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domingo, 15 de abril de 2012

Metáforas, Linguagem Figurada e Sentido Figurado

Muitas pessoas 
costumam confundir 
cada uma dessas três coisas 
com as outras duas. 
Porém, 
existem diferenças muito importantes.

No artigo anterior, lembrei que ao dizer que a Bíblia "fala" por metáforas, já está usando uma metáfora. Muita gente interpreta isto como "sentido figurado" ou "linguagem figurada". Porém, para a produção de uma redação de bom nível na qual o autor possa ou pretenda utilizar tais recursos, é necessário considerar a importância das diferenças entre as três coisas.
No caso das metáforas, é preciso, em primeiro lugar, verificar se seu uso é adequado para o tipo de redação que se queira produzir. Em caso de dúvida quanto a isto, é melhor evitá-las. A metáfora precisa estar de acordo com a necessidade da ênfase à ideia que ela representará, e tem que ser empregada com absoluta clareza e objetividade. Não pode ser fora do comum nem ser desenvolvida demais. Além disto, é preciso ter o cuidado de evitar, dentro de um mesmo pensamento, o uso de duas ou mais metáforas que, para o leitor, possam parecer contraditórias. Também deve-se observar que a metáfora não pode coincidir com uma parte do texto, considerando um ou alguns parágrafos; precisa estar de acordo com toda a ideia contida na redação.
Os melhores exemplos de metáforas são aqueles que usamos na nossa própria maneira cotidiana de falar. Geralmente elas representam comparações. Exemplos: 
- Aquela lagoa tem uma água cristalina.  
A metáfora indica que a água é muito limpa, transparente como um cristal.

- Para mim, isto está claro como a luz do dia.
No primeiro exemplo, a metáfora é apenas uma palavra:"cristalina". No segundo caso,  é toda a expressão "claro como a luz do dia", dizendo que isto (um plano, uma intenção, etc.) está bem nítido. 

Já estamos todos muito familiarizados com as metáforas que usamos na linguagem corrente, e por isto é fácil observá-las como exemplos. Numa redação, porém, é preciso lembrar que há casos em que as metáforas já muito utilizadas na literatura banalizam o texto, contribuindo para a perda do valor de seu conteúdo. É o caso, por exemplo, de "manto negro da noite", "na calada da noite", "tinha a força de mil cavalos", "víbora" ou "cobra venenosa" (pessoa má, traiçoeira), etc. 

Sentido Figurado e Linguagem Figurada

"Linguagem figurada" é a utilização de uma palavra ou uma expressão dando à mesma um significado secundário além do significado habitual. Nós a utilizamos muito na nossa linguagem diária, e na maioria das vezes nem percebemos isto. É um recurso que torna a linguagem oral ou escrita mais clara, mais expressiva. 
A linguagem figurada é também conhecida como "tropo". A "figura" - isto é, o sentido que se quer dar - tanto pode ser formada pelo uso de uma palavra como pelo de várias palavras que formam um pensamento completo. A diferença entre "linguagem figurada" e "sentido figurado" é que "linguagem" é o recurso utilizado na fala ou na escrita, e "sentido" é o significado transmitido através desse recurso. Em resumo: "sentido figurado" é a ideia que resulta da "linguagem figurada". Exemplos:
- O céu parece se espreguiçar quando anoitece. 
- O sol domina o céu durante o dia. 
Portanto, embora "linguagem figurada" e "metáfora" não sejam a mesma coisa, há  linguagens figuradas que são também metáforas. Este é o caso dos dois exemplos citados acima. Entretanto, se eu disser, por exemplo, que vi "alguns pássaros se perderem por trás das árvores", estarei tentando dizer que, depois que os pássaros voaram por trás das árvores, não consegui mais vê-los, e não que eles se perderam. Neste caso, o recurso que utilizei foi uma linguagem figurada, mas não uma metáfora.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Saiba escolher as palavras com significados adequados para a redação

Não basta verificar 
o significado da palavra no dicionário.
É preciso escolher a palavra
com o significado adequado 
para a finalidade da redação.

Dizem que a Bíblia fala por metáforas. Sabemos que a Bíblia não fala, mas diz muitas coisas. "Falar" é comunicar-se através de palavras pronunciadas, não escritas. "Dizer" é informar, seja através da fala ou da escrita. Porém, quando dizemos que a Bíblia fala por metáforas, já estamos usando uma metáfora. 
"Metáfora" é o uso de uma palavra com um significado diferente do original. Cito aqui, como exemplo, um ditado popular:
- Neste barco eu não embarco. 
Um barco é um veículo de navegação por água (rio, mar, etc.). No ditado, a palavra "barco" assume como significado a possibilidade de problemas. Também o verbo "embarcar" tem como significado original "entrar num navio, num avião, num ônibus, etc., para viajar". No ditado, "não embarcar" significa "evitar um possível problema". Temos aí, então, duas metáforas numa mesma frase. Quando eu digo que a Bíblia "fala", estou usando o verbo "falar" com o significado de "dizer", o que também é um recurso metafórico. 
É por existirem muitas metáforas e significados diferentes que, mesmo não sendo metafóricos,  podem estar relacionados a uma mesma palavra, que é preciso ter muito cuidado com a escolha das palavras para uma redação. Nem sempre verificar o significado de uma palavra num dicionário é suficiente para decidir utilizá-la adequadamente. "Merenda", por exemplo, pode ser o alimento que as crianças levam para a escola, mas pode ser também o alimento é servido na escola ou, ainda, uma refeição leve depois do almoço e antes do jantar. "Membro" pode ser uma perna, um braço, uma asa ou uma perna de uma ave, ou ainda uma pessoa em relação a sua família, a uma tribo ou a uma associação, etc. O sentido original de "menina" é "criança do sexo feminino" mas, como metáfora, pode significar "mulher jovem", "mulher de aspecto jovem" ou "mulher bonita".
São várias as situações em que procuramos uma determinada palavra num dicionário e a encontramos com vários significados, todos diferentes entre si. Por isto, como a eficácia da comunicação depende muito mais dos significados do que simplesmente das palavras, saber escolhê-las e incluí-las na redação adequadamente é muito importante. É preciso ter certeza de que elas estão de acordo com o que o contexto da redação exige. 
O contexto pode ser verbal, situacional ou experimental. Numa redação, é sempre verbal por estar expresso verbalmente (por escrito), mas pode ser ao mesmo tempo situacional (quando relata algo de acordo com uma determinada situação) ou experimental (quando se relata na redação uma experiência pessoal, um fato ocorrido com o próprio autor do texto). Palavras fora do contexto nada significam, ficam sem sentido, e prejudicam muito o sentido de toda a redação. 
No próximo artigo, serão abordados o "sentido figurado" e a "linguagem figurada". Também voltarei a me referir às metáforas com mais detalhes. Enfatizarei os tipos de metáforas frequentemente mais usados numa redação. 


