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sábado, 2 de abril de 2022

"Imunidade" e "Imunização"


 Muita gente diz "imunização"

quando quer dizer "imunidade".


Este é um equívoco muito fácil de ser evitado. Basta conhecer os significados das duas palavras e estar atento ao contexto no qual você as inclui. Ou seja: relacionar o significado da palavra com o que você quer dizer. 

As duas palavras são substantivos femininos. Os substantivos são palavras que evidenciam algo substancial, ou seja, relevante numa informação. Eles denominam uma ação, um estado ou o grau de qualidade, independentemente do ponto a que se referem. Alguns exemplos de substantivos: "clareza" (feminino), "dinamismo" (masculino), etc. Na área de saúde, a imunidade é a condição adquirida para evitar doenças. Também pode significar proteção em relação a qualquer coisa que possa ser prejudicial. A imunização é a ação, o processo ou o procedimento com o objetivo de obter a imunidade. 

terça-feira, 4 de outubro de 2016

A Sintaxe da Frase

A escrita correta
não se restringe à ortografia.


Numa redação, é sempre necessário escrever corretamente. Porém "escrever corretamente" não significa apenas escrever corretamente as palavras. Como expliquei em postagens anteriores, a linguagem escrita é diferente da linguagem falada por não contar com características adicionais como gestos, tom da voz, etc. Por isto, ao redigir, é preciso estar atento quanto à morfossintaxe - ou seja, quanto às relações entre as palavras de acordo com suas categorias. Surge aí a importância da sintaxe em cada frase.
A sintaxe é geralmente interpretada como a relação entre as palavras como elementos de uma frase. É uma interpretação correta, mas há que se considerar também a relação entre as frases no parágrafo e entre os parágrafos no texto. Por isto as relações entre as palavras ocorrem de três maneiras diferentes.


- Relações de concordância:
Ocorrem entre as flexões dos adjetivos e dos verbos com os substantivos. São nominais quando ocorrem entre substantivos ou pronomes e adjetivos. Exemplos:


Bom trabalho e bons trabalhos - os adjetivos e os substantivos são concordantes em gênero (masculino ou feminino) e número (plural ou singular).

As mulheres - o artigo (neste caso, definido e feminino) concorda com o substantivo em gênero e número.


A concordância é verbal quando há harmonia entre o verbo e o sujeito da oração. O sujeito pode ser um substantivo ou um pronome. Exemplos:


A lua estava linda.
Eles se mantiveram céticos apesar das evidências.


As duas frases acima também são exemplos que mostram que a sintaxe de regência estabelece as relações de dependência ou subordinação dentro da frase. A regência é nominal quando determina relações de conexão através de preposições: "eu e você", "artigos de luxo", "confiança em você", etc. É verbal quando há verbos que negessitam de conexões: lembrar (quem lembra, lembra de alguém ou de algo); necessitar (quem ou o que necessita, necessita de algo);  procurar (quem procura, procura por alguém ou por algo). 
Os conceitos de regências verbais e nominais constam nos melhores dicionários. É importante consultá-los sempre que for possível. 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

3 - A sintaxe das frases




A sintaxe de concordância se refere às flexões dos verbos e dos adjetivos em concordância com os substantivos. Numa concordância nominal, estabelecem-se as relações entre substantivos ou pronomes e adjetivos. Exemplos: "As violetas" (o artigo concorda com o artigo a que se refere em gênero e número), "Vinte e quatro horas", "Aqueles senhores".
A concordância verbal é a relação entre o verbo e o sujeito, sendo que o sujeito pode estar expresso em forma de pronome ou substantivo. Exemplos: 
"Adalberto estava atrasado." - o sujeito "Adalberto" corresponde ao pronome "ele"
"Ele e você acreditaram nessa história."  - o sujeito "Ele e você" corresponde ao pronome "vocês".
"Estava à venda a casa em que os Morais residiam." - o sujeito é, neste caso, um substantivo: "A casa em que os Morais residiam". O verbo principal, "estar". (*)
A concordância nem sempre é lógica. Ela pode ser também afetiva ou ideológica. É o caso, por exemplo, da frase abaixo:
"A gente estava apenas  conversando." ("A gente" significa, neste caso, "nós"). Essa situação é diferente de "Aquela gente falava sobre você." - "Aquela gente" significa "aquelas pessoas". Essas duas situações diferem de "Essa gente fala demais." - onde "essa gente" significa "uma determinada categoria de pessoas".


Em certas situações, a concordância tem apenas um sentido afetivo ou ideológico. É o caso, por exemplo, de:


"A gente estava tranquilo." - O substantivo é usado na forma masculina se o sujeito ("A gente" = "Nós") - for um grupo de homens, ou quando houver pelo menos um homem no grupo.


Embora seja aceitável num texto informal, a expressão "a gente" deve ser evitada numa redação formal. Numa situação diferente, pode-se dizer:
"Toda a gente estava tranquila." - Neste caso, "toda a gente" significa "todo o povo", "toda a população", "a família inteira", etc. 


(*) Em casos como este, caso haja dúvida quanto ao sujeito, basta lembrar que a frase poderia ser escrita assim:
"A casa em que os Morais residiam estava à venda."


A seguir: "Como evitar repetições excessivas de palavras"

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Como pesquisar temas para redação?

Ilustração: Arquivo Google
Assista 
a todos os telejornais,
ouça notícias em rádios 
e leia os principais jornais
impressos e online 
sempre que puder.

Esta é a pergunta que estudantes que leem o Redafácil enviam com maior frequência.  Em primeiro lugar, é preciso que os próprios estutandes, seus pais e mães, etc., se lembram que aquele método de estudar somente com livros ou apostilas escolares e cadernos já não é mais suficiente nos dias atuais. Os estudantes, como todas as outras pessoas, precisam comprovar - e isto tem que ser exigido nas provas - que eles são pessoas bem informadas. Portanto, precisam estar atentos aos fatos importantes que ocorrem em suas cidades, seus estados, seu país e no mundo. Isto inclui fatos sociais, políticos, econômicos, científicos, etc. Para isto, eles - assim como todas as pessoas - precisam, sempre que puderem, assistir aos telejornais, ouvir radiojornais, entrevistas, ler jornais impressos e online, etc. "Estudar" não significa restringir-se às chamadas "matérias escolares". 
Um dos principais objetivos da redação numa prova (Enem, concurso público, vestibular, etc.) é verificar a capacidade do participante se expressar com clareza através da escrita. Este, no entanto, não é o único objetivo. Outro igualmente importante é o de verificar o grau de informação do estudante ou candidato. É através da redação que ele revela se é uma pessoa preocupada em estar sempre bem informada sobre os principais acontecimentos do país e do mundo atual. Existem vários tipos de redação, e você encontrará informações sobre cada um deles em vários artigos no Redafácil. Neste artigo, refiro-me à redação dissertativa, que é a mais exigida nas provas, e por isto é a de maior interesse dos leitores que me enviaram suas perguntas. 
Este tipo de redação inclui três etapas: a descrição, a narração e a dissertação propriamente dita. Na descrição, devem ser apresentadas no texto as principais características do tema tratado. Isto significa que, antes de ser uma redação dissertativa, precisa ser uma redação descritiva. A descrição pode ser objetiva ou subjetiva. É objetiva quando o tema central, a cena, os personagens, etc., são apresentados como realmente são. É subjetiva quando essas mesmas descrições revelam influências da emoção de quem as escreve.
A descrição enfatiza os substantivos e adjetivos. A narração precisa enfatizar o verbo para contar, relatar um fato ocorrido. Na narrativa, a descrição se torna abstrata e complexa e, por isto, se torna um objeto estático que substitui a dinâmica do conhecimento. Para você perceber melhor como isto ocorre e como os possíveis problemas causados pela ausência desse dinamismo podem ser evitados, sugiro que leia a postagem "A Sintaxe das Frases".
É a partir deste ponto que você deverá verificar a melhor forma de se pesquisar possíveis temas. Inicialmente lembre-se de que a única forma realmente eficaz de se aprender a fazer uma redação é fazendo muitas redações. Faça isto em casa sempre que houver possibilidade. Para pesquisar os temas, volto a recomendar que você assista aos telenoticiários, perceba neles quais são as notícias de maior destaque e, em seguida, pesquise mais sobre elas em jornais impressos, revistas ou através da internet. Um conselho: nem sempre confie em informações encontradas em blogs, pois seus autores podem apenas ter postado o que eles entenderam a respeito da notícia, não exatamente o que a notícia realmente revelou. Infelizmente muitos "blogueiros" não fazem pesquisas de forma correta, não confirmam a credibilidade de suas fontes antes de divulgar suas informações.
Faça suas pesquisas em jornais online como o G1, Uol Notícias, Estadão.com, Folha de São Paulo online (www.folha.uol.com), etc. Para obter informações sobre economia, educação, tecnologia, ciências em geral, eu recomendo que leia outros dos meus blogs, tais como Ciência & Vida, PlantelblogMercadofinInforpem e Eticamark.  Leia as matérias atentamente, tantas vezes quanto for necessário, faça em casa redações sobre elas e peça a pessoas da família para lê-las e, em seguida, explicarem a você o que elas entenderam em relação ao que você escreveu. Se lhe pareceu que as pessoas não entenderam como você pretendia, faça uma nova redação diferente da anterior, sobre o mesmo tema, peça às pessoas para lerem novamente (a família existe para ajudar) até elas comprovarem que realmente entenderam seu texto. Se possível, peça a um professor de língua portuguesa ou a alguém que tenha um bom domínio para lhe ajudar quanto ao uso correto de verbos, substantivos, pronomes e todas as regras gramaticais.  Para obter algumas "dicas" sobre gramática, conheça o blog "Dicas" Facílimas sobre Língua Portuguesa.
   

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Algumas Informações Falsas sobre a Língua Portuguesa em Relação a Outros Idiomas


Existem traduções
para "saudade"
em vários idiomas,
e a língua portuguesa
não é a única que contém 
várias palavras com um mesmo significado.



Provavelmente você já ouviu muita gente dizer que não existe tradução para a palavra "saudade" em outros idiomas, e que só existem definição para ela em português. Dizem que são utilizadas expressões como, por exemplo, "I miss you" para dizer "Eu tenho  saudade de você", mas não há uma tradução para a palavra "saudade". Esta informação existe em muitos blogs, sites, etc., mas não é verdade. Há até várias palavras com o significado de "saudade" em inglês: "homesick" para saudade de casa, da família; "yearning" para saudade de outras épocas ou fatos ocorridos há um ano ou mais; "longing", que é saudade com ansiedade (saudade sentida, por exemplo, por alguém que, após passar muito tempo longe da família, está voltando para casa). Também há traduções para "saudade" em espanhol ("nostalgia", "añoranza" e "saudade"), em francês ("nostalgie", "mélancolie"), etc.
Também não é verdade que somente na língua portuguesa encontramos várias palavras com um mesmo significado. Em inglês, por exemplo, sabemos que a palavra "love" significa "amor", mas há também várias palavras com o mesmo significado de "love" segundo os contextos em que elas são utilizadas: "love", "affection", "attatchment", "passion", "tenderness", "adoration", "ardor", etc. A própria palavra "adoration", já citada aqui com o mesmo significado de "love" conforme a condição em que é empregada, também pode significar "adoração", e por isto tem como sinônimo uma outra palavra em inglês: "worship". O mesmo também ocorre em vários outros idiomas.
Alguns blogs e sites informam que é correta, na língua portuguesa, a utilização do "a" com crase ("à") antes de uma palavra feminina. Isto não é verdade. No nosso idioma, o "à" representa a junção do "a" como preposição com o "a" como artigo definido feminino. Portanto, o "à" só se justifica diante de substantivos femininos (exemplos: "Vou à cidade", "Fui às compras", "Estarei à sua disposição", etc.). Nunca escreva "à automóvel", "à você", "à mim", etc. 

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

"Bem-Estar" ou "Bem Estar"?

Desde 2012,
algumas dúvidas 
quanto ao uso do hífen
ainda persistem.


Algumas pessoas perguntam se a forma de escrever corretamente é "bem-estar" ou "bem estar". A escrita correta é com o hífen: bem-estar. Trata-se de um substantivo composto (formado por duas palavras) que se refere a um estado de boa disposição, satisfação, prazer, comodidade, boa saúde, conforto, etc. Exemplos:

Qualidade de vida:
- O governo tem que promover o bem-estar da população.

Estado de quem se sente bem:
- Isto me dá uma sensação de bem-estar.

Bem-estar é uma composição formada por justaposição. Essa justaposição é a junção de mais de uma palavra (neste caso, são duas) que causa a formação de uma nova palavra. Nestes casos, quando ocorre um substantivo composto em que as duas (ou mais) palavras, cada palavra que o compõe mantém sua autonomia, sua grafia e seu significado não se modificam. O mesmo caso ocorre em substantivos compostos como guarda-chuva, pinga-fogo, ponta-de-lança, abaixo-assinado, papel-moeda, etc.
Quando as pessoas fazem perguntas como esta, o que se percebe é a dúvida quanto ao uso correto do hífen. No Brasil, a partir de 2012, isto não se tornou apenas uma questão do que é correto ou incorreto, mas uma necessidade de obediência às novas regras convencionadas através de um acordo sobre mudanças na ortografia. O acordo entrou em vigor em janeiro de 2009, mas houve uma tolerância de prazo para as pessoas se adaptarem às novas regras até 2012. No que se refere a "bem-estar", trata-se da junção de duas palavras para formar uma, mas há situações em que o hífen tem que ser evitado quando a palavra "bem" precede a palavra "estar". Exemplos:

- Faz-me bem estar aqui.
- Isto pode muito bem estar acontecendo.

Estes são casos em que as duas palavras permanecem separadas porque as duas não formam uma outra palavra. Trata-se apenas de um advérbio (bem) imediatamente seguido por um verbo (estar).

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

"Poeta" ou "Poetisa"?

Essa discussão
só serve
para causar
mais confusão
principalmente entre os estudantes,
mas a forma feminina correta 
é "poetisa".



Até mesmo num telejornal como o "Jornal Nacional" (Rede Globo), o de maior audiência no Brasil, esse erro é frequentemente cometido. Já estamos até nos acostumando com notícias nas quais dizem que "a poeta Elisa Lucinda lançará mais um livro...", "segundo a poeta Clarice Lispector...", etc. Isto prejudica muito os estudantes, especialmente os mais jovens, por acreditarem que, como profissionais dos veículos de comunicação mais influentes do país usam essa palavra, deve ser porque é a palavra correta. Na verdade, o feminino de "poeta" é mesmo "poetisa".
Em algumas obras literárias e em alguns sites, encontra-se a informação de que podem ser utilizadas as duas variações, e que, com o tempo, a palavra "poetisa" ganhou um significado pejorativo, sendo por isto gradativamente substituída pela palavra poeta. Aqueles que defendem o uso de "poeta" como correto para nos referirmos a uma mulher dizem que o termo "poetisa" passou a ser usado de forma pejorativa porque durante muito tempo as mulheres foram marginalizadas por um padrão que colocava o ponto de vista masculino como superior.
Mesmo isto sendo verdade, essa tentativa de justificativa não passa de uma grande bobagem. Uma bobagem principalmente porque, como foi escolhida entre ambas a palavra que já significava o homem que produz poesias, isto favorece e reforça o machismo. Além disto, quando se trata de substantivos masculinos e femininos, o que está em discussão é a gramática, não são as opiniões sobre machismo ou feminismo. Pode ser que, como já aconteceu com muitas outras palavras da língua portuguesa, com o passar do tempo, devido ao uso cada vez mais intenso, a palavra "poeta" passe a ser considerada correta para representar a poetisa. Entretanto ainda não há uma confirmação de que isto tenha ocorrido. Como afirmam os próprios envolvidos na discussão, ainda é uma questão em debate. Portanto, o feminino correto para "poeta" continua sendo "poetisa" até que os léxicos cheguem a um consenso e mudem as regras gramaticais com relação a isto.   

terça-feira, 10 de julho de 2018

Diferenças e Relações entre "Militante" e "Militar"

Militantes políticos
geralmente falam contra militares
mas exercem atividades militares.

Geralmente os militantes políticos, principalmente os que defendem partidos esquerdistas, se referem à palavra "militar" posicionando-se contra tudo que ela representa se for em relação às forças armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica). Porém, o fato das palavras terem o mesmo prefixo ("milit") já comprova que seus significados não são exatamente os mesmos mas são relacionados entre si. Ou seja, os militantes podem ser civis, mas suas atividades são ou podem ser consideradas militares.
Esse ponto de vista tem por base o que os dicionários revelam quanto aos significados dos substantivos "militante" e "militar" (que são comuns de dois gêneros: masculino e feminino) e do verbo "militar". O mais indicado dos dicionários de Língua Portuguesa no Brasil, o de Aurélio Buarque de Holanda, revela que "militante" é alguém que defende veementemente uma causa, um combatente ou alguém que exerce qualquer tipo de atividade militar. O mesmo dicionário também informa que "militares" são também os integrantes das Forças Armadas, guerreiros, combatentes (em conflitos armados ou não).
O verbo "militar" se diferencia em seus significados e condições de acordo com cada situação: é transitivo quando significa "servir às Forças Armadas" e quando significa "prevalecer" ou "preponderar". É transitivo e intrasitivo quando significa "combater", "lutar" ou "participar de uma campanha". É também transitivo quando significa "estar filiado a um partido político ou defendê-lo". 

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

38 - A Formação das Palavras

Para produzir uma boa redação,
não basta dominar técnicas redacionais.
É preciso escolher as palavras mais adequadas
aos objetivos da redação. 
Para isto, 
é preciso conhecer bem
alguns detalhes 
sobre a formação das palavras.

Uma redação de bom nível não pode contar palavras escolhidas ao acaso. Toda redação tem uma finalidade específica, formal ou informal, mas de qualquer forma necessita conter palavras que estejam de acordo com a finalidade e o contexto. Por isto é muito importante o conhecimento dos significados e da formação das palavras.
No idioma português, existem vários processos de formação das palavras que sempre foram usados ao longo da história do idioma, passando por adaptações de acordo com o avanço do tempo, as razões culturais próprias e os graus de influências de outros idiomas e outras culturas nos países ou regiões onde o português se tornou a língua oficial. Atualmente essas modificações acontecem principalmente por influência do inglês, que cada vez mais se firma como o principal idioma do mundo sob o ponto de vista comercial e cultural, e do surgimento constante de novas palavras relacionadas à tecnologia, às novas descobertas científicas, ao surgimento de novas profissões, etc. Essas modificações são estudadas através da neologia, uma palavra de origem grega ("neo", que significa "novo"; e "logos", que significa "estudo"), que significa "estudo do que é novo". Gramaticalmente, "neologia" é o estudo de novas palavras, e "neologismo" é o nome que se dá ao surgimento delas. 
Os principais processos de formação das palavras são a derivação, a composição, o estrangeirismo e o acrônimo. A derivação é o acréscimo de um ou mais morfemas a uma palavra (radical ou raiz) já existente. "Morfema" é uma unidade gramatical existente numa palavra, a qual não pode ser fragmentada. Em "irresponsabilidade", por exemplo, a palavra raiz é "responsabilidade", e o morfema é o prefixo "ir". Ainda neste caso, é possível considerar que a raiz seja a palavra "responsável", e que há, portanto, dois morfemas: o prefixo "ir" e o sufixo "bilidade". 
Num conceito mais simples, o morfema é uma partícula que encerra um significado básico com uma função que modifica a palavra raiz ("responsável" - "responsabilidade") ou gera outro significado oposto ao inicial ("irresponsabilidade"). 
O morfema pode ser léxico, e então é também chamado "lexema". Isto acontece, por exemplo, com a palavra "provavelmente", cuja raiz ou radical é "provável" e cujo fonema é o sufixo "mente". Ao mesmo tempo, a própria raiz é também um morfema, já que a palavra "provável" encerra um significado propriamente definido. O exemplo citado é um caso em que o sufixo ("mente") é um morfema com a função de transformar um adjetivo ("provável") em um advérbio ("provavelmente"). Porém, lembrando novamente que "provável" é uma palavra completa, isto é, com significado próprio, a palavra raiz é também um morfema livre.
"Adjetivo" é uma palavra que caracteriza um substantivo dando-lhe uma característica específica. Pode ser flexionado de acordo com o gênero, o número ou o grau. "Gênero" é a classificação de palavras em números fixos de categorias chamadas "classes gramaticais": substantivos, verbos e adjetivos. O substantivo pode ser determinado por um artigo que o precede, por um pronome ou por um numeral, ou pode ser modificado por um adjetivo. O artigo pode ser definido masculino singular ("o") ou plural ("os"), definindo feminino singular ("a") ou plural ("as"), indefinido masculino singular ("um" ou "algum") ou plural ("uns" ou "alguns") ou indefinido feminino singular ("uma" ou "alguma") ou plural ("umas" ou "algumas"). 
Os pronomes podem ser pessoais (eu, tu, ele, nós, vós, eles), oblíquos ("-lo", "lhe", "-lhe", "-la"), demonstrativos (aquele, aqueles, esses, estes, etc.) e possessivos (nosso, nossa, meu, seu, meus, seus, minhas, suas, etc.). Um pronome não tem significado independente, pois tem que estar de acordo com a frase e o texto em que se insere. 
O número ou numeral, em termos gramaticais, determina a quantidade de itens à qual  uma classe gramatical estiver relacionada. A classe pode ser singular ("Ele vai ao cinema.") ou plural ("Eles vão ao cinema."). Nestes dois exemplos, as classes gramaticais são os pronomes pessoais "ele" e "eles". 
O grau é um atributo que define o nível de grandeza de um substantivo ou de um adjetivo. Pode ser comparativo ou superlativo. Sendo superlativo, pode ainda ser aumentativo ou diminutivo. 
Um exemplo de grau comparativo: "O Botafogo está mais propenso a ser campeão este ano do que o Vasco."
Um exemplo de grau superlativo aumentativo: "afinadíssimo" (relativo a "afinado"). Neste caso o morfema é o sufixo "íssimo". 
Um exemplo de superlativo diminutivo: "subnutrição" (relativo a "nutrição"). O morfema é o prefixo "sub", que significa "abaixo de", "menos", "pouco", "menor". 
De forma mais resumida, pode-se dizer que os morfemas se dividem basicamente em prefixação, sufixação e parassíntese. A prefixação é a adição de um prefixo, a sufixação é a de um sufixo e a parassíntese e a adição de um prefixo e um sufixo. Um exemplo de parassíntese: "reabilitação", no qual "habilitar" é a raiz, "re" é o sufixo e "ação" é o sufixo. 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

40 - "Florzinhas" e "Barzinhos" ou "Florezinhas" e "Barezinhos"?

Grafias como "florzinhas" e "barzinhos"
já são encontradas 
nos dicionários de língua portuguesa mais recomendados,
mas segundo muitos especialistas,
isto não significa que elas sejam corretas. 

"Qual é a forma correta, 'florzinhas' ou "florezinhas"? Esta pergunta já me foi feita várias vezes. Sempre considerei e considero como correta a forma "florezinhas". O motivo, pelo menos para mim, é evidente: se a forma plural não diminutiva do substantivo "flor" é "flores", parece-me fazer sentido que a forma plural diminutiva correta seja "florezinhas". O mesmo acontece com relação ao substantivo "bar": se o plural não diminutivo é "bares", parece-me convir que o plural diminutivo seja "barezinhos". A dúvida de muitas pessoas com relação a isto acontece porque palavras como "barezinhos" e "florezinhas" são encontradas até mesmo em dicionários de língua portuguesa altamente recomendados por escolas, profissionais de comunicação social, etc. 
O professor Sérgio Nogueira, conhecido por suas participações em programas da Rede Globo de Televisão, afirma em seu "site", "Dicas de Português" (http://g1.globo.com/platb/portugues/2007/06/27/ola-tudo-bem-40/) que as formas plurais diminutivas dos substantivos terminados em "r" podem ter as terminações "zinhos", "zinhas", "ezinhos" e "ezinhas". No entanto, o professor Pasquale Cipro Neto, apresentador do programa Nossa Língua Portuguesa" (Rede Cultura), considera essas formas como inadequadas. É grande o número de professores, tão respeitados quanto estes, que afirmam que as formas como "barzinhos" e "florzinhas" estão no grupo das consideradas "aceitáveis" por serem utilizadas amplamente na linguagem popular e em publicações em revistas, livros, jornais, etc. Segundo eles, elas são incluídas nos dicionários como se fossem corretas, mas apenas por causa de seu uso muito amplo.
Entretanto, tenho percebido que não acontece o mesmo com "poblema". Embora muitas pessoas pessoas, inclusive com formação de nível superior, frequentemente pronunciem essa palavra desta forma, mesmo estas as escrevem corretamente: "problema". Talvez seja por isto que a forma "poblema" ainda não tenha ingressado no grupo das "aceitáveis" e não seja encontrada nos dicionários.