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terça-feira, 12 de setembro de 2017

Gírias, Ditados e Expressões Populares nas Redações

A foto retrata a frase "Não adianta chorar pelo leite derramado".
Há situações
em que 
tais recursos
devem ser evitados.

Em redações como as que são exigidas no Exame Nacional de Ensino Médio, nos vestibulares e em concursos públicos, o uso de gírias, jargões, ditados e expressões populares não é proibido. Nem há razão para sê-lo, já que cabe ao autor da redação demonstrar que tem consciência de que é ele quem sabe como e em que momento se deve usá-las adequadamente. É preciso lembrar que nessas redações não se deve cometer a formalidade nem a informalidade excessivamente. Há situações em que esses recursos podem ajudar e outras em que eles têm que ser evitados. 
Gírias, jargões, ditados populares, etc., são exemplos de recursos linguísticos. Muitos desses recursos devem ser até criados numa redação(2). Outros, porém, devem ser evitados. A gíria é um destes casos. Ela é uma palavra metafórica(1) e geralmente tem o objetivo de ser engraçada. Por isto deve ser evitada quando o assunto requer seriedade. Não são apenas metáforas, nem sempre são palavras obscenas, mas são excessivamente informais. Portando, numa redação, numa entrevista para emprego e muitas outras situações elas precisam ser evitadas. 
"Jargões" são palavras, expressões ou frases que identificam, por exemplo, determinados personagens de telenovelas ou programa humorísticos da televisão, por ser constantemente repetidas por eles. Exemplo disto é a frase "E o salário, ó...", do professor Raimundo, personagem que foi interpretado por Chico Anísio durante anos. Outro jargão: "É vero!" - dito por personagens italianos interpretados por atores brasileiros na telenovela "Terra Nostra", da Rede Globo.
"Expressões populares" são expressões como "ossos do ofício", que significa problemas que têm que ser enfrentados quando se exerce uma profissão. Ou como "antes tarde do que nunca", numa referência a um fato que precisava ocorrer ou uma decisão que precisava ser tomada mesmo depois de muito tempo passado. Como todos os tipos de expressões, elas representam o pensamento de quem as utiliza, mas numa redação são necessários outros meios mais criativos para expressá-lo. 
Os ditados populares geralmente têm as funções de metáforas. Exemplo: "Neste barco eu não embarco", que significa "Não participo disto porque isto me causará problemas". Outro exemplo: "A vaca foi para o brejo", que significa que todas as tentativas pera evitar que algo ocorresse foram em vão. São frases populares, a maioria delas é de autoria e origens desconhecidas, mas sempre revelam experiências vividas, observações pessoais sobre certos fatos ou ainda conselhos. Um exemplo de ditado popular que representa um conselho: "Seguro morreu de vellho." - significa que é melhor buscar meios para se ter certeza de algo e garantir segurança.
Frases bíblicas, ditados ou ditos populares, expressões populares, jargões e gírias devem ser sempre evitadas numa redação. Mesmo que essa não seja a intenção do autor, elas podem causar ao leitor a impressão de que a pessoa que a escreveu usou-as como recursos para ocupar espaços que deveriam ser ocupados com outras expressões mais criativas. Ou seja: causam a impressão de que o autor tem um vocabulário muito restrito, dificuldade em se expressar sem tais recursos. Numa prova, isto pode causar reprovação. Entretanto, se o contexto da redação assim permitir, esses recursos podem ser empregados como nos exemplos abaixo.
  • A moça disse: "Assim não dá."
  • No bilhete, estava escrito: "Estou numa boa."
  • "Esse cara não me convence" - disse o policial ao repórter. 
Em situações como as dos exemplos acima, as expressões são usadas quando o autor da redação cita exatamente o que foi dito pela pessoa a quem ele se refere. É um recurso válido porque expressa as palavras exatas usadas por aquela pessoa segundo o autor. Isto pode ocorrer sem problemas também nos casos de usos de jargões, gírias, etc. Em situações não semelhantes a estas, o mais recomendável é evitá-los. 


(1) Leia aqui.
(2) Leia aqui.