Mostrando postagens com marcador Resultados do Enem 2017 Revelam Crescimento no Índice de Analfabetismo Funcional. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Resultados do Enem 2017 Revelam Crescimento no Índice de Analfabetismo Funcional. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Resultados do Enem 2017 Revelam Crescimento no Índice de Analfabetismo Funcional

Isto agrava a situação
dos estudantes
e do país.


Segundo os dados oficiais apresentados pelo Ministério da Educação, apenas 53 alunos obtiveram a  nota máxima (nota mil) em redação no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) em 2017. Um índice preocupante, considerando-se que foram avaliadas mais de quatro milhões de redações. A queda quanto a isto nas últimas quatro edições do Enem foi assim: 250 em 2014, 104 em 2015, 77 em 2016 e apenas 53 no ano passado. Dados extremamente lamentáveis. Mais lamentável ainda é o fato de que, em relação ao resultado de 2016 quanto aos alunos cujas redações não tinham relação com o tema proposto, em 2017 o índice aumentou em absurdamente 542%. Ou seja: mais de cinco vezes o total de 2016, que já foi preocupante. Segundo o Ministério da Educação, apenas 6,5% dos participantes do Enem 2017 receberam nota zero nas redações. Em termos percentuais parece pouca coisa, mas 6,5 por cento de quatro milhões de participantes são 260 mil alunos. Como o número de participantes foi mais de quatro milhões, esses 6,5% foram mais de 260 mil. Isto é preocupante. A nota zero em redação ocorre quando o aluno não faz a redação ou quando foge ao tema proposto.
Isto agrava um problema chamado "analfabetismo funcional". Este é o nome dado à situação em que as pessoas com mais de 15 anos de idade conhecem bem as letras, as palavras, sabe formar frases, mas têm dificuldade para interpretar textos. A dificuldade prejudica a capacidade para fazer uma redação, especialmente quando o tema é algo sobre o que ele precisa ler para se manter informado. O aluno não tem condições de expor corretamente em seu próprio texto o que ele não consegue entender nos textos que lê. 
Como o problema está tão evidente entre os alunos de ensino médio, é claro que ele também se evidencia no nível superior. O fato do candidato ter sido aprovado no vestibular ou conseguido uma vaga numa universidade por ter obtido as condições estabelecidas para isto através do Enem não descarta a possibilidade dele ser um analfabeto funcional. A maioria deles diz que não gosta de ler textos longos porque são leituras cansativas, mas entre muitos destes a verdade é outra: são considerados "tecnicamente alfabetizados", mas são incapazes de interpretar textos longos corretamente. 
Este é um fato diversas vezes revelado através do PISA (Programme for Internatinal Students Assessment - Programa de Avaliação Internacional de Estudantes). O programa é um estudo mundial da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), organização intergovernamental da qual o Brasil faz participa com outros 34 países. Nessas avaliações feitas anualmente, envolvendo estudantes com idade mínima de 15 anos, o nível brasileiro sempre se revela insatisfatório, principalmente quanto à interpretação de textos e à redação.