguém em casa lê-la e dizer a você o que entendeu quanto ao que leu. É claro que a opinião dessa pessoa terá que ser a mais sincera possível. De outra forma, ela não estará lhe ajudando. Se a interpretação dela for equivocada quanto ao que você quis dizer no texto, refaça a redação de outra forma, não necessariamente no mesmo dia, mas quando isto for novamente possível, e peça a esta e outras pessoas para que a leiam novamente. Isto lhe ajudará a perceber de que maneira você melhorou quanto à sua comunicabilidade. Para entender isto melhor, leia este artigo sobre o que é a comunicabilidade e como o seu grau de comunicabilidade se revela através de uma redação. 

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Redação Sobre Associativismo e Cooperativismo

"Associativismo"
tem sido
uma palavra muito usada ultimamente.




No Brasil, a crise econômica, o alto índice de desemprego e o clima de incertezas causado pela profunda crise política que o país está tendo que enfrentar tem feito muita gente buscar alternativas para sobrevivência. Para não depender do emprego, muitas pessoas estão optando pelo trabalho "por conta própria". Muita gente tem obtido sucesso com isto, mas muita gente também não tem conseguido isto. Para amenizar a situação, o cooperativismo e o associativismo têm sido duas alternativas que têm dado certo para muitos brasileiros.
Isto tem feito os dois temas serem motivos de reportagens com maior frequência. O associativismo e o cooperativismo não são novidades, mas suas duas coisas que têm passado por processos de transformação e de adaptação que têm atraído a atenção de muita gente - principalmente das pessoas que estão iniciando empreendimentos e atividades profissionais. São, portanto, possíveis temas para redação no próximo Exame Nacional de Ensino Médio. Será que os alunos de ensino médio estão preparados para argumentar sobre isto?
Para isto eles precisam saber qual é a diferença entre uma associação e uma cooperativa. A diferença principal é que a associação tem finalidades sociais e a cooperativa tem finalidades econômicas. As associações têm o objetivo de promover assistência social, educacional, cultural, etc. As cooperativas procuram viabilizar os negócios de forma que seus membros consigam sucesso em suas atividades profissionais e econômicas em relação ao mercado em que atuam.
O cooperativismo preconiza a colaboração entre pessoas ou grupos com os mesmos interesses relacionados às suas atividades econômicas. O associativismo pode ser cooperativista - isto é, pode colaborar para o desenvolvimento econômico - mas tem como objetivo principal o progresso social por meio da cooperação entre as pessoas e grupos com as mesmas necessidades. O associativismo busca principalmente o relacionamento entre pessoas de modo que algumas deles realizem uma ação substituindo outras. Isto se chama "agregação compartilhada" - soma e compartilhamento de valores como conhecimentos e experiências.
Estas são apenas algumas informações básicas para ajudar você a argumentar na redação sobre o tema. Para que sua redação seja a melhor possível, pesquise tanto quanto você puder sobre tipos de associações, tipos de cooperativas, o cooperativismo e o associativismo.

A Importância da Redação em Informática

A redação e a informática
têm muito mais relação entre si
do que muita gente pensa.

Muitas pessoas acham que, como quase tudo que se "escreve" atualmente é digitado ou "informatizado", preocupar-se com detalhes sobre a qualidade da redação no trabalho ou em qualquer situação no exercício de uma profissão não é tão importante assim. "O computador corrige tudo automaticamente", dizem. Não é bem assim. O corretor automático corrige as grafias das palavras, mas quem tem que definir a escolha das palavras adequadas para um texto adequado é o autor do texto. Além disto, há muitas regras gramaticais necessárias que o corretor automático não corrige.
A palavra "informática" já revela que há uma relação muito entre a própria informática e a necessidade de um ótimo nível de redação durante seu uso para fins profissionais ou para quaisquer outras finalidades. "Informática", como o nome já o diz, tem muito a ver com "informação", e uma boa informação por escrito só se confirma se for transmitida por meio de uma redação minimamente bem feita. "Informática" é uma palavra que resume todas as técnicas envolvidas no armazenamento, na transmissão e no processamento de informações em meios digitais. Uma informação é a base de uma comunicação. A comunicação só se estabelece quando uma informação enviada for recebida e correspondida por meio de outra informação como resposta. Quando isto ocorre por escrito, a troca de informações só terá o efeito necessário se as duas redações forem muito bem redigidas - com clareza e objetividade, mas com o rigor da correção necessária para essa mesma clareza. 
"Informática" não é somente "a ciência da computação". É a capacidade da transmissão de informações qualitativas através da computação. O desenvolvimento da tecnologia é altamente importante, substitui muitas coisas mas substitui tudo. No caso da comunicação por meio de uma redação, mesmo sendo esta digitada ou "digitalizada", as mesmas regras para uma boa redação continuam sendo muito importantes. 