Referências: 

  • "Novo Manual de Português", de Celso Pedro Luft (Editora Globo)
  • "Mini-Dicionário Aurélio Buarque de Holanda" (Editora Século XXI)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

5 - Os tipos de redação

"Estilo" é a maneira que cada pessoa tem para realizar ou fazer alguma coisa. Em redação, considera-se "estilo" a maneira - não necessariamente pessoal - de escrever. Há o estilo publicitário, o jornalístico, o forense, etc. Uma pessoa pode usar diferentes estilos em diferentes situações, mas em geral o estilo é a marca pessoal, é o que distingue um autor em relação aos outros. Entretanto, qualquer que seja o seu estilo, é necessário estar atento quanto à clareza, à concisão e à harmonia. 
A clareza é a qualidade essencial para uma boa forma de expressão. Quem pensa claramente se expressa claramente. Portanto, a clareza é altamente dependente de uma formulação mental. Na redação ela se revela através da escolha de palavras adequadas, da harmonia e da composição.
A harmonia é a composição dos sons das palavras que fazem parte de uma frase. A boa sonoridade das frases (eufonia) deve ser tomada por princípio para orientar toda a composição. Por isto é importante que o autor, se puder, após terminar sua redação, a leia falando. Ao ouvir o que ele mesmo escreveu, isto o ajudará a identificar sonoridades desagradáveis como, por exemplo, as cacofonias - encontros de palavras que formam um som desagradável ou um sentido indesejável (por exemplo, "a boca dela", "fé demais", "fé de menos", etc.)
A concisão é o emprego exato da linguagem adequada, o uso das palavras exatas e necessárias. É preciso evitar palavras e expressões desnecessárias. O uso de um único vocábulo sem necessidade pode fazer toda a redação perder sua qualidade. Também se deve evitar o exagero de concisão. Tanto o exagero como a total ausência desse item e a excessiva repetição de uma mesma idéia ou de palavras tornam o texto cansativo e de difícil compreensão para o leitor. 
Esclarecidos esses aspectos, podemos agora nos referir aos tipos de redação. Existem basicamente três formas: a literária, a científica e a comercial ou oficial.

Dentro da forma literária, vários tipos de redação

O objetivo da forma literária é expressar as idéias artisticamente. Dizem que "a literatura é a arte da palavra". Portanto, na redação literária, a palavra assume aspectos eminentemente estéticos, porém sem perder a facilidade da compreensão de seu significado. 
Isto quer dizer que o texto literário visa a expressão artística, da qual decorre a diferença em relação à linguagem técnica ou comercial. São formas literárias uma carta comum, uma crônica, a descrição de uma cidade ou um bairro, a descrição do estilo de vida de um povo, um conto, uma novela, etc. Mesmo que o autor do texto não seja um escritor profissional, ele utiliza a forma literária como manejo artístico do que busca informar ao leitor.
A descrição é a representação verbal de um lugar, uma situação, um fato ou um objeto quando o autor procura destacar os traços mais particulares ou peculiares ao tema. Na descrição de uma cidade, por exemplo, ele procura destacar o estilo arquitetônico dominante, o estilo de vida dos habitantes, o número de habitantes, o comportamento comum das pessoas em suas ruas, as condições higiênicas em seus bairros, etc.  
Outro tipo de redação ainda relacionado à forma literária é a narração. "Narrar" é contar uma história (verdadeira ou fictícia). Ou seja, "narrar" significa dar uma interpretação de ação sobre o que está sendo contado. Neste caso, considera-se o que o autor narra, com quem o fato (verdadeiro ou ficcional) aconteceu e como, onde,  quando e por que aconteceu. A redação jornalística - isto é, a notícia - é uma narração sobre um fato real. O conto é um exemplo de narração ficcional.

A seguir: "A forma de redação científica".

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Verdades e Mentiras Sobre Redações nas Provas

Tenha cuidado 
com as armadilhas
causadas
por informações
mal interpretadas.




Informações mal interpretadas geram a circulação de informações erradas, e estas acabam ganhando uma repercussão enorme como se fossem verdadeiras. É o que vem ocorrendo desde a primeira vez em que foi divulgado que, no Exame Nacional de Ensino Médio, seriam aceitas redações com apenas oito ou onze linhas. A verdade sobre isto é que o estudante pode até fazer uma redação assim, mas obterá nota baixa. As razões são fácies de ser entendidas: é impossível abordar um tema polêmico (geralmente os propostos nas provas são polêmicos) num texto tão curto. A redação precisa ser dissertativa e argumentativa, e é claro que as dissertações e argumentações apresentadas num texto com menos de 20 linhas são insuficientes. Num concurso público, é claro que as redações com mais de 30 linhas, desde que escritas com clareza, de modo que os autores demonstrem conhecer bem o tema e obedecendo às regras gramaticais tão rigorosamente quanto possível, serão as mais valorizadas. Nos vestibulares, ocorrerá a mesma coisa. No Enem também sempre será assim: as melhores notas sempre serão dadas a redações não muito longas nem curtas demais, pela demonstração de conhecimento que elas têm mais possibilidades de conter.
Tenha cuidado quanto ao uso de metáforas. Algumas pessoas dizem que não é permitido usá-las nas redações, mas isto também não é verdade. Porém as metáforas são recursos linguísticos, e isto faz com que seja necessário extremo cuidado ao usá-las. Para saber melhor sobre isto, clique nos links destacados aqui e leia as duas postagens atentamente. Os recursos linguísticos existem para ser usados nas redações como recursos de argumentação. Isto significa que, se você usar metáforas em sua redação, tem que inseri-las corretamente em dois contextos: o do tema e o das suas argumentações.
É verdade que as rasuras (palavras ou frases riscadas ou tentativas de corrigir palavras escrevendo-as novamente por cima) fazem o autor da redação perder pontos. Na maioria dos casos isto torna as palavras ilegíveis ou confusas, o que leva os corretores ou quaisquer outros leitores a possíveis equívocos de interpretação. Além disto, o espaço ocupado pela palavra rasurada é sempre um espaço perdido para a redação.
Tenha o cuidado de não repetir palavras excessivamente. A Língua Portuguesa, como a maioria das demais, têm várias palavras sinônimas (palavras diferentes com mesmos significados). Isto facilita o uso de várias palavras para não usar a mesma muitas vezes. Além de facilitar a leitura de seu texto, essa variação de palavras pode significar acréscimo de pontos para sua redação porque comprova seu nível de conhecimento linguístico. Além disto, lembre-se do mais importante importante: menos de 20 linhas não são suficientes para demonstrar sua capacidade de redigir. Uma redação muito curta comprova pouco conhecimento sobre o tema proposto. Comprova desinformação. Comprova falta de interesse em estar bem informado sobre coisas importantes. Uma redação com 30 linhas, contendo de três a seis parágrafos, já é pelo menos razoável e com boas possibilidades de obtenção de pontos. 

sábado, 2 de janeiro de 2021

É preciso ter cuidado ao usar metáforas numa redação.


 Alguém disse

que 2020 foi um ano ímpar, 

e isto gerou uma discussão. 



Numa postagem no Facebook, alguém fez uma referência ao ano passado como "ano ímpar". Várias pessoas contestaram dizendo, em seus comentários, que 2020 é um número par. Ficou claro que elas não entenderam que o autor da postagem quis dizer que 2020 foi um ano ímpar por ter sido o único em relação a certos fatos ocorridos durante seus 365 dias. Ou seja: "ímpar", neste caso, foi uma metáfora com outro significado que o autor da postagem quis dar à palavra dentro do contexto em que ele a usou.
Isto me faz lembrar a necessidade do cuidado que temos que ter sempre que redigimos um texto. Ninguém pode ser proibido de usar metáforas, mas é preciso ter em mente o seguinte: quando você escreve ou digita um texto, você faz isto para que outras pessoas o leiam. Por isto, não pense em como você entenderia as palavras que usa, mas como as outras pessoas poderão entendê-las. Essas pessoas nem sempre interpretarão as palavras que você usar da maneira como você quer que elas interpretem. Portanto, evitar metáforas é sempre o melhor meio para facilitar a interpretação do texto. Para obter mais detalhes sobre isto, leia Palavras com Significados Diferentes dos Originais

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

A Semântica na Redação

É importante
relacionar os símbolos
com seus significados
corretamente.

No livro "O Código Da Vinci", de Dan Brown, o personagem principal, Robert Langdon, foi identificado como um simbologista. Um simbologista é um especialista em estudos sobre os símbolos e seus significados. Ou seja: um conhecedor de semântica.
Na verdade, a semântica é algo que praticamos todos os dias sem que nós mesmos percebamos. É a forma como relacionamos os símbolos que utilizamos com os significados que queremos lhes dar enquanto damos informações ou nos comunicamos com alguém. Há vários tipos, mas a que usamos quando falamos ou escrevemos é a semântica linguística. 
Em todos os idiomas, a semântica usada na fala e na escrita - semântica linguística - inside sobre a relação entre as palavras, as frases e todos os demais símbolos (acentos, pontos, vírgulas, etc.) e sua denotação. A denotação é o uso de palavras em seu sentido correto. Portanto, isto exclui as metáforas, que são palavras ou expressões usadas com significados diferentes dos originais. No Redafácil, há artigos com explicações mais detalhadas sobre as metáforas. 
Isto quer dizer que a semântica linguística estuda os significados usados numa linguagem. Neste caso é importante lembrar que linguagem não é o mesmo que idioma. A linguagem é a forma que escolhemos para nos expressarmos em qualquer idioma através da fala, da escrita ou por meio de sinais. 
A semântica linguística se contrapõe à sintaxe. A semântica se refere ao que as palavras, as frases, etc., significam e a sintaxe se refere às estruturas e aos padrões formais do modo como as palavras, as frases, etc., e seus significados devem ser empregados. Para entender isto, recomendo que você leia a postagem anterior a esta.
Numa redação, a semântica linguística pode ser formal, de enunciação (argumentativa) ou as duas coisas ao mesmo tempo. É formal no que se refere à interpretação de linguagem natural e formal para captar vínculos entre as palavras, as frases e todos os símbolos e entre os símbolos e seus respectivos significados. No entanto, não deve ser confundida com a lógica, que é uma área da sintaxe. 
A semântica de enunciação se refere à linguagem para enunciar nossos pensamentos, nossas opiniões, etc. Para justificar nossas opiniões, precisamos expor argumentos. Por isto, este tipo é também conhecido como semântica argumentativa
Há várias divisões e subdivisões da semântica e, especialnente, da semântica linguística. Porém, para a finalidade deste artigo, creio que estas informações são suficientes. Em caso de dúvidas, por favor, enviem suas perguntas. Elas serão respondidas tão logo quanto for possível.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

A Escolha das Palavras Adequadas

A escolha correta das palavras
é tão importante
quanto a escolha das palavras corretas.


A ortografia (grafia das palavras) correta é importantíssima. Numa redação, uma palavra escrita de forma errada pode revelar duas coisas: desconhecimento da escrita correta e descuido quanto ao valor das letras e da escrita correta. Ambos são comprovações de pouca leitura e de incapacidade de dominar satisfatoriamente a linguagem escrita. 
Numa redação, a escolha das palavras mais adequadas é tão importante quanto os cuidados quanto à ortografia e às regras gramaticais. A eficácia da comunicação depende muito disto. Num bom dicionário, você pode observar que, para cada palavra, existem várias definições. Você precisa ter o cuidado de observar a definição que estiver mais de acordo com o contexto da redação. Esse contexto precisa ser também analisado sob três aspectos: verbal (quanto à mensagem no texto propriamente dito), situacional (definindo uma situação) e experimental (destacando uma experiência).
Também é muito importante conhecer várias palavras com um mesmo significado. Os dicionários também ajudam muito a encontrar sinônimos (palavras diferentes com significados iguais, como saber e conhecer). Eles ajudam muito a evitar a repetição desnecessária de palavras.
Outros detalhes importantes quanto à palavra escolhida:
- O sentido denotativo ou referencial, que é o seu significado mais próximo do que se quer expressar na redação;
- O sentido conotativo, que é sugerido por associações e vinculado a emoções, conceitos, etc.
O sentido conotativo parece tornar a palavra ligada a uma realidade talvez menos próxima, mas ao mesmo tempo a conotação numa metáfora se torna interessante. Para muitos autores a metáfora está mais relacionada à poesia, mas as metáforas estão sempre na linguagem corrente. É um processo em que as palavras usadas nos fazem lembrar de outras, o que nos ajuda a enriquecer o texto.
Há neste blog outros artigos sobre metáforas. Sugiro que você os leia.

Ilustração: Blog do Enem

quarta-feira, 20 de junho de 2018

A Importância das Palavras Digitadas Corretamente

A grafia correta
elimina dúvidas
quanto ao que
está sendo dito
na mensagem. 


"Dizer" e "falar" são duas coisas diferentes. "Falar" é emitir uma mensagem usando a voz. "Dizer" é transmitir a mensagem claramente através da fala ou da escrita. Nem sempre o que uma pessoa fala ou escreve é claramente entendido por quem ouve ou lê, mas quando alguém enfatiza que o que a pessoa "disse", está informando que foi o que entendeu quanto ao que foi falado ou escrito. É por isto que existe a expressão popular "falou e disse", que significa que o que a pessoa falou foi facilmente entendido. 
É por isto que é um erro dizer que a Bíblia fala por metáforas. A Bíblia é um livro, e livros não falam. Porém, quando se diz que Deus fala por meio da Bíblia, o emprego do verbo falar funciona como uma metáfora baseada na crença de que o que está dito na Bíblia fosse é uma manifestação por escrito do que Deus falou. De qualquer forma, para que não haja problemas de compreensão do texto, será sempre melhor evitar metáforas numa redação. Algumas se tornam excelentes recursos, mas é preciso saber usá-las de acordo com o que o contexto exige. 
Embora seja necessário manter o hábito de escrever (sobre isto, leia aqui), as atividades necessárias no mundo atual exigem que nos adaptemos à necessidade da digitação de textos. Sem sombra de dúvida, atualmente os melhores meios de nos mantermos em comunicação principalmente com pessoas que estão distantes são as chamadas "redes sociais" na Internet. Entretanto, embora a Internet seja algo do mundo moderno, é preciso saber que as redes sociais existem desde antes de Cristo. Para saber o que é uma rede social, recomendo que leia aqui
A utilização cada vez mais popular das redes sociais online - especialmente a do Facebook, que desde 2004 vem sendo a mais usada no mundo - trouxe o que está sendo visto como "uma nova forma de escrita": o "internetês", uma forma de comunicação que precisa ser usada com moderação para não se tornar um hábito prejudicial. Agravando a situação, o que se percebe como um erro que vem sendo cada vez mais cometido por usuários dessas redes sociais no Brasil não é relacionado a essas abreviações irregulares, mas à ortografia. As pessoas que praticam tais erros parecem não perceber o quanto ele é grave.
"Ortografia incorreta" é algo que não existe. "Ortografia correta" é uma redundância. "Ortografia" é uma palavra de origem grega, em que "ortho" significa "correto" e "graphos" significa "grafia"). Portanto, só ocorre uma ortografia quando a grafia é correta.  Porém, quando usamos a expressão "ortograficamente correta", é uma redundância proposital que tem a função de evidenciar a necessidade da grafia correta. O importante é observar que o objetivo da ortografia não é apenas fazer a pessoa mostrar que sabe escrever ou digitar as palavras corretamente. É muito mais do que isto. É fazer com que a mensagem seja clara, não permita dúvidas para quem a lê. Uma coisa que vem ocorrendo muito nas redes sociais online não é apenas o erro nas palavras digitadas, mas a troca de uma palavra ou expressão por outra com significado. É o caso, por exemplo, quando alguém digita "agente" ao invés de "a gente". 
"A gente" significa "nós" - e, neste caso, é importante observar que a palavra mais adequada é "nós", embora "a gente" seja uma forma válida como expressão popular. "agente" é uma palavra que significa uma pessoa com uma missão a ser cumprida, qualquer coisa que seja causadora de outra coisa, um inseto transmissor de um vírus, qualquer coisa que transmita outra coisa, etc. Quando você troca uma palavra digitada ou escrita corretamente por outra que tenha outro significado, podem ocorrer vários motivos que façam com que a mensagem gere vários entendimentos diferentes daquele que você quer que seja. Não foi o leitor quem entendeu errado, foi a pessoa que digitou a mensagem que o induziu a isto.
O mesmo corre quando uma mulher, querendo demonstrar agradecimento, digita "obrigado". Ela deve digitar "obrigada". "Obrigado" é uma palavra que só deve ser usada se a pessoa que agradece for alguém do sexo (ou "gênero") masculino. Para entender a razão disto, leia aqui
Mesmo o internetês é uma forma de "linguagem" digitada para acelerar a comunicação. Porém, quando alguém está fazendo uma postagem ou um comentário numa rede social, não parece estar com motivos para ter tanta pressa assim na digitação. Portanto, digitar as palavras corretamente é a melhor opção para preservar o hábito de escrever corretamente, o que será necessário em muitas ocasiões na vida. 

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Gírias, Ditados e Expressões Populares nas Redações

A foto retrata a frase "Não adianta chorar pelo leite derramado".
Há situações
em que 
tais recursos
devem ser evitados.

Em redações como as que são exigidas no Exame Nacional de Ensino Médio, nos vestibulares e em concursos públicos, o uso de gírias, jargões, ditados e expressões populares não é proibido. Nem há razão para sê-lo, já que cabe ao autor da redação demonstrar que tem consciência de que é ele quem sabe como e em que momento se deve usá-las adequadamente. É preciso lembrar que nessas redações não se deve cometer a formalidade nem a informalidade excessivamente. Há situações em que esses recursos podem ajudar e outras em que eles têm que ser evitados. 
Gírias, jargões, ditados populares, etc., são exemplos de recursos linguísticos. Muitos desses recursos devem ser até criados numa redação(2). Outros, porém, devem ser evitados. A gíria é um destes casos. Ela é uma palavra metafórica(1) e geralmente tem o objetivo de ser engraçada. Por isto deve ser evitada quando o assunto requer seriedade. Não são apenas metáforas, nem sempre são palavras obscenas, mas são excessivamente informais. Portando, numa redação, numa entrevista para emprego e muitas outras situações elas precisam ser evitadas. 
"Jargões" são palavras, expressões ou frases que identificam, por exemplo, determinados personagens de telenovelas ou programa humorísticos da televisão, por ser constantemente repetidas por eles. Exemplo disto é a frase "E o salário, ó...", do professor Raimundo, personagem que foi interpretado por Chico Anísio durante anos. Outro jargão: "É vero!" - dito por personagens italianos interpretados por atores brasileiros na telenovela "Terra Nostra", da Rede Globo.
"Expressões populares" são expressões como "ossos do ofício", que significa problemas que têm que ser enfrentados quando se exerce uma profissão. Ou como "antes tarde do que nunca", numa referência a um fato que precisava ocorrer ou uma decisão que precisava ser tomada mesmo depois de muito tempo passado. Como todos os tipos de expressões, elas representam o pensamento de quem as utiliza, mas numa redação são necessários outros meios mais criativos para expressá-lo. 
Os ditados populares geralmente têm as funções de metáforas. Exemplo: "Neste barco eu não embarco", que significa "Não participo disto porque isto me causará problemas". Outro exemplo: "A vaca foi para o brejo", que significa que todas as tentativas pera evitar que algo ocorresse foram em vão. São frases populares, a maioria delas é de autoria e origens desconhecidas, mas sempre revelam experiências vividas, observações pessoais sobre certos fatos ou ainda conselhos. Um exemplo de ditado popular que representa um conselho: "Seguro morreu de vellho." - significa que é melhor buscar meios para se ter certeza de algo e garantir segurança.
Frases bíblicas, ditados ou ditos populares, expressões populares, jargões e gírias devem ser sempre evitadas numa redação. Mesmo que essa não seja a intenção do autor, elas podem causar ao leitor a impressão de que a pessoa que a escreveu usou-as como recursos para ocupar espaços que deveriam ser ocupados com outras expressões mais criativas. Ou seja: causam a impressão de que o autor tem um vocabulário muito restrito, dificuldade em se expressar sem tais recursos. Numa prova, isto pode causar reprovação. Entretanto, se o contexto da redação assim permitir, esses recursos podem ser empregados como nos exemplos abaixo.
  • A moça disse: "Assim não dá."
  • No bilhete, estava escrito: "Estou numa boa."
  • "Esse cara não me convence" - disse o policial ao repórter. 
Em situações como as dos exemplos acima, as expressões são usadas quando o autor da redação cita exatamente o que foi dito pela pessoa a quem ele se refere. É um recurso válido porque expressa as palavras exatas usadas por aquela pessoa segundo o autor. Isto pode ocorrer sem problemas também nos casos de usos de jargões, gírias, etc. Em situações não semelhantes a estas, o mais recomendável é evitá-los. 


(1) Leia aqui.
(2) Leia aqui.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

PALAVRAS COM SIGNIFICADOS DIFERENTES DOS ORIGINAIS - 1) Combustível

Estas são algumas das palavras
associadas a "combustível"
com maior frequência.
"Combustível"
não é algo que faça alguma coisa funcionar, 
é qualquer coisa que se queima facilmente. 






Entretanto, esta é uma das palavras que tem sido amplamente utilizadas com outros sentidos que essa forma de utilização já ingressou no rol das "aceitas", embora não corretas. É como se fossem metáforas ou palavras com sentidos figurados (veja em http://redafacil.blogspot.com.br/search?q=met%C3%A1foras). "Combustível" é qualquer material altamente inflamável, como os quatro citados na ilustração. É o nome que se dá a qualquer substância que reaja ao oxigênio ou qualquer outro comburente liberando energia em forma de calor, fogo ou gás. No caso do gás de cozinha, que é o do exemplo na ilustração, é um combustível que gera ao mesmo tempo calor e fogo.
O processo pelo qual um combustível se queima criando chamas ou qualquer outro tipo de energia se chama "combustão". No caso da madeira e do gás de cozinha, a combustão é simplesmente a queima. Porém, como alguns dos combustíveis mais conhecidos, como a gasolina, produzem um tipo de combustão que faz coisas (motores, etc.) funcionarem, a palavra "combustível" tem sido amplamente utilizada com o significado de algo que gera ou impulsiona algo. Por exemplos: 
  • A força de vontade é o principal combustível para o sucesso.
  • O melhor combustível para uma vida feliz é a fé em Deus.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Cinco anos de integração internacional através de "dicas" para redação.


Em cinco anos de atividades,
resultados positivos muito acima dos esperados. 

Quando pretendemos fazer algo, devemos planejar, pensar em possíveis consequências, etc. Principalmente quando nos referimos a atividades pela internet, pois é impossível prever a amplitude do número de pessoas às quais essas atividades chegarão, já que a internet é uma rede de comunicação mundial. 
Meu domínio sobre redações resultam de atividades profissionais na área de comunicação por mais de 30 anos, bem como também da minha facilidade em dominar e até mesmo criar minhas próprias técnicas de redação desde quando eu era criança. Foi aos 11 anos de idade que recebi - sem que eu mesmo esperasse isto - minha primeira medalha de honra ao mérito por ter escrito uma redação cujo tema e título eu mesmo havia escolhido: "A Importância dos Livros".
Ainda hoje, como vocês já devem ter notado, gosto muito de ler e de escrever, e procuro incentivar as pessoas para que adquiram e mantenham esses dois hábitos sempre tão saudáveis e úteis a todos. A habilidade na produção de uma redação de alto nível está sendo cada vez mais necessária para quem pretende escolher ou já está em qualquer profissão e queira obter sucesso na vida. Não saber produzir uma boa redação é o mesmo que não saber escrever. Por isto, em 2004, preocupado com os baixíssimos níveis de redação que dominavam a maioria dos estudantes do meu país (Brasil), decidi criar um blog para que eles pudessem pelo menos contar com mais uma opção na internet que lhes pudesse ser útil. Assim, no dia 9 de janeiro daquele ano, o "'Dicas' Fáceis para Redação" nasceu.
O principal objetivo do blog era, e ainda é, mostrar aos estudantes que melhorar a qualidade da escrita não é tão difícil quanto lhes parecia. Minha intenção também era - e é - publicar orientações mostrando que, para isto, não é necessário se aprofundar naqueles conceitos às vezes tão complicados que costumam ensinar nas escolas: basta somente saber escrever bem, escolhendo as palavras mais adequadas para o contexto, a ocasião e as pessoas a quem as redações são dirigidas. Além disto, é claro que precisam ser seguidas algumas regras de acordo com as necessidades específicas.
O tempo passou, as pessoas que descobriam o blog informavam sobre ele a outras pessoas. Por causa de seu endereço na rede mundial ( 
http://redafacil.blogspot.com.br/ ), os estudantes que buscavam orientações para participar do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), de vestibulares, pessoas interessadas em participar de concursos públicos, etc., começaram a chamá-lo carinhosamente de "Redafácil". Isto me levou a usar este nome, já que o blog se tornou popularizado desta forma, mas mantendo "'Dicas' Fáceis para Redação" como descrição do blog. 
Ao longo desses cinco anos, o Redafácil recebeu muitos comentários de, na maioria favoráveis, elogiosos, com sugestões, incentivos para manter o trabalho continuamente,etc. Também encontrei, na maioria das vezes casualmente, em outros sites e blogs, menções elogiosas sobre o Redafácil. O Info-Enem, que divulga informações e "dicas" sobre o Enem, o  Sisu, etc., manteve o nome do Redafácil na sua lista anual dos "Dez Melhores Sites e Blogs de Redação do Brasil" por três anos consecutivos. Desde 2004, o Alexa,  colabora com o Redafácil mantendo em sua página um link para ele. O Alexa é um serviço prestado pela Amazon que mede quantos usuários da internet no mundo visitam um site ou um blog num dado período (dia, semana, mês, etc.).
O site 
URL Métrica mostra estatísticas sobre websites (sites e blogs) baseadas em dados fornecidos pelos servidores (sistemas de computação centralizada que fornecem serviços de internet - exemplos: Windows, Linux, etc.). Segundo este site, o Redafácil está entre os blogs mais populares no Brasil, sendo suas páginas mais procuradas as que se referem à Correspondência Oficial, ao Parecerà Carta Comercial e à Redação em Vestibulares, Concursos Públicos e Outras Provas.
O internacional 
Openlink Profiler, que também revela dados estatísticos, informa que várias páginas do Redafácil estão entre as mais procuradas pelos internautas. Entre elas, o site destaca "Como Treinar Para Fazer a Melhor Redação Possível""O Curriculum Vitae""Metáforas, Linguagem Figurada e Sentido Figurado" e "Noções de Linguística são Muito Importantes no Ensino de Segundo Grau. O blog "A Hora da Net" também incluiu o "Redafácil" em sua lista dos "Dez Melhores Blogs de Redação", tendo como quesitos o conteúdo, a aparência e a atualização. O Similar Sites também o incluiu em sua lista dos 40 mais destacados na categoria "People And Society" ("Gente e Sociedade").
Nestes mesmos cinco anos, o "Redafácil" também foi citado como referência por escolas de diversos estados brasileiros. Entre estas, a 
Escola Estadual de Ensino Médio Professora Avelina Palma Losso, de Piracicaba (SP) e a Escola Estadual José Edson Domingos dos Santos, de Ponta-Porã (MS). Em seu blog, o professor Edson Maia, que, segundo ele mesmo, atua em escolas públicas e privadas, indica também aos seus leitores o "Redafácil" destacando várias páginas.
O Blogger, um serviço do Google no qual o Redafácil foi criado, informa através de seus dados estatísticos que o blog tem conquistado leitores assíduos no Brasil e em vários países. Os dez países onde está a maioria desses leitores são, nesta ordem, o Brasil, os Estados Unidos, Portugal, Alemanha, Angola, Rússia, Moçambique, Reino Unido, Índia e França. Durante esta semana, o Redafácil foi um dos blogs mais acessados no Brasil, Estados Unidos, Portugal, China, Alemanha, Índia, Indonésia, Bangladesh, Suíça e França.
Segundo o mapa estatístico do Who's Among Us, que você pode ver na coluna à direita desta página, as cidades brasileiras onde estão os maiores números de leitores frequentes do Redafácil são Vila Velha e Vitória (ES); Cantagalo (RJ); São Paulo, São Carlos, Presidente Prudente, José Bonifácio e Amparo (SP); Indaial e Chapecó (SC); Gravataí (RS); Palmas (TO); Manaus (AM); Cuiabá (MT); Campo Grande e Dourados (MS); Ceilândia (DF); Rio Branco (AC); Boa Vista (RR); Belém (PA); Aracaju (SE); Brumado (BA); São Luís e Imperatriz (MA); São José do Campestre (RN); Floraí (PR) e Arapiraca (AL). Em outros países, destacam-se leitores de 19 cidades: 
Estados Unidos: Boardman (Ohio), Seattle (estado de Washington), Mountain View e Agoura Hills (Califórnia); Lenexa (Kansas) e Miami (Flórida). Hong Kong: Distrito Central.
Nos países africanos: Maputo, em Moçambique; Luanda, em Angola,  e duas cidades não identificadas. Na Europa: Berlim (Alemanha); Genebra (Suíça); Madri (Espanha); Lisboa, Faro e Santarém (Portugal).
É muito grande o número de leitores e de sites e pessoas que tem colaborado para o sucesso do Redafácil. Infelizmente não é possível citar todos. De qualquer forma, isto demonstra que os objetivos do blog, sendo o principal o de ser útil às pessoas que o procuram, estão sendo obtidos. Agradeço à Rádio Vitória (Vitória, ES) pelas diversas vezes em que fui convidado para ser entrevistado em programas da emissora para falar sobre redação de um modo geral e, particularmente, sobre o Redafácil. Agradeço também às jornalistas Terezinha Jovita, Renata Trindade, Thalita Medeiros e toda a equipe do programa "Diálogo Aberto", da  
Rádio Espírito Santo, pelas várias oportunidades que me concederam para falar sobre redações e o Redafácil em algumas entrevistas. Agradeço a todos que, de alguma forma, tem contribuído para o sucesso do blog,  inclusive os patrocinadores, que com sua participação demonstram confiança no meu trabalho.

Abraços a todos.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Expressões Idiomáticas

"Engolir sapos"
é uma das expressões idiomáticas mais usadas no Brasil.
Elas existem em todos os idiomas.
No Brasil, 
são amplamente empregadas e confundidas com metáforas. 



Já foi publicada uma postagem neste blog explicando o que é uma metáfora. Para encontrá-la, digite "metáfora" no espaço para busca. Entretanto, posso dizer aqui que "metáfora" é uma palavra ou uma expressão com sentidos figurados por meio de comparações. Uma expressão idiomática é um conjunto de duas ou mais palavras usadas para significar algo diferente do real significado das mesmas, também por comparação. A diferença principal é que a metáfora pode ser apenas uma palavra, mas a expressão idiomática é sempre constituída por duas ou mais palavras.
As expressões idiomáticas devem ser evitadas tanto quanto possível em redações formais, pois estão associadas a gírias ou jargões. Porém, há casos em que elas representam contextos culturais específicos a grupos de pessoas relacionadas entre si por profissões, classes, idades, religiões ou outras afinidades. Em outras palavras, podemos dizer que uma expressão idiomática é uma justaposição de palavras que altera o significado original de cada palavra e cria um outro significado, enriquecendo a linguagem sem modificá-la. 

Algumas das expressões idiomáticas mais conhecidas no Brasil:
"Abrir o coração" - declarar-se sinceramente.
"Sossegar o facho" - ficar quieto.
"Dar com a língua nos dentes" - denunciar.
"Agarrar com unhas e dentes" - 
"Baixar a bola" - ser mais comedido quanto ao que estiver fazendo ou dizendo.
"Armados até os dentes" - com armas mais do que suficientes.
"Arregaçar as mangas" - começar a trabalhar.
"Bater na mesma tecla" - insistir.
"Com quantos paus se faz uma canoa" - o que for necessário para solucionar um problema.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Metonímias podem melhorar muito uma redação.

Esta fotografia representa uma metonímia. 
A metonímia 
é forma de linguagem figurada
que pode ser representada
em imagens ou palavras. 


Em redações como as que os estudantes tem que produzir no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) ou como as que tem que ser feitas por candidatos a empregos em concursos públicos, elas são recursos que podem ajudar muito. Entretanto, é preciso conhecer as diferenças entre metonímias e metáforas. Uma metáfora é uma palavra ou uma expressão usada com significados diferentes para se transmitir uma mensagem bem nítida. 
Um exemplo de metáfora bem conhecido:
"Estamos todos no mesmo barco."
Sabemos que o "barco", neste caso, não é um veículo de navegação, é uma palavra com significado de "problema" ou "situação". A metáfora aqui citada significa que estamos todos com um mesmo problema ou tendo que enfrentar uma mesma situação. 

Uma metonímia é a substituição de uma palavra ou expressão já usada anteriormente por outra palavra ou expressão para evitar repetições desnecessárias, mantendo-se a relação de semelhanças entre seus reais significados. Exemplos:
  • O governo federal determinou o retorno da cobrança do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). A medida foi confirmada pelo próprio governo brasileiro.
  • A imprensa em quase todo o mundo descreve a indústria cinematográfica dos Estados Unidos como a mais importante do mundo. De fato, ao longo de muitos anos, Hollywood tem registrado sucessos de bilheteria mundial inegáveis.
No primeiro exemplo, "governo brasileiro" substitui a expressão "governo federal" mantendo o mesmo significado. No segundo, "Hollywood" é um distrito de Los Angeles, no estado da Califórnia, conhecido mundialmente como a "Capital do Cinema", o que torna seu nome em ótimas condições para assumir o mesmo significado de "indústria cinematográfica dos Estados Unidos". 
A metonímia é usada para evitar repetições de palavras, mas também é a utilização de palavras ou expressões diferentes porque há entre elas uma relação de dependência dentro do contexto. Há uma contiguidade entre o termo utilizado anteriormente e o que o substitui. "Contiguidade" é uma relação de semelhanças entre duas ou mais palavras quanto aos seus significados para se completar uma informação ou uma ideia. 

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Estudantes: evitem o excesso de prosopopeias.

Muito frequentes
nas histórias em quadrinhos
e nos desenhos animados,
elas se refletem
nas redações dos estudantes.


A ilustração usada neste artigo é uma das tiras da série "Calvin & Hobbes" (no Brasil, "Calvin & Haroldo"), do norte-americano Bill Waterson. A quem não conhece a série, explico que "Haroldo" é um tigrinho de pelúcia, mas para Calvin, que tem seis anos, ele é um amigo de verdade que pensa, fala, etc.
Este é apenas um dos muitos exemplos de prosopopeias que frequentemente surgem em histórias em quadrinhos e desenhos animados: muitos personagens (o Pato Donald, Mickey, o Pica-Pau, etc.) são animais com características humanas. 
Nas redações, as prosopopeias também sao usadas com muita frequência embora nem sempre sejam intencionais. Sao recursos de linguagem muito comuns no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), em vestibulares e em concursos públicos que atribuem sentimentos e outras características próprias dos humanos a objetos e seres de outras espécies. Portantanto, prosopopeia é o mesmo que personificação. É uma figura de linguagem em que objetos, seres não humanos ou pessoas que já faleceram ganham personificação. 
Não é errado usar esses recursos numa redação. Há situações em que as prosopopeias são ideias excelentes quando se tornam metáforas. Entretanto, numa prova, quando são muito usadas, podem causar aos corretores a falsa impressão de que os autores quiseram prolongar o texto para ocupar espaços (ou, como se diz popularmente,  tentaram "encher linguiça"). Aconselho principalmente aos estudantes: usem as prosopopeias com moderação.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Como Aprender e Criar Vários Recursos Linguísticos

Quanto mais você ler,
mais recursos linguísticos você conseguirá dominar.
Conhecer
vários recursos linguísticos
é importantíssimo
para escrever bem.


"Redigir" é o ato de escrever bem, de produzir um texto fácil de ser compreendido, escrito corretamente, expondo ideias, fatos e opiniões com clareza, objetividade e com sentidos bem definidos. Para produzir uma boa redação, é importante que você conheça bem todos os recursos linguísticos que puder. Quanto mais, melhor, e a melhor maneira de você adquirir vários desses recursos é adquirindo, conservando e ampliando o hábito da leitura. Como eu sempre digo, a leitura é a melhor forma de aprender a redigir. É lendo livros, revistas e jornais que você tem contatos com vários estilos de redação, sabendo adequar cada estilo ao tema a ser exposto no texto.
"Linguística" é o estudo da linguagem em seus aspectos fonético, morfológico, sintático, semântico, social e psicológico. Nese estudo as línguas são consideradas por suas estruturas, origens, desenvolvimento e evolução. As línguas são classificadas em grupos, por tipo de estrutura e por critérios tipológicos ou genéticos. A tipologia textual é um estudo sistematizado dos caracteres tipográficos, os quais são mais conhecidos por nós como "letras". "Recursos" são formas que criamos ou adotamos para conseguir objetivos. Portanto os recursos linguísticos são formas que utilizamos para expressar experiências, pensamentos, opiniões e informações especialmente através da escrita. Isto os torna extremamente importantes. Entretanto, perceba uma coisa: a maioria das pessoas que escrevem bem é composta por pessoas que leem muito.
Não há uma fórmula mágica que nos ajude a produzir a melhor redação possível. Há pessoas que conseguem dominar melhor as palavras (na escrita e na fala), outras nem tanto, mas mesmo estas são capazes de melhorar seus níveis de redação através da leitura, pois tal hábito as mantém em contato com as palavras e expressões já conhecidas é ajuda o leitor sempre a conhecer novos estilos, novas palavras e novas expressões. Quem gosta de ler poesias, por exemplo, está sempre em contato com um recurso linguístico chamado "anáfora", cuja característica principal é a repetição, em número de vezes adequadamente suficientes, no início de uma série versos. É claro, porém, que tal recurso só deve ser utilizado em poesias.
Perceba que, numa redação, é possível e às vezes até necessário usar-se dois ou mais recursos linguísticos. Numa redação como as exigidas no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), nos vestibulares e nos concursos públicos, os recursos mais adequados podem ser a antítese e a comparação. A antítese é a apresentação de contrastes entre duas ou mais ideias no mesmo texto. A comparação é o contrário disto: estabelece pontos comuns entre duas ideias diferentes. Há também as metáforas, os eufemismos, etc. 
Saber dominar esses recursos é muito importante para o desenvolvimento da comunicabilidade. Para isto, o hábito da leitura é extremamente necessário. É lendo frequentemente livros, jornais, revistas, etc., que nos mantemos em constante contato com nossa própria língua e conhecemos diferentes estilos e gêneros de redação. Isto amplia as nossas oportunidades de aprender o funcionamento desses estilos. As gramáticas tem sua importância com relação à aprendizagem de regras necessárias para a escrita correta, mas é a leitura de jornais, livros, revistas, etc., que amplia nossas aprendizagens sobre o funcionamento de um texto dissertativo, discursivo, etc. Por isto deve-se praticar todo tipo de leitura, incluindo desde os quadrinhos aos grandes clássicos das literaturas brasileira e mundial. A leitura precisa ser a mais diversificada possível para que você conheça cada vez mais e identifique os diversões gêneros com cada vez mais facilidade e, a partir disto, tenha condições de criar também seus próprios recursos linguísticos.  

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Saiba como usar uma metonímia numa redação.

Na tirinha,
a palavra "cozinha" tem o significado de "comida",
não do local onde a comida é preparada.
A metonímia
é um recurso linguístico interessante

se for bem utilizado. 

A metonímia pode garantir ao participante do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), de um vestibular ou de um concurso público pontos importantes para aprovação em redação, desde que seja usada adequadamente. É uma figura de retórica em que a palavra utilizada não está de acordo com seu contexto semântico correto, mas assume um significado objetivo dentro do contexto do tema abordado. Ocorre, por exemplo, quando se diz que "um Portinari cura caríssimo". Neste exemplo, "Portinari" é o pintor Cândido Portinari, mas o que custa caríssimo é um quadro de sua autoria. Ocorre também quando alguém diz "gosto de ler Machado de Assis", referindo-se aos livros escritos por ele, não ao escritor.
A metonímia é um recurso que tem por finalidade, entre outras, evitar a repetição excessiva de uma mesma palavra num mesmo texto. Porém, como consiste no emprego de um termo em lugar de outro, é necessário o cuidado de se observar se a substituição está adequada com o contexto da redação. Entretanto, é fácil observar isto. Basta não confundir as metonímias com as metáforas nem com as expressões idiomáticas. Na metonímia, a substituição de palavras deve ser feita de maneira tal que haja entre seus significados uma relação de dependência, não de semelhança. É o caso, por exemplo, da palavra "vizinhança" quando significa "proximidade", não algo relativo a vizinhos (moradores próximos). São casos em que uma palavra substituída e a palavra que a substitui podem até ter significados semelhantes, mas a substituição não é por este motivo, é o estabelecimento de uma relação com a ideia que se pretende expor na redação. Para saber melhor como diferenciar uma metonímia de uma metáfora, leia aqui.   

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Desaceleração ou Recessão da Economia

"Desaceleração"
não significa
"recessão". 


Em muitas redações feitas por estudantes, as expressões "desaceleração da economia" e "recessão da economia" (ou "recessão econômica") são usadas como se tivessem o mesmo significado. Isto revela desconhecimento dos significados das palavras "desaceleração" e "recessão". É bem provável que esse equívoco de interpretação não seja cometido apenas por estudantes.
"Desaceleração" é o contrário de "aceleração". É diminuição de velocidade, mas com a continuidade do avanço. Quando não se trata de algo em movimento, "aceleração" e "desaceleração" têm as funções de metáforas. Nestes casos, a aceleração significa progressão, avanço em ritmo mais elevado, e a desaceleração significa um avanço em ritmo mais lento.
"Recessão" significa recuo, movimento para trás. Portanto, é o contrário da desaceleração, já que esta, embora em ritmo menor do que o da aceleração, continua sendo avanço, movimento para a frente. Em economia, a recessão é causada pela diminuição das atividades econômicas. "Atividade econômica" é qualquer atividade que envolva a extração, a transformação e a distribuição de recursos naturais para satisfazer às principais necessidades das pessoas. Entre essas necessidades estão a educação, o tratamento de saúde, a alimentação, a segurança, o transporte, etc.
"Desaceleração - ou desaceleramento - da economia" é a diminuição do crescimento da economia (de um município, de um estado, de uma região, de um país ou do mundo). "Recessão da economia" é um retrocesso na economia. A recessão econômica é percebida quando as pessoas percebem que perderam seu poder de compra (capacidade de uma pessoa comprar o que necessita com o salário que recebe ou a renda que possui). 

terça-feira, 7 de maio de 2013

Literatura - uma ótima parceira para você melhorar em redação.

Ao ler uma obra literária, observe detalhadamente o texto. Perceba como o autor utiliza as palavras mais adequadas para que você tenha a ideia mais exata do que ele quer dizer. 




Já se sabe que o hábito da leitura ajuda muito a melhorar o nível de redação. Porém, é preciso saber o que se deve ler. Livros de autores como Machado Assis, José de Alencar, etc., devem ser lidos por serem clássicos da literatura brasileira que retratam fatos relacionados a suas respectivas épocas e mostram os estilos de textos utilizados naquelas ocasiões. Para as pessoas - principalmente estudantes - que buscam meios de melhorar seus níveis de redação, o ideal é livros de autores atuais. 
"Literatura" é uma derivação da palavra "lítero", que significa simplesmente "letra". Porém a literatura é muito mais do que um conjunto de letras. É o ato de compor textos em prosa ou versos, geralmente artísticos, sempre seguindo certas teorias e práticas que lhes são peculiares.
Por ser uma arte, e por necessitar que seu texto seja excelente o suficiente para ser assimilado com facilidade pelo maior número possível de leitores, a leitura de uma obra literária é uma excelente contribuinte para o desenvolvimento de melhores níveis de redação. O livro leva o leitor por um caminho em que este, sem perceber, associa ideias a fatos reais ou fictícios. Isto torna a literatura um importante instrumento para que o leitor melhore sua capacidade de desenvolver seus próprios textos. Isto acontece porque, através de sua obra literária, o autor busca passar informações ao leitor por meio de um texto artístico, que é diferente do texto jornalístico ou do científico. Os textos jornalísticos e científicos tem o objetivo de fornecer informações sem se preocupar com a beleza dos próprios textos. O texto artístico, por se tratar de uma arte, tem o objetivo de fornecer informações e ideias, destacando a estética textual.
Enquanto você lê o livro, observe como as frases são compostas. Observe os momentos mais adequados em que as palavras são utilizadas como metáforas. Perceba que as obras literárias de ficção transfiguram o real. Isto não quer dizer que elas modificam a realidade, e sim que permitem que o autor tenha novas ideias de uma mesma realidade. Eis porque, apenas prestando atenção nos detalhes do texto, o leitor pode observar técnicas básicas de redação que ajudarão muito para que ele crie e desenvolva  as suas próprias técnicas.