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Maioria dos Leitores do Redafácil tem Interesses Profissionais e Sociais

Detalhe do mapa de estatísticas do Redafácil (RevolverMaps)
quando esta postagem estava sendo feita.
Os interesses dos leitores
não são apenas
por causa das provas.





O número de leitores do Redafácil está crescendo, e os motivos pelos quais o blog é acessado são os mais variados, embora todos sejam relacionados com técnicas de redação. A partir do momento em que criei o blog (em 9 de janeiro de 2010), ele se tornou mais procurado por estudantes brasileiros interessados em se preparar para o Exame Nacional de Ensino Médio. Porém, já no primeiro mês, as estatísticas reveladas em outros sites, mas também fornecidas pelo Blogger, indicavam acessos diários de leitores de diversas cidades em vários países.
No mundo, segundo as estatísticas do Blogger, os dez países que apresentam maiores números de leitores que acessam o Redafácil diariamente são Brasil, Estados Unidos, Portugal, Rússia, Alemanha, Angola, Moçambique, Índia, França e Espanha, nesta ordem. Nos últimos 30 dias, os dez maiores países de onde vieram os acessos foram Brasil, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Alemanha, Moçambique, Irlanda, Polônia e Rússia. As informações do RevolverMaps indicaram que hoje, de 0 hora até as 11 e meia (horário de Brasília), 92,3% dos acessos recebidos vieram do Brasil e todo o restante se dividiu entre 70 países de todos os continentes.
Atrai minha atenção o fato de muitos leitores de países não lusófonos se interessarem por um blog produzido no Brasil, sobre "dicas" para redação em português. Lembro-me, no entanto, que as regras para redação devem ser as mesmas em todos os idiomas, variando apenas as finalidades das redações, independentemente de nacionalidades. Entretanto, devo lembrar que, no caso de uma comunicação internacional, devem ser respeitadas as divergências quanto a costumes, valores éticos, religiosos e culturais entre as nações. 
Com o objetivo de procurar atender sempre melhor os leitores que buscam o Redafácil, frequentemente busco nos sites de estatísticas as origens dos acessos ao blog. Isto me ajuda a detectar os variados motivos e interesses dos leitores. No Brasil, o blog é procurado por um grande número de estudantes que pretendem se preparar para provas como o Enem e vestibulares, mas, segundo o Similar Sites, tanto no Brasil nos demais países, a maioria dos leitores do Redafácil se interessa por temas sociais, é constituída por profissionais de comunicação e tem interesses relacionados a indústrias e negócios em geral. Isto significa que, para oferecer "dicas" sobre redação, a publicação de "dicas" sobre regras ortográficas e gramaticais não basta. Segundo as opiniões publicadas em outros blogs, esta é uma das diferenças entre o Redafácil e outros blogs e sites sobre redação: aqui, há muitos artigos sobre como abordar numa redação temas polêmicos, especialmente os de caráteres profissional e social, sem deixar de reconhecer a importância das regras ortográficas e gramaticais. 
Creio que isto explica por que o artigo sobre Ideologia de Gênero. Questões relacionadas ao sexo e às orientações sexuais sempre foram temas extremamente polêmicos, pois envolvem certas tradições sociais que muitas pessoas consideram indispensáveis. Porém, como se pode observar nos comentários feitos abaixo do artigo, e como observou um dos próprios comentaristas, a página se tornou um salutar fórum de debates sobre  tema. Com isto, o Redafácil assume também um papel social como espaço aberto para debates sobre temas polêmicos sem fugir da sua função principal, que é oferecer "dicas" sobre redações. 
Entre outras coisas que o diferenciam de outros blogs e sites do mesmo gênero, está o fato de que muitos deles sempre repetem: "A redação tem que ser concisa", "o texto não deve ser muito longo", e todas as coisas óbvias que ninguém precisa dizer aos interessados - eles já sabem disto. No Redafácil, você encontrará lembretes como estes nos contextos em que eles são necessários, mas o principal objetivo do blog é mostrar exemplos de tipos imutáveis de redação cujas regras são fixas - documentos como atascurriculum vitaerelatóriosmemorandos e redações empresariais em geral. 
Esses tipos de redação são considerados imutáveis, mas são sempre necessárias adaptações de acordo coo o tempo e com cada necessidade, como mostra o artigo sobre redações empresariais. Vocês já devem ter notado que entre os "dez visitantes mais recentes", quando você abre qualquer página do Redafácil, a maioria ou a totalidade é quase sempre de Mountain View, como mostra a lista na coluna no lado direito da tela. Mountain View é uma cidade com cerca de 74.600 habitantes, situada no Condado de Santa Clara, no estado da Califórnia. Situa-se no Vale do Silício e nela estão as sedes de empresas como a Google, a Mozzila Foundation e uma subsidiária desta, a Mozzila Corporation. São três das maiores empresas relacionadas a serviços de Internet no mundo. Isto certamente não é apenas uma coincidência.
No Brasil, como mostra o mapa numa das colunas, leitores do Redafácil o acessam em literalmente todos os estados. Hoje, por exemplo, o RevolverMaps revelou acessos vindos de 148 cidades de São Paulo, 35 cidades do Rio de Janeiro, 219 cidades de Minas Gerais, 164 cidades da Bahia, 108 do Rio Grande do Sul e centenas de cidades de todos os demais estados. Também hoje, dos Estados Unidos, vieram acessos de dezenas de cidades dos estados da Califórnia, Nova York, Ilinóis, Flórida, Virgínia, Nova Jersey, Washington, Texas, Nevada, Massachusetts, Kansas, Geórgia, Distrito de Colúmbia, Carolina do Norte, Michigan, Tennesse, Minnesota, Iowa, Utah, Indiana, Pensilvânia, Missouri, Ohio, Virgínia do Oeste, Arkansas, Oklahoma, Arizona, Connecticut, Wisconsin, Maine e Alabama. 

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

O que é "Saneamento Básico"?

Os indicadores 
de saneamento básico
são importantes
para identificar
uma região.


Com a aproximação das eleições municipais, muitos candidatos a vereador resumem suas campanhas apenas dizendo "lutarei pela saúde, educação e saniamento basco". Não é exagero. Realmente muitos deles pronunciam "saniamento basco" tentando dizer "saneamento básico". Se nem sequer conseguem pronunciar o nome corretamente, certamente não sabem o significado de "saneamento básico". Também muitas pessoas que o pronunciam corretamente não o sabem. Numa redação, quando um estudante diz que em muitos locais são necessários "melhores condições de saúde, abastecimento de água e saneamento básico", comete uma redundância.
Usar certas expressões sem saber seu real significado é uma prática muito comum no dia-a-dia de muita gente. Nos discursos políticos e nas revindicações que muitas pessoas fazem buscando melhorias para um bairro, por exemplo, "saneamento básico" é uma expressão amplamente usada e nem sempre com o sentido correto. É o que se percebe quando alguém diz "saneamento básico, saúde e educação". "Saneamento básico" não significa apenas saúde e educação, mas o uso da expressão já inclui a saúde e a educação.
O saneamento básico inclui atividades o abastecimento de água potável, o aproveitamento de água pluvial (água proveniente de rios), a coleta e tratamento de esgoto, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos, o controle de pragas e de epidemias e o combate a tudo que possa causar doenças em moradores de uma rua, de um bairro, de uma cidade, de um estado ou do país. Pode-se resumir isto dizendo que é o conjunto de ações administrativas e práticas com o objetivo de tornar a vida de uma comunidade mais saudável. 
Não custa lembrar que "resíduos sólidos" são todos os objetos que, juntos, costumamos chamar de "lixo". Geralmente são materiais considerados descartáveis ou inúteis que as pessoas costumam "jogar fora", deixando-os em terrenos baldios, ruas, calçadas e até nos leitos dos rios e de valões. "Praga" é a proliferação descontrolada de insetos como moscas, baratas, mosquitos e pequenos animais como os ratos, colocando em alto risco a saúde das pessoas.
Agora que você já conhece o significado de saneamento básico, pode confiar em sua capacidade de usar essa expressão dentro do contexto em sua redação sem receio de cometer um equívoco. Procure se lembrar de outras palavras e expressões muito utilizadas em programas de televisão, jornais, etc., cujos significados gerem dúvidas para você e, antes de usá-las, pesquise sobre elas. 

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

"Retórica": uma palavra muito usada equivocadamente.


Aristóteles 
(ilustração de autor desconhecido)
"Retórica"
é uma palavra muito usada
em redações e discursos,
mas com significado
equivocado.


No Brasil, principalmente nos discursos de políticos, a palavra "retórica" está prestes a ser a recordista quanto ao uso inadequado. Por esta razão o problema também se reflete nas redações, inclusive nas dos estudantes. Costumam dizer algo como "essa retórica está ficando cansativa" - como se "retórica" fosse um discurso repetitivo ou algo semelhante.
Eles não sabem que quando tentam acusar alguém por cometer uma "retórica", na verdade estão elogiando essa pessoa. "Retórica" é a arte de falar ou de escrever bem, empregando as palavras e as expressões as palavras adequadamente. É o título da obra mais famosa sobre esse assunto: "Retórica", do filósofo grego Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.). Nessa obra, Aristóteles lançou as bases para sistematizar o estudo da eloquência, que a capacidade de uma pessoa usar as palavras revelando argumentos convincentes. 
"Discurso" não deve ser confundido com "oratória". A oratória é uma forma de discurso, mas é a arte de falar com eloquência em público. O discurso é uma exposição metódica sobre um determinado tema, podendo ser falado em público ou exposto por meio de uma redação. Seja oralmente ou num texto, o discurso é um a disposição de um conjunto de ideias organizadas através de uma linguagem adequada de forma que facilite ao ouvinte ou ao leitor a capacidade de entender o raciocínio do orador ou do redator.
A retórica tem três etapas primordiais: A elaboração do discurso, a escolha dos conteúdos do discurso e a expressão adequada para esses conteúdos. Essas três etapas encerram, nesta sequência, cinco dimensões que são interdependentes e se complementam: após a escolha dos conteúdos, vem a necessidade da organização dos mesmos num todo muito bem estruturado; a elocução, que é a expressão do pensamento através das palavras; a memorização do discurso; e a declamação, que é o uso correto da voz na oratória. Na redação, dispensa-se obviamente a declamação, mas os outros itens são essenciais.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Direitos, Garantias Fundamentais e Deveres

Numa redação,
é preciso saber diferenciar
o que é direito
e o que você pensa
que é seu direito.


O que você pensa que é seu direito ou gostaria que o fosse é diferente do que as leis dizem que é seu direito. Numa redação numa prova, se você se referir aos seus direitos sem demonstrar pelo menos um pouco de conhecimento as diferenças em relação a isto, poderá perder pontos. Direito não é, como muita gente pensa, a condição de poder fazer o que quiser ou ter o que quiser. Direito é a capacidade de uma pessoa ser beneficiada de alguma forma, realizando qualquer ato ou obtendo qualquer desejo desde que isto seja de acordo com as leis vigentes no país e em conformidade com as relações com outras pessoas e a sociedade em geral. Portanto, para qualquer pessoa exercer seus direitos, é preciso estar de acordo com os costumes, o senso comum e as regras sobre moral e ética. Em outras palavras: é necessária a obediência às regras que estabelecem limites entre o que se quer e o que se pode. É por isto que se costuma dizer que os direitos de uma pessoa terminam onde começam os das outras.
O direito de postar o que quiser numa rede social online, por exemplo, é chamado "direito subjetivo". Geralmente o direito subjetivo é relativo a um ato trilateral: o ato em que quem o praticou se considera com o direito de praticá-lo sem dar satisfações à pessoa a quem pretende atingir e a outras que se sentem atingidas direta ou indiretamente. No caso de postagens em redes sociais, isto costuma ser confundido com "liberdade de expressão" (leia sobre isto aqui e aqui). Não deve ser confundido com "direito público subjetivo", que é o direito a coisas como educação, tratamento de doenças, moradia, etc.
Em relação a tudo que existe, existe sempre o contrário. Se há um "direito subjetivo", é porque existe o "direito objetivo". Este é relacionado a regras para o comportamento das pessoas dentro de um grupo social, autorizando a cada pessoa o direito à sua própria decisão para fazer ou não fazer algo. Portanto, o direito objetivo tem origem muito mais cultural do que apenas jurídico. Resulta da necessidade de satisfazer certas necessidades sociais através de regras de conduta mais objetivas. Isto se chama "objetivação do direito".
Se existe o contrário em relação a cada coisa que existe, para cada direito existe um dever, uma obrigação a ser cumprida por quem exerce qualquer direito. Essa relação entre direitos e deveres se chama "relação obrigacional". Ela faz com que a pessoa que exerce seu direito se torne uma espécie de credor, mas também se torna um devedor porque passa a ter uma dívida que deve ser paga em troca do direito que recebeu ou pretende receber. É quando, por exemplo, o cidadão paga impostos para ter direito a benefícios como cidadão. Do outro lado, está o credor (que pode ser uma pessoa, empresa, órgão público, etc.), que também se torna devedor por ter que conceder o direito adquirido pelo cidadão. Dependendo de cada situação, tanto o credor como o devedor podem ser pessoas físicas ou pessoas jurídicas.
Para verificar os conceitos de garantias fundamentais, se você for um(a) observador(a) perspicaz, perceberá quais são algumas dessas garantias através dos conceitos explicados acima, sobre direitos e deveres. Uma "dica": é óbvio que, quando são estabelecidos direitos, também são estabelecidos deveres e, entre os direitos e os deveres, as garantias - especialmente as fundamentais (pesquise aqui